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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Glossário - Parte 2 - G-Z

Caso veja algum termo em algum site e não encontre o significado aqui, não deixe de comentar. Sabendo o que falta, posso adicionar e tornar o glossário cada vez melhor e mais completo.

Continuando com o Glossário, segue a parte 2.

Utilizei como base os livros “Screw the roses, send me the thorns”, “The ultimate guide to kink”, alguns dos blogs listados aqui na coluna à direita da página, o glossário da página inglesa da Wikipedia, um ou dois dicionários online e, provavelmente mais algum site ou texto que, porventura, tenha esquecido de anotar.
Não pretendo que este seja o mais completo, ou o mais correto, mas vou me esforçar bastante pra que seja bastante útil.

Como muitos termos são em inglês, tomei a liberdade de transcrever a pronúncia aproximada - o que foi bastante divertido, diga-se de passagem - para que aqueles que não tem este conhecimento poderem pronunciá-los de forma mais correta. Sendo assim, o que verão será:
Termo (pronúncia): Significado [ver Termo relacionado]


Gag (guég) / Mordaça: Dispositivos que são inseridos ou que cobrem a boca para abafar o som. [ver Bondage]
Gatilhos emocionais: Associações com palavras, comportamentos ou atividades que provocam uma forte reação emocional. Dominadores se darão bem se aprenderem e ficarem familiares com os gatilhos específicos de um submisso. É importante saber o máximo possível quais “botões” evocam respostas positivas e negativas.
Gear (guíer): [ver Equipamentos]
Gender play (djender plei) / Brincadeira de gênero: [ver Sissy / Sissification]
German / Alemão: Code word para desejos e/ou práticas sadomasoquistas.
Golden shower (golden xauer) / Chuva dourada: Prática onde um indivíduo urina em outro.
Gor / Goreano: O termo deriva de uma série de livros escritos por John Norman sobre um planeta imaginário chamado Gor. A cultura escravista descrita nestes romances adquiriu seguidores que utilizam elementos Goreanos em uma espécie de Role Play BDSM. No entanto, praticantes tradicionalistas do BDSM não consideram Goreanos como praticantes do BDSM e Goreanos em geral também não, dada a liberdade existente no BDSM, onde ambos os gêneros podem atuar em qualquer posição (homens e mulheres podem ser tops e bottoms), apesar de assim serem chamados em âmbito geral, dada a natureza das práticas.
Greek (gríc) / Grego: Code Word para atividades sexuais anais.
Gunplay (gãnplei) / Brincadeira com armas: Refere-se à prática de incluir armas reais ou simulacros em uma cena. São usadas tanto para experienciar e/ou controlar o medo quanto como um símbolo de dominação e poder. [ver Edge play]
Handkerchief code (renquertchif côud) / Hanky code (renqui côud) / Código de lenços: Prática antiga de expor sinais visuais para indicar a outros a área BDSM de seu interesse, bem como seu papel naquela prática. Um lenço no lado esquerdo indica um Top e no lado direito indica um bottom. Caso esteja no pescoço, o nó indica a posição. De acordo com o “Leatherman’s Handbook II” As cores básicas eram:
Preto – S&M, Azul escuro – Anal, Azul claro – Oral, Marrom – Scat, Verde – Prostituição, Cinza – Bondage, Laranja – Qualquer coisa, lugar e hora (mas não necessariamente qualquer um), Roxo – Piercing, Vermelho – Fisting, Rosa – Consolo/brinquedos anais, Branco – Masturbação, Amarelo – Esportes aquáticos
Uma lista mais atualizada, mais completa, porém mais direcionada ao público gay pode ser encontrada NESTE SITE (em inglês).
Harém: Um grupo de submissas servindo um ou mais dominadores.
Hogtie (rogtai): Amarrar punhos e tornozelos de um submisso, atando-os juntos às costas utilizando contenção física como cordas ou algemas.
Humilhação: Constrangimento prático de uma pessoa ao provocá-la sobre seus desejos sexuais como forma de controle erótico. No BDSM a humilhação pode, ao reforçar sua sexualidade, paradoxalmente, aumentar a autoestima da pessoa ao invés de destruí-la. Ataques reais sobre a existência do indivíduo ou de sua sexualidade são considerados abuso e não se enquadram nas práticas apropriadas do BDSM.
Imprinting sexual: Existe uma escola de pensamento que afirma que respostas sexuais resultam de imprinting baseado em associações, experiências e meio ambiente passado, geralmente datando até mesmo da primeira infância.
Infantilismo: Brincadeira de papeis envolvendo um comportamento infantil como uso de fraldas, amamentação, etc. [ver Age play]
Kajira: Um termo retirado das séries Goreanas de John Norman para se referir a uma escrava goreana de prazer. [ver Gor]
Katherine Wheel (quéterin uil) / Roda de Katherine: Semelhante àquelas rodas de circo onde a assistente é amarrada e girada como alvo de arremesso de facas. Uma peça de dungeon onde um submisso pode ser preso, permitindo que o mesmo seja inclinado ou girado. Não deve ser utilizado com pessoas que tem problemas com movimentos excessivos.
Knifeplay (naifplei) / Brincadeira com faca: Prática que inclui o uso de facas (não necessariamente implica em Cutting). Facas são usadas normalmente para efeito psicológico, para retirar cera de um corpo após uma cena de Waxplay ou Fire&ice, para remover roupas e diversos outros motivos. [ver Edge play]
Latex: Latex e borracha são utilizados para fabricar roupas, lençóis e outros itens fetichistas.
Leather (lédher) / - sex / - lifestyle (- laifstaiol) / Couro / - sexo / - estilo de vida: Termo que define a cultura que deu origem ao BDSM. Nós nos vestimos, prendemos uns aos outros com tiras e algemas feitas de couro e nos atingimos e batemos com brinquedos e acessórios feitos com ele.
Leather butt (- bãt) / Bunda de couro: 1. Um termo que descreve a pessoa que é espancada tão constantemente que apenas o espancamento intenso surte efeito. 2. A condição das nádegas após um paddling pesado. A pele fica comprimida e enrijecida ou “encouraçada” ao toque. O efeito de compressão é mais perceptível com paddles, então a Leather butt pode ser evitada ao fazer uso de diversos apetrechos.
Leilão: O Dono leiloa o escravo pelo maior valor (geralmente supervisionado e para uso temporário).
Lifestyler: Pessoa que vive um estilo de vida que apoia o arquétipo da fantasia BDSM.
Limite: As fronteiras das atividades BDSM, estipuladas tanto pelo Top quanto pelo bottom durante a negociação, definindo o que cada um deseja e não deseja em uma cena. Limites devem ser respeitados e nunca ultrapassados intencionalmente por nenhum dos parceiros. Limites se aplicam à papeis, níveis de dominação e submissão, duração, além das atividades como whipping, paddling, etc.
Limite suave: Algo que alguém se sente hesitante para fazer ou nervoso para tentar. Podem, às vezes, ser convencidos à atividade, ou preferencialmente pode ser negociado como uma tentativa ou nível iniciante em uma cena.
Limite rígido: Algo que alguém absolutamente não irá fazer, que não é negociável.
Manutenção: Spanking semanal para cobrir os pequenos detalhes que podem ter sido esquecidos, lembrar ao submisso como se portar e para aliviar o dominante do estresse.
Masoquismo: A apreciação erótica da dor, humilhação e/ou ser dominado.
Masoquista: Aquele que sente prazer intenso na dor.
Mente: O órgão sexual humano predominante.
Mestre: Um homem que assume o papel de Dominador no BDSM. O título pode ser outorgado ao indivíduo graças à sua habilidade. Pode ser um termo carinhoso ou um tributo amoroso a um Dom por um submisso em uma relação. Igualmente comum, o termo é uma forma de autoengrandecimento por um homem com fantasias dominadoras e não é incomum vir acrescido de “verdadeiro” ou “real” pregado na frente.
Mitologia Sadomasoquista: A falta concepção social sobre o que o sadomasoquismo realmente é. Também é uma ideia mal informada sobre práticas específicas.
Mistress / Senhora: Uma dominadora. [ver Dominante, Dominador, Dom, Domme, Domina, Dominatrix]
Mumificação: Uma técnica de bondage de, completamente - ou quase completamente – enrolar um submisso em material restritivo como filme plástico, spandex, elástico, gaze, bandagens, fita, etc.
Munch: Um encontro baunilha de pessoas que aderem ao estilo BDSM. Geralmente em ambiente baunilha, sem vestimentas BDSM.
Não consensual – Prática BDSM que não é sancionada por nenhum parceiro.
Não-consensualidade consensual: Um acordo mútuo onde, dentro de limites definidos, será dado o consentimento para que ações ocorram sem aviso prévio. É uma demonstração de confiança e entendimento, geralmente utilizada apenas por parceiros que conhecem muito bem um ao outro, ou que estipulam limites de segurança bem seguros em suas atividades.
Needleplay (nidouplei) / Brincadeira com agulhas: Perfurações temporárias (normalmente apenas durante a cena) efetuadas com agulhas estéreis de diversos calibres.
Negação sexual erótica: Manter outra pessoa excitada enquanto atrasa ou evita que as sensações se completem; manter a pessoa em um estado contínuo de antecipação, tensão e conflito interno, além de sensibilidade elevada. [ver Provocar e negar, Castidade]
Negociação: O processeo de determinação das práticas e limites das atividades BDSM e sexuais entre um Top e um bottom. Pode ser aplicado à toda a relação ou apenas a uma cena específica. Negociar é um processo contínuo que é repetido a cada vez que os jogadores sentem necessidade de mudança.
Nipple clamps, Nipple clips (nípou clémps, - clips): [ver clamps]. Nipple = mamilo.
Nipple play: Estimulação dos mamilos para propósitos corporais e/ou eróticos.
Níveis de troca de poder: Um sistema para ligar envolvimento emocional e profundidade de sentimentos com o grau da troca de poder. Os cinco níveis são: 1. Consentimento Condicional; 2. Consentimento Contínuo Restrito; 3. Submissão Provisória; 4. Pacto de Dominação e Submissão; 5. Propriedade Absoluta. Os quatro primeiros níveis são baseados na realidade.
Nose Torture (nouze tórtchur): Uma forma tradicionalmente japonesa de BDSM utilizando ganchos para nariz.
Orientação de gênero: É uma questão isolada da Orientação Sexual. Tem a ver com autoidentificação e sentimentos de masculinidade ou feminilidade ao invés de questões de atração sexual. Uma pessoa com uma Orientação de Gênero alternativa pode ou não ter uma Orientação sexual alternativa (e.g. Um travesti ou um transexual pode ser heterossexual ou gay). Inclui as pessoas (ou a comunidade) com fantasias ou identificação de gêneros trocados, ou seja, crossdressers, travestis e transexuais.
Pacto de Dominação e Submissão: Uma relação profundamente comprometida e simbiótica entre um Dominador e um submisso. [ver Níveis de Troca de Poder]
Parafilia: Padrão de comportamento sexual onde a fonte predominante de prazer não é, necessariamente, a cópula, mas em outras atividades, tipos específicos de parceiros e/ou até mesmo em objetos. É considerado, pela sociedade em geral, um comportamento pervertido. No entanto, do ponto de vista psicológico são consideradas normais e inofensivas (salvo em casos onde o objeto ou prática é prejudicial ao indivíduo). Socialmente podem se tornar aceitas ou rejeitadas conforme a época e os costumes de cada grupo.
Paddle (pédou) / Palmatória: Um apetrecho de superfície lisa, geralmente de madeira ou couro, utilizado para spanking.
Paddling (pédlin): A arte de espancar alguém usando um Paddle.
Pansexual: Orientação sexual sem gênero específico. Um grupo que abrace todas as orientações sexuais e de gênero é chamado de pansexual.
Play party (plei pári): Um evento BDSM envolvendo diversas pessoas interagindo em diversas cenas.
Posse Absoluta: 1. Ter controle total de um submisso (em uma play mestre/escravo). 2. Termo amplamente utilizado na comunidade BDSM para significar uma relação D/s contínua. [ver Níveis de troca de poder]
Petplay (petplei): O submisso se comporta como um animal de estimação. Late/mia/relincha, se alimenta em potes de ração, brinca como um animal de estimação e até mesmo dorme em camas/caixas de animais de estimação. A prática é sexual, mas também foca no estado mental alterado de Dono/bichinho e a completa dominação e adestramento por seu Dono/Mestre/Adestrador. [ver Animal Play, Fantasia de Transformação Animal]
Ponygirl / Ponyboy (pônigrãl / pônibói): Submisso que se fantasia de pônei, com arreio, plug anal com cauda, antolhos, muitas vezes até mesmo luvas imitando cascos. Devem se comportar como pôneis de verdade.
Poder erótico: É como energia potencial, se tornando significante apenas quando trocado por ou utilizado para empodeirar um dominador através da transferência de controle. [ver Troca de poder]
Podolatria: Uma obsessão sexual direcionada aos pés e/ou calçados.
P.R.I.C.K.: Um dos acrônimos principais do BDSM. Foi criado após o RACK por pessoas que vislumbravam a ausencia de responsabilidade pessoal quanto ao risco envolvido. O termo significa "Personal Responsibility Informed Consensual Kink" ou "Perversão Consensual com Responsabilidade Pessoal Informada".
Privação de sentidos: Restringir ou siluir a habilidade de um submisso de usar um ou mais sentidos como tato, audição, visão, paladar e/ou olfato como parte de uma cena BDSM.
ProDom, ProDomme: Dominador profissional (Domina por dinheiro) masculino e feminino, respectivamente. [ver Dominatrix]
R.A.C.K.: Um dos acrônimos principais do BDSM, cunhado após o SSC por aqueles que buscavam mais liberdade e perceberam que parte do que o BDSM engloba não é exatamente seguro pois existe a possibilidade de algum nível de dano mental ou físico. Significa “Risk-Aware Consensual Kink” ou “Perversão Consensual de Risco Conhecido”.
Rape Play (reip play) / Brincadeira de estupro: A fantasia de fazer parte de um ato consensual de fingimento de estupro.
Reimprinting: A técnica de alterar o comportamento sexual ao alterar as respostas e criar novas associações.
Rendição erótica: O controle de alguém (dentro dos limites negociados) ao parceiro ou o presente (entrega) movido pelo interesse sexual. Uma frase descritiva mais precisa sobre submissão.
Restrição erótica: Restringir o movimento de alguém para brincadeiras eróticas. Também se refere aos dispositivos para este objetivo.
Role Play / Brincadeira de papeis: 1. Elaboração das inclinações sexuais de um indivíduo ao criar uma estrutura fantasiosa para ele. 2. Pessoas com fantasias sexuais compatíveis assumindo uma persona compatível para interagir um com o outro.
Sádico: Pessoa que gosta de provocar dor em outros. Muitas vezes, sexualmente. O sádico honrado apenas provoca dor ou humilhação àqueles que assim desejarem, respeitando limites. É cuidadoso e carinhoso.
Sadismo: Retirar prazer do ato de provocar dor, humilhação e/ou dominação.
Sadomasoquismo / S&M: Práticas sexuais avançadas incorporando o uso consensual de dor, humilhação e troca de poder para divertimento erótico. SM inclui dominação e submissão, bondage, disciplina, bondage amoroso e spanking erótico. O termo é frequentemente mal utilizado para descrever práticas mais extremas.
Safe Word (seif uord) / Palavra de segurança: Uma, ou mais, palavra(s), frases ou ação (como um submisso com Gag largar uma bolinha) usada pelo submisso para sinalizar a necessidade de reduzir a intensidade ou parar completamente a cena. Deve ser respeitado a todo custo.
Scat (squét): Fezes e/ou brincar com fezes.
Sessão: O mesmo que Cena.
Sexo forçado / Oral forçado: Papel sexual onde o Dominador finge forçar uma atividade que o submisso finge ser contra. Envolve uma suspensão compartilhada da realidade. (O Dominador apenas “força” o submisso a realizar as atividades previamente requisitadas).
Sexo seguro: Praticar sexo de maneira que fluidos corporais não sejam trocados. Inclui o uso de preservativos em consolos, vibradores, limpeza e higiene corporal e dos acessórios, etc.
Shibari: Qualquer tipo de bondage utilizando cordas derivando de estilos originários do Japão. Geralmente as amarrações são altamente decorativas, uniformes e simétricas.
Sissy / Sissification: Sissy é um termo pejorativo para um garoto ou um homem que não se enquadre nos padrões sociais masculinos. Geralmente insinua falta de coragem, força, coordenação, libido, testosterona e estoicismo, que sempre foram importantes no papel masculino. Também pode ser incluso no termo o homem que tenha interesse em atividades, hobbies ou trabalhos tradicionalmente femininos (gostar de Moda, por exemplo) ou apresentar comportamentos afeminados.
No BDSM, um homem submisso pode ser chamado de sissy como forma de humilhação erótica, o que pode levantar questões de culpa ou excitação sexual, ou até mesmo os dois, dependendo do indivíduo. No infantilismo, uma Sissy baby é um homem que faz o papel de uma menina bebê. Sissification é a prática desejada por um homem submisso de “ser forçado” ao crossdressing e/ou à redesignação de gênero. [ver Infantilismo]
Sling: [ver Balanço]
Snake whip (sneik-uíp): Chicote clássico, semelhante ao Bullwhip, mas com cabo flexível. [ver Bullwhip]
Spanking (spenkin): A arte de bater em um submisso, geralmente com a mão ou paddle.
Spreader bar (spréder bar) / Barra separadora: Uma barra firme, geralmente de madeira, bambu ou metal, com anéis ou furos em cada ponta, utilizado como ferramenta no bondage para manter afastados os braços ou pernas de um submisso.
S.S.C.: O acrônimo principal de todo o BDSM. É a base de todas as práticas e caracteriza a forma aceitável de participar em plays na comunidade. Os participantes aderem às precauções de segurança e suas atividades, não participam de práticas que causem dano (físico ou emocional) e obtém consentimento ao negociar as cenas e atividades relacionadas a elas antes de darem início às mesmas. Significa "Safe, Sane, Consensual" ou "São, Seguro, Consensual".
S.S.S.: Um dos acrônimos do BDSM. Baseia-se na não-consensualidade, buscando algo mais íntimo, mais direcionado a um relacionamento de bom-senso entre os participantes, prezando pelo prazer mútuo. Significa "São, Seguro, Sensual".
Stock whip (stók-uíp): Chicote clássico, semelhante ao Bullwhip, com cabo rígido articulado. [ver Bullwhip, Snake whip]
Strap (strép): 1. Como substantivo, são instrumentos para restrição de movimentos no bondage (geralmente de couro com uma fivela) ou um instrumento de punição corporal (como um cinto, mas sem usar a fivela). 2. Como um verbo, é o ato de amarrar, prender ou bater em um submisso com um strap.
Subdrop: Uma condição física, geralmente com sintomas semelhantes à um resfriado, sentidos por um submisso após uma sessão intensa. Isto pode durar por até uma semana e é melhor prevenido com um bom aftercare após a sessão. Também pode ser percebido como um estado depressivo ou de extrema raiva e estresse quando afastado do parceiro dominante
Submissão Provisória: Uma relação contínua negociada entre um dom e um sub caracterizada pela troca de poder e envolvimento emocional, mas sem compromisso efetivo. [ver Níveis de troca de poder]
Submisso, Sub: 1. Aquele que entrega controle de seu corpo e comportamento (com delimitações prévias) a outro para brincadeiras eróticas. 2.Termo genérico usado para englobar as diferentes nomenclaturas para os bottoms da D/S.
Subspace (subspeice), Bottom Space: Um tipo de consciência alterada eroticamente identificada com sentimentos de mergulhar em um estado de submissão. É comparado a uma “viagem” de um drogado. Geralmente pode ser caracterizado por diminuição da noção de ego, comportamento cognitivo reduzido, diminuição de motivação e/ou capacidade de verbalizar. Frequentemente estas funções são assumidas pelo parceiro dominante que se torna o foco da atenção do submisso.
Switcher: Um indivíduo que apresenta características e/ou gosta de ser Top e Bottom, tanto em uma única cena quanto em diferentes ocasiões.
Tit torture (tit tórtchur) / Tortura dos seios: O ato de infligir dor aos seios e mamilos.
Top: Aquele que assume o papel ativo na cena, podendo ser este controle físico e/ou psicológico/emocional.
Topping from the bottom: Um bottom que aceita ser submisso, mas que controla, efetivamente, a direção tomada na cena.
Top-space: Um tipo de consciência alterada eroticamente atingida durante a cena por um Top. É caracterizado por sentimentos de extrema clareza de pensamento, foco, uma sensação de extremo poder e alta energia e/ou exaltação. Sentimentos de distancia e objetividade, como se estivesse comandando do alto de uma montanha podem, paradoxalmente, acompanhar sentimentos de conexão com o submisso, como se houvesse um elo psíquico. Uma perspectiva não passional pode ser combinada com ardor erótico. Top-space pode ser seguido tanto por um contínuo senso de bem-estar quanto por fatiga, depressão ou letargia (mergulho pós-cena).
Tortura: Ações que seriam dolorosas fora do contexto erótico, usadas paa aumentar o prazer sexual de um bottom.
TPE / Total Power Exchange (tôtau páuer ékstchendj): Troca Total de Poder. Uma relação onde o dono tem autoridade e influencia absolutas sobre a vida do submisso, decidindo tudo aquilo que desejar.
Troca de poder: O empoderamento de um dominador pela entrega de um submisso ao seu controle. A troca de poder é consensual e deve ser bem negociada. A profundidade do poder entregue pelo submisso é equivalente ao nível de responsabilidade assumida pelo dominante.
Treinamento: Um período de tempo ou um esforço contínuo quando o dono ensina o submisso como agir de acordo com suas regras.
Transexual: uma pessoa nascida com um gênero físico que não corresponde ao psicológico.
Travesti: Um homem ou mulher que se veste com roupas do gênero oposto.
True / Real / Verdadeiro: Um termo autodescritvo utilizado geralmente por recém-chegados ou outros perdidos-na-fantasia para instigar outros a praticarem com eles. O “submisso True” (ou mais típicamente o “escravo true” ou o “sub de alma”) é alguém que cai na lorota que o “mestre true” está contando. “Sadomasoquismo true” ou “BDSM true” também são usados para aludir a um “estado padrão”, não existente, de excelência BDSM ou SM. O “True” pode ser traduzido como “Real” ou “Verdadeiro”. [ver Chudwa]
Voyeur (voiér): Lit. "Aquele que olha". É a prática ou fetiche de observar e/ou registrar em imagens, direta ou indiretamente, atos e comportamentos íntimos (sexuais ou não), geralmente sem o conhecimento do indivíduo observado. 
Wannabe: Uma pessoa que finge ser o que não é. Um poser que se apresenta como um dominador habilidoso sem conhecimento. O wannabe confunde fantasias masturbatórias com experiência da vida real, geralmente com ferimentos como resultados. [ver Chudwa]
Wax play (uáks plei) / Brincadeira com cera: Prática onde o Top derrama cera derretida de velas sobre o bottom.
Zentai: Contração de Zenshin taitsu, um termo japonês para "traje de corpo inteiro". É uma roupa, geralmente feita de spandex, nylon e/ou látex, que cobre o corpo inteiro, dos pés à cabeça.

Este Glossário não é definitivo e pretendo editá-lo e adicionar e/ou corrigir termos sempre que achar necessário ou for alertado ou requisitado.

Glossário - Parte 1 - A-F

Caso veja algum termo em algum site e não encontre o significado aqui, não deixe de comentar. Sabendo o que falta, posso adicionar e tornar o glossário cada vez melhor e mais completo.


Antes de prosseguir com os posts, sinto a obrigação de fornecer (mais um) glossário ou “dicionário” BDSM. Não só os iniciantes se confundem com os termos, mas alguns já iniciados e até mesmo algumas pessoas mais antigas no meio, muitas vezes por não terem um conhecimento adequado (avançado?) de Inglês - lingua mater do BDSM – acabam se confundindo com o significado dos termos, o que, a meu ver, pode gerar uma certa confusão quanto a funções e funcionalidades de certas práticas.
Utilizei como base os livros “Screw the roses, send me the thorns”, “The ultimate guide to kink”, alguns dos blogs listados aqui na coluna à direita da página, o glossário da página inglesa da Wikipedia, um ou dois dicionários online e, provavelmente mais algum site ou texto que, porventura, tenha esquecido de anotar.
Não pretendo que este seja o mais completo, ou o mais correto, mas vou me esforçar bastante pra que seja bastante útil.

Como muitos termos são em inglês, tomei a liberdade de transcrever a pronúncia aproximada - o que foi bastante divertido, diga-se de passagem - para que aqueles que não tem este conhecimento poderem pronunciá-los de forma mais correta. Sendo assim, o que verão será:
Termo (pronúncia): Significado [ver Termo relacionado]

24/7: Uma relação onde os protocolos ocorrem continuamente. Literalmente 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Abrasão/Abrasion play (Abreijon plei): Prática ligada ao desgaste por atrito; ato de raspar, friccionar, esfregar, etc.
Açoite: Um chicote com várias pontas não trançadas.
Açoitar: Golpear com um açoite.
Aftercare (Éfterquér ou Áfterquér): Período de tempo após uma cena ou sessão, onde os participantes se acalmam, discutem os eventos prévios e suas reações. É o momento onde ambos “voltam à realidade”. Práticas BDSM envolvem uma descarga muito grande de endorfinas e a falha em efetuar esta prática corretamente pode levar ao drop. [ver Drop, Subdrop]
Ageplay (Eidj-plei): Lit. brincadeira de idade. Prática onde um ou ambos os participantes assumem papeis de idades diferentes da real. Geralmente Parente/criança, Professor/aluno, mas ainda podendo ser Idoso/enfermeiro, Avô/neto. Não inclui necessariamente a insinuação de incesto, mas sim a relação afetiva entre as partes.
Algemas: dispositivos mecânicos destinados a manter presos os pulsos, tornozelos ou dedos de uma pessoa. Podem ser de metal, de couro, de plástico, de corda ou zip-ties.  
Algolagnia: É o ato de transformar dor em prazer sexual. É um sinônimo para sadomasoquismo. [ver: Sadismo, Masoquismo]
Anal play (Einal plei): Lit. Brincadeira anal. Qualquer prática sexual ou fetichista relacionada ao ânus ou reto. Inclui, grosseiramente, sexo anal, enema, fisting anal, anilingus.
Anal torture (Einal tórtchur): Lit. tortura anal. Prática de infligir dor no ânus.
Anilingus: Sexo oral-anal.
Animalismo/Fantasia de Transformação Animal: Fetiche onde o foco é a entrada do sub em um estado alterado de comportamento, imitando o de uma outra espécie (cães, gatos, cavalos, etc.). [ver Animal Play, Petplay]
Animal Play: O bottom age e/ou se veste como um animal (cãozinho, gatinho, pônei, vaca, raposa, etc.). [ver Animalismo/Fantasia de Transformação Animal, Petplay]
Asfixia: Prática onde o Top restringe o fluxo de ar (e/ou sanguíneo), visando atingir o aumento da sensação orgasmática.
Balanço: Dispositivo de suspensão total. Útil em associação com acessórios menores de privação de sentidos, ou para a prática sexual. Bastante útil também para espancamentos e torturas específicas.
Baunilha: Descreve pessoas, coisas, ações, práticas e atividades que não fazem parte da cena BDSM. O termo não deve ser usado pejorativamente.
BDSM: Acrônimo criado no final dos anos 1980 através de fóruns na internet para amortecer o impacto causado na sociedade pelo termo Sadomasoquismo. Só começou a ser efetiva e amplamente aceito no início dos anos 2000. Incorpora as siglas B&D (Bondade e Disciplina), D&S (Dominação e Submissão) e S&M (Sadismo e Masoquismo).
Bloodplay: Práticas relacionadas a sangue. Geralmente ligadas ao Vampirismo clínico ou ao Estilo de vida Vampira.
Bondage (Bôndaj): Qualquer prática ou ato de restringir fisicamente os movimentos, partes do corpo e/ou sentidos.
Bondage e Disciplina (B&D): Um termo clássico e amplo referente à diversas práticas sexuais incluindo bondage, treinamento de escravos, punição corporal e representações de dominação e submissão. Termo surgido em revistas nos anos 1970 e largamente usado nos anos 1980 pelos praticantes do Love Bondage (bondage do amor), prática mais aceita e um menor alvo do preconceito que o sadomasoquismo.
Bondage Japonês: [ver Shibari]
Bondage mental ou psicológico: Bondage sem cordas, por comando. Um bottom instruído por seu dominador a se manter em uma posição se sentirá obrigado a obedecer.
Bottom: Qualquer praticante que seja o participante passivo, ou seja, é quem se submete ao bondage, ao treinamento, às punições corporais, é o masoquista, etc., mas não é necessariamente ligado emocionalmente à/ao parceiro dominante (Top).
Bottoming from the top: Lit. “se submeter por cima”. Originalmente era um termo ruim, que denegria o Top que permitia que o bottom controlasse a cena. Esta prática se tornou um estilo válido de prática. Muitos Tops participam de cenas onde eles preferem recebem ao menos alguns direcionamentos de seus bottoms. Alguns até preferem este estilo de prática e gostam de se denominar Submissos sádicos. No Brasil, ainda é uma prática não muito aceita. [ver também Topping from the bottom].
Brat (Bret): Um bottom que gosta de discutir e lutar contra o controle, ou de desafiar o Top. É uma prática de amplo espectro que se estende do “inferior arrogante” ao “masoquista espertinho”. Alguns brats estão apenas testando o dominante, outros tem o desejo real de serem “conquistados e domados”, enquanto outros apenas não gostam de ser dominados [ver também Masoquista espertinho].
Breast bondage (Brést bôndaj): Amarrar os seios com cordas, fios, barbantes, elásticos, cachecóis, etc. como parte do S&M ou play erótico. Pode envolver Nipple bondage ou clamping [ver Nipple bondage, clamping].
Brown Shower (bráun xáuer): [ver Scat]
Bull (Búl): Lit. Touro. Homem com quem a mulher adúltera se relaciona. Popularmente conhecido como Ricardão. [ver Cuckold, Cuckquean, Cuckoldress, Cuckcake]
Bullwhip (Búl-uíp): Chicote clássico, com mais de 1,5m de comprimento, com cabo rígido, de couro trançado em camadas e com um cracker (estalador) na ponta.
Breath Control (bréth contrôu) / Controle da respiração: O dominante controla a respiração do submisso através de máscaras de gás ou aparatos similares, por asfixia ou cobrindo a boca e o nariz.
Body modification / Modificação corporal: Termo genérico para práticas que remoldam ou ornamentam o corpo para objetivos rituais, sexuais, eróticos, decorativos ou fetichistas. As práticas envolvem, normalmente, tatuagem, piercings, branding, cutting e corsetry [ver branding, cutting, corsetry].
Branding (brendin): Queimar a pele, geralmente com metal quente, para produzir uma cicatriz. Branding pode ser parte de uma cena, ritual ou modificação corporal. O design geralmente consiste de várias linhas desconexas e curvas, cada uma necessitando de uma queimadura diferente. A razão para a não conexão das linhas é para permitir que os elementos do desenho não formem cicatrizes disformes, visto que pele humana se recupera diferentemente do couro animal.
Boundaries (báundaris) / Fronteiras: Geralmente referentes aos limites negociados antes de uma sessão, cena ou discutidos periodicamente em um relacionamento.
Butt plug (bãt plãg) / Plug anal: Semelhante a um consolo, mas em formato de pera com uma base reta e larga, que serve para prevenir a entrada total do instrumento e possível perda na cavidade anal, enquanto o formato de pera mantém o plug no lugar. Existem de variados tamanhos e alguns podem vibrar.
Cage (Quêidj): Gaiola, jaula. Podem ser caixas de transporte paa animais de grande porte ou feitas sob medida.
Cane (queine): Lit. Bengala. Varas feitas de bambu tratado, rattan (semelhante ao bambu, mas não é oco), fibra, plástico, ou qualquer outro material que não estilhace.
Caning (queinin): Prática referente a golpear o bottom com uma cane.
Capuz / Hood (rúd): Uma cobertura para a cabeça. Capuzes no BDSM são feitos de vários materiais, principalmente couro, spandex e borracha. Alguns capuzes são feitos para ornamentação, outros funcionam como parte do Bondage para controlar ou restringir visão, audição, fala (incorporando um Gag), e/ou respiração.
Castidade: Uma forma de negação de orgasmo ou de erotismo, onde um bottom é proibido de acessar e/ou estimular seus genitais, exceto quando autorizado ou comandado pelo Top. Geralmente através de um dispositivo (cinto de castidade ou gaiola peniana), que previne o contato e é lacrado através de uma tranca controlada pelo Top.
Cat o’nine tails (quét onain teiuls) / Cat (quét) / Gato de nove caudas: Instrumento originalmente utilizado pela Marinha Inglesa. É, basicamente, um açoite com 9 tiras trançadas com nós nas pontas. O nome “Cat” pode ser usado para designar qualquer tipo de açoite.
Catarse: Purgação de emoções e/ou estresse durante uma cena. Pode ser intencional ou não.
C.C.C.: Um dos acrônimos do BDSM. Foi criado após o RACK e efetivamente cunhado após o PRICK por aqueles que estavam insatisfeitos com a falta de ligação emocional ao bem-estar dos participantes. Significa "Commited Compassionate Consent" ou Comprometimento ao Consentimento Compassivo".
Cena: 1.Um período de tempo estipulado para atividades BDSM. O mesmo que Sessão. 2. A comunidade BDSM ou fetichista (“a Cena”).
Checking-in / Conferindo: Ato de questionar o bottom como eles estão ou como se sentem durante uma cena. Perguntas específicas atingem objetivos mais úteis. Uma resposta positiva para “Você está bem?” significa apenas que a morte não está batendo à porta, mas podem existir problemas. “Você gostaria de sensações mais fortes (ou mais fracas)?” funciona melhor. “Está bom pra você?” durante uma cena é melhor que o clássico “Foi bom pra você?” após. Isto não deve substituir o foco e a observação do Top, sendo apenas mais um fio na malha da segurança.
Chicote / Whip: Objeto utilizado para bater em um bottom. Muitas pessoas na cena estrangeira utilizam o termo incluindo canes, paddles, slappers, etc., além dos chicotes propriamente ditos (ver Bullwhip, Snake whip, Stock whip) e açoites.
Chudwa / CHDW / Wannabe (Uãnabí): Acronimo para Clueless(sem-noção), Horny /Het (tarado/hetero), Dominant(dominante) Wannabe. Termo de escárnio usado para designar Wannabes [ver Wannabe].
Cingir: 1. Usar uma cília ou um acessório semelhante a um, mas menos envolvente que um corset. 2. Uma técnica do Bondage como, por exemplo, para apertar as voltas de uma corda para manter os punhos juntos, laçando transversalmente os anéis já feitos.
Cinto de Castidade / Gaiola peniana / Cock Cage (coque queij): Acessório projetado para frustrar, limitar ou restringir a atividade sexual, orgasmo e masturbação. A primeira menção detalhada de um instrumento deste tipo data de 1405. Diversos modelos foram desenvolvidos e aperfeiçoados, aumentando a segurança, o conforto e a higiene.
Clamp (clémp) / Presilhas / Braçadeiras: Clamps de mamilo (mini pregadores), pregadores de roupa e binders de papel (pregadores metálicos) são usados para prender ou espremer uma pequena parte de pele. Áreas-alvo comuns são mamilos, seios em geral, pênis, vulvas, e outras áreas eroticamente sensíveis como laterais do copo e laterais internas das coxas. Pesos podem ser adicionados para aumantar o rigor.
Clip / Clipe: [ver Clamp].
Clean (clin) / Limpo: Código ou gíria utilizada para descrever uma condição de estar livre de doenças [ver Code Word / Palavra Código].
Clueless (clulés) / Sem-noção / Tapado: Não ter a capacidade de entender um tópico. Pessoa sem discernimento.
Cock and Ball Torture / CBT / Tortura peniana e escrotal: Tortura infligida nestas partes do corpo usando pregadores de roupas, clamps em geral, eletrochoques, gaiolas penianas, agulhas, pesos, e vários tipos de amarras.
Code Word / Palavra Código: Palavra(s) usada(s)em anúncios pessoais para disfarçar tendências sexuais que possam ser inaceitáveis para a sociedade em geral.
Coleira – 1. Símbolo de entrega usado por um submisso. Uma coleira é dada em um relacionamento como símbolo de profundo comprometimento e união. Um submisso “encoleirado” é considerado como pertencente ou como parceiro do Dominador. 2. Uma peça de bondage utilizada ao redor do pescoço. [ver Pertencer / Ser pertencente, Encoleirado, Encoleiramento]
Comunidade fetichista: Nome dado ao grupo de pessoas que têm uma orientação sexual ou de gênero alternativa, não incluindo a comunidade LGBT baunilha.
Condicionamento: Termo usado na psicologia para o processo de criar deliberadamente um elo entre uma resposta desejada e um estímulo não relacionado. Muito do que as pessoas na comunidade BDSM se referem como treinamento ou treinamento de escravos usa técnicas clássicas de condicionamento. O primeiro período de psicologia teria um grande acréscimo de inscrições se os professores universitários percebessem que treinar um sub para ter um orgasmo sob comando é muito mais interessante que treinar pombos a jogar ping-pong.
Consciência eroticamente alterada: Qualquer um dos vários estados de consciência alterada atingidos pela estimulação erótica. [ver Sub-space, Endorfinas, Flying, Top-space]
Consensual: Comportamento ou atividades acordadas por todas as partes envolvidas. Consentimento real é consentimento informado e requer um conhecimento prévio e preciso de possíveis riscos.
Consentimento Condicional: A “ficada” BDSM. Uma troca de poder limitada, negociada por um Dom e um sub por uma cena única ou por um curto período de uma Play, como, por exemplo, uma noite, um dia ou um fim de semana. [ver Níveis de Troca de Poder]
Consentimento Contínuo Restrito: Um acordo negociado entre um Top e um bottom, para brincarem casualmente por um período de tempo estendido sem envolvimento emocional sério. [ver Níveis de troca de poder]
Consolo / Dildo: É um brinquedo sexual de fomato fálico, feito para penetração masturbatória ou durante o ato sexual com parceiros.
Contrato: Um acordo escrito entre um Dominador e um submisso. Pode ser formal ou não e, geralmente, é escrito após extensa negociação pelo dominador e o submisso, delineando a estrutura, diretrizes, regras e limites para a relação. Não é um contrato legal de união.
Crossdresser: Indivíduo que gosta de se vestir como o sexo oposto. Geralmente, mas não exclusivamente, homens que se vestem de mulheres.
Crossdressing: Praticar ações típicas de um crossdresser.
Crucificação: Bondage incorporando como acessório uma cruz. Os braços do submisso são amarrados, não pregados. Muito cuidado deve ser tomado para que o corpo esteja apropriadamente suportado, prevenindo, assim, a asfixia.
Cruz de Santo André: Um dispositivo de crucificação em forma de X.
Cuckcake (cãc-queik): É a mulher que se relaciona com o parceiro da cuckquean. Versão feminina do Bull. [ver Cuckquean, Bull]
Cuckold (cãcoud): Lit. Corno. É o homem cuja parceira é adúltera. No meio fetichista, é o homem que sente prazer em ser traído pela mulher com outro homem, denominado Bull. Muitas vezes, associado ao voyeurismo. [ver Bull, Cuckoldress, Voyeur]
Cuckoldress (cãcoudrés): Mulher adúltera do cuckold. Se relaciona com este e com o Bull. [ver Bull, Cuckold]
Cuckquean (cãc-cuin): Lit. Corna. É a mulher cujo parceiro é adúltero. Equivalente feminino ao Cuckold.
Cutting: 1. Fatiar a pele como parte de Modificação corporal, ritual ou cena. Mais frequentemente são transferidos desenhos para a pele como se fosse para o desenvolvimento de uma tatuagem. Em seguida, bisturis, navalhas, facas especiais para trabalhos artísticos, ou alguma outra ferramenta cortante incisam a pele entre 2mm e 5mm de profundidade. Cutting pode incluir coloração através de tintas para tatuagem ou cinza de charuto esfregada nas feridas abertas. Muito cuidado deve ser tomado para garantir condições estéreis. 2. A rachadura da pele por uso de um instrumento corporal. Chicotes de tira única, canes, talas e outros podem cortar se utilizados de maneira imprópria.
Disciplina: O “D” em B&D. Pode significar 1. Punição, 2. Treinamento estruturado de um submisso.
Dominação: O “D” em D&S. A postura ou ação de empoderamento consensual de um parceiro pelo outro para melhoria erótica.
D&S: Dominação e submissão. São os fundamentos emocionais e psicológicos do BDSM. Termo cunhado nos anos 1980 para descrever a dinâmica de poder em uma cena ou relacionamento. As pessoas utilizavam D/s para refletir a maneira como o poder era trocado em atividades SM ou para expressar de melhor maneira seus interesses em papéis como Mestre/escravo ou Pai/filho, por exemplo. Hoje em dia, o termo é utilizado, geralmente, para denotar relacionamentos construídos sobre uma dinâmica de poder Dominador-submisso onde a troca de poder é sempre ou quase sempre presente (podendo existir sem outros elementos BDSM). Estas dinâmicas podem ser reforçadas por vários rituais, protocolos e comportamentos e seus níveis de comprometimento tem nomenclaturas específicas (e.g. 24/7, TPE, APE).
Dominação Psicológica / Head games (réd gueims): Termos utilizados para descrever uma prática abusiva. Uma forma de manipulação psicológica não consensual, visando obter respostas comportamentais de uma pessoa em uma maneira específica para objetivos próprios.
Dominante, Dominador, Dom, Domme, Domina, Dominatrix: A pessoa que recebe o
controle em uma troca de poder consensual.Dominante pode se referir à ambos os sexos. Dominador e Dom, no Brasil, são apenas masculinos, enquanto “Dom” e “Dominant” pode ser unissex no exterior. Domme, Domina, Dominatrix são apenas femininos, sendo Dominatrix geralmente utilizado por Dominadoras profissionais.
Dor: Conjunto de sensações físicas, emocionais ou psicológicas, geralmente intermitentes.
Os termos seguintes são usados abertamente por praticantes BDSM do exterior, significando que, mesmo o BDSM podendo incluir um elemento de dor consensual, esta tem um propósito, sendo alguns tipos aceitos e outros não dentro de cada relação.
Um exemplo baunilha seria a dor sentida após uma sessão de exercícios na academia e a dor de quebrar uma perna.
Dor boa: É a dor esperada, provocada dentro dos limites, objetiva.
Dor ruim: É a dor fora dos limites, não mútua ou não valorizada, não desejada.
Dor erótica: Estímulos que são doloros sob condições normais, mas são prazerosas ou excitantes em um contexto sexual.
Drop (dróp): Sentimentos de abandono, depressão, medo, desgosto, remorso, etc. após participar de uma cena/sessão BDSM. Pode ser experienciado tanto por um Top quanto por um bottom. Jay Wiseman, autor de “SM 101” usa o termo “Top Drop” para descrever essas sensações quando sentidas por um Top e "Sub Drop" quando sentidas por um bottom. 
Dungeon (dãndjeon): Uma sala ou área com espaço e equipamentos BDSM.
Dungeon Monitor / Dungeon Master / DM: A pessoa que supervisiona as interações entre os participantes em uma Play Party ou em Dungeons, visando a obediência às regras da casa. Essencialmente, o vigia de um evento BDSM. São também os responsáveis por iniciar a festa e mantê-la acontecendo.
Edge play (édj plei): Atividades cujo risco é maior que o normal, tanto físico quanto emocional. Por ser uma definição subjetiva para praticantes específicos (i.e., o que é arriscado para mim, pode não ser arriscado para você), não existe uma lista universal do que está incluído nesta categoria. No entanto, existem algumas práticas que praticamente se encaixam sempre, incluindo Fireplay, Gunplay, Breathplay (asfixia) e Bloodplay. [ver citadas]
Electro-torture (eléctro-tórtchur) / Eletrochoque: Uso de estimulação elétrica para criar uma sensação física específica.
Encoleirado: 1. Submisso ou escravo que é possuído, geralmente (mas não exclusivamente) em uma relação íntima amorosa. Um Dominador pode ter diversos encoleirados. 2. Um status do Pet, para diferenciá-lo do “vadio”/ ”de rua”. [ver Pet, Pet play]
Encoleiramento: 1. Aceitação formal, por parte de um Dominador, dos serviços de um submisso. 2. A possessão de um Pet por um Mestre ou Treinador. 3. A cerimônia onde um Dominador se compromete com um submisso (semelhante a um casamento ou contrato).
Endorfinas: Endorfinas são substancias criadas pelo corpo para ajudar a resistir à dor ou estresse. Inteiramente natural, são opioides produzidos pelo Sistema Nervoso Central e pela Glândula Pituitária. O nome é a mistura dos termos “endo“ que significa “dentro” ou “de dentro” e “orfina”, sendo uma redução de morfina, ou seja, uma substancia como a morfina, originária de dentro do corpo. A descarga de endorfinas no corpo pode criar uma sensação de bem-estar, até mesmo de intoxicação, que é chamada de “Endorphin High”, ou “viagem de endorfina”. Pessoas diferem drasticamente em sua capacidade de liberar endorfina. A possibilidade de um indivíduo tornar-se viciado em endorfinas é existente.
Enema / Chuca: O instrumento usado para, ou o ato de injetar fluido no ânus para efetuar lavagem, purgação ou administração de medicamentos. Algumas pessoas incluem enemas em cenas BDSM para humilhação ou preparação para outras atividades (como fisting ou sexo anal), e/ou apenas por gostar da sensação.
English / Ingles: Code word para Spanking ou punição corporal utilizado em anúncios. Amplamente utilizado no exterior em mídia impressa baunilha. Por exemplo: “Devoto de cultura Inglesa busca parceiro receptivo” ao invés de “Sádico romântico procura amante masoquista”.
Equipamentos: Brinquedos, adereços, roupas e qualquer coisa que tenha sido usada especificamente para a cena.
Escravo: Um submisso envolvido em um relacionamento comprometido, incorporando uma fantasia compartilhada de Mestre/escravo. [ver Submisso, sub]
Estimulação Contrapolar: “Dói tão gostoso!”. Um tipo de estimulação física que incorpora sensações tanto de dor quanto de prazer.
Fang-chung shu (Artes da câmara interna): Um termo coletivo para técnicas sexuais taoistas (chinesas) praticadas para atingir a unidade com o Tao e/ou imortalidade. São ditas capazes de induzir estados de consciência alterada. Ho-ch’i (unificação de respirações) é uma técnica de Fang-chung shu. Os objetivos e técnicas do Fang-chung shu são similares a algumas aplicadas no BDSM.
Fetiche: Uma fixação sexual em uma atividade ou objeto.
Figging: Prática onde o Top insere uma raiz de gengibre descascada em forma de plug na vagina ou ânus do bottom.
Firecupping (faiercãping) / Copos de fogo: É uma forma de Temperature play que utiliza uma técnica oriental bastante antiga que visava extrair pequenas quantidades de sangue do paciente de forma a curá-lo de uma enfermidade. Apesar de ser uma prática com fogo, o efeito é mais semelhante à clamps e pregadores. [ver Fireplay]
Fireplay (faierplei) / Brincadeira com fogo: É uma Temperature play onde a chama utilizada chega muito próxima ou toca a pele. Isto pode significar aquecer um bottom com uma tocha, acender combustíveis sobre a pele do bottom, acender um algodão especial sobre o bottom e outras maneiras criativas de utilizar o fogo. [ver Edge play]
Fire & ice (fáier en áis) / Fogo e gelo: É uma Temperature Play. O uso de calor e frio para estimulação sexual, especialmente cera derretida de uma vela e gelo aplicado na pele. [ver Fireplay]
Fisting: Inserção total da mão na vagina (Fisting vaginal) ou no ânus (fisting anal).
Flagelação: A arte de bater, chicotear ou açoitar um ser humano.
Flogger (flóguer): [ver Açoite]
Flogging (flóguin): [ver Açoitar]
Flying / Voando: um estado de consciência transcendente atingido às vezes durante uma cena. Esta sensação foi descrita inúmeras vezes e por tantas fontes independentes uma da outra que a sensação não é considerada inválida, apesar de seu teor. Sentimentos descritos por submissos se assemelham àqueles de experiências extracorpóreas e geralmente incluem uma ligação psíquica com o Dominador. Mais comumente, esta ligação é sentida tanto como uma corrente ligada ao Dominador ou como a sensação de estar cercado e protegido pela presença ou consciência do Dominador. A exaltação e o vazio experimentados após o Flying podem ser sentidos por horas ou até dias após a sessão.
Foot Fetish (fut fétish): [ver Podolatria]
French / Frances: Code word para beijos envolvendo língua, cunnilingus e felação.


Continua na parte 2!
Até lá!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Entrevista no "Iniciação ao BDSM" - No Paredão, rsrs

ATUALIZAÇÃO: Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Como disse no primeiro post, fui entrevistado alguns dias atrás no Facebook.
A entrevista aconteceu no dia 07/05/14 e teve a duração de 3 horas. Foi moderada pela Bia Baccellet, moderadora do grupo "Iniciação ao BDSM".
Segue a entrevista na íntegra.


Bia Baccellet: Iniciando mais uma entrevista "Na Berlinda BDSM", por favor apresente-se Senhor Dom Gabriel. Seja bem vindo!!!

Dom Gabriel: Gabriel, 26 anos, moro em Niterói, RJ. Biólogo, baixista, ateu, nerd e Dominador iniciante. Boa noite.

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Helena Pimenta: Bem, vou começar pelo início...rs... então, Dom Gabriel, o que foi que o chamou para o BDSM, como foi o seu início, e quais as suas práticas preferidas até o momento?

Dom Gabriel: Acho que já nasci sendo um dominador, Helena. Sempre gostei de ter as namoradas "na rédea" e do sexo mais "sujo". Algumas experiencias específicas foram dando estalos como uma que gostava bastante de apanhar, outra que gostava de asfixia, amarrar partes do corpo sempre foram divertidas demais pra mim. Até que, um belo dia, a ficha caiu e foi meio como acordar. Vc não percebe como aconteceu, mas quando vê, já foi. rsrs
Dentre as práticas, o spanking -principalmente com a mão - e a asfixia são campeões. rsrs
Meu shibari precisa de treino, mas tá no topo da lista também.

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Helena Pimenta: O que chama de "sexo mais "sujo", poderia falar mais a respeito?

Dom Gabriel Sexo menos convencional, Helena. Por exemplo, sexo sem tapas não tem graça, puxão de cabelo, mordidas, "rough-sex", entende? O tipo de coisas que, prum baunilha, são inaceitáveis.

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Marco Bauhaus Mishima: Quais coisas, das que conhece, tem muita vontade de aprender e começar a praticar? E quais seriam um limite seu?

Dom Gabriel: Tenho curiosidade com Needleplay (pelo sadismo) e fireplay (pela beleza da cena). Definitivamente as chuvas marrom e dourada estão off-limits. Sangue também não é algo que me deixe confortável, então knifeplay, vampirismo e práticas relacionadas à verter sangue estão off-limits também. Fora isso, tudo é negociável, creio.
Tb tenho bastante vontade brincar com velas...

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Helena Pimenta: O Senhor se definiu logo acima como um "Dom iniciante", e pelas descrições está descobrindo seus prazeres, levando isso em conta, poderia, por favor, nos dizer quais as expectativas que tem nessa jornada no BDSM? Como se vê em, digamos, 10 anos? (bem pergunta de RH....rsrsrsrsrsrs).

Dom Gabriel:  Acho que as expectativas são basicamente as mesmas de qualquer pessoa que leve a vida a sério. Aumentar o conhecimento e a prática, cometer cada vez menos erros, ser um bom exemplo pra quem começar depois de mim. Não sei exatamente onde nem o que estarei fazendo daqui a 10 anos, mas espero que seja pelo menos 10 vezes melhor do que sou hoje. Mas segundo meus amigos, daqui a 10 anos estarei num caixão...
HAHAHAHAHAHAHA

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Lucy De Dom Daniel: Dom Gabri, boa noite. você saberia descrever o que sente batendo em alguém? de onde vem o prazer? é relevante se a praticante é masoquista ou apenas submissa? seu prazer vem do ato de bater ou da compreensão de prazer do outro?

Dom Gabriel: Alívio e liberdade, Lucy. A sensação de, finalmente, estar pondo meu verdadeiro eu pra fora. Não sei precisar essa relevancia ainda, mas sempre tive a tendencia a "dobrar" a pessoa ao meu gosto. Submeter uma masoquista talvez seja, de certa forma, mais fácil que efetivamente submeter uma submissa pela praticidade do físico dobrar o psicológico (pelo menos em questãoes sexuais).
Quanto ao prazer, acho que vem de um turbilhão de sensações e emoções que emergem ao mesmo tempo. Gerar prazer em uma pessoa é excitante, saber que ela gosta de cada coisa que vc está fazendo é excitante. E, bom... sou um tanto quanto sádico e sempre fui apaixonado por provocar marcas e hematomas. Então, acho que o prazer vem por todos os pontos de vista.

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Helena Pimenta: Senhor, quais são as suas impressões, estudos, compreensão, a respeito da Dominação Psicológica? O Senhor a pratica? Quais os cuidados que deve ter nessa prática, em sua visão, e principalmente num suposto rompimento, como deveria se dar o desligamento/rompimento de tal prática?

Dom Gabriel: Não consegui entender essa história de dominação psicológica ainda. A relação de dominação-submissão é, por natureza, psicológica. Acho que o que definem como essa DP é mais "abuso psicológico" que dominação. Entrar na cabeça de alguém, dobrar à sua vontade, conquistar, são coisas relativamente simples quando a pessoa está disposta à isso. A "DP" é uma forma de driblar o querer da outra pessoa e forçar a entrega. De tudo que vi até agora sobre isso, vi chantagem, tortura psicológica, privação de convívio social... Os danos de qualquer relação assim (pq isso tb existe no baunilha) são gigantescos e o rompimento teria que ser muito lento e gradual pra evitá-los ou, pelo menos, mitigá-los.
(O Marco tem um texto maravilhoso sobre isso que serviu pra confirmar o q eu já pensava)

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Helena Pimenta: Como o Senhor percebe os praticantes com quem convive/interage, quais os valores que adota/admira e os que não lhe agradam? Tem algum tipo de postura que lhe causa uma sensação ruim, entre Tops, ou bottom´s ?

Dom Gabriel:  São pessoas sensacionais, Helena. Cada um com seu jeito e personalidade, mas todos apaionantes à sua maneira. Os principais valores? Acho que são os que eu já prezo em mim mesmo... honestidade, lealdade, amizade... Acho que a única coisa que me incomoda é a hipocrisia em alguns detalhes, principalmente com a história de preconceito/aceitação de práticas e estereótipos físicos (mas que não vem ao caso).

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Bia Baccellet: Pode nos dar sua impressão sobre a Dominação Virtual? Como vê esse tipo de prática?

Dom Gabriel: Acho que é um bonus, Bia. Entendo isso como só mais um acessório pra relação D/s. O que não pode é ser uma prática autossuficiente e cujo foco da relação seja um computador com webcam.

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Cerberus Carvalho: E como interpreta os relacionamentos a distancia?

Dom Gabriel: Não vejo problemas, desde que haja fidelidade e honestidade,Cerberus. Infelizmente, pra que isso aconteceça, ambas as pessoas devem dar atenção à estes pontos, devem querer fazer o esforço pra que perdure e melhore e, principalmente, devem ser pacientes. MUITO pacientes.
Infelizmente, esse tipo de perseveraça é raro hoje em dia e, caso um dos dois não esteja tão disposto quanto o outro, a relação estará fadada ao fracasso.

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Marcinha Devassa: O senhor dominaria um sub homem?

Dom Gabriel: Marcinha, a priori, não. BDSM é, pra mim, uma extensão do sexo então, não dominaria um homem.

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Dom Daniel: Eu pessoalmente gosto da dominação, com ou sem violência. Você tem algum interesse nisso? E ali em cima você falou de dominação psicológica (DP - essa sigla me lembra outra coisa). Você acha que a disciplina envolve algum nível de DP?

Dom Gabriel: 100% interessado nisso, Daniel. rsrs tb me lembra outra coisa. hahaha
Acho que, num nível bem basal, envolve sim. O que chamam de dominação psicológica eu entendo como castigo. Dar um gelo, deixar a pessoa "no escuro" sem saber se vc vai falar com ela em 2 minutos ou 2 dias, fazer uma chantagenzinha de leve, acho que funcionam como ações disciplinatórias, mas devem ser pontuais.

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Helena Pimenta: Senhor, quais os valores que busca em uma possível posse?!?!

Dom Gabriel: Honestidade, lealdade, vontade de se superar, disposição pra servir e obedecer, companheirismo e, primordialmente, inteligencia. Ah! óbvio, ela tem que gostar das mesmas coisas que eu, ou, no mínimo, estar disposta a experimentá-las.

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Caio Flavio: Dom Gabriel, você é um dos poucos entre muitos e o único entre meu rol de amigos que se assume "iniciante". Te admiro por isso como já falei outras vezes (digno). Como você pensa em conduzir uma D/s de modo que o nível de profundidade da relação não ultrapasse os limites da sanidade? Teme se perder em sua dominação ou sente-se completamente seguro para iniciar um D/s?

Dom Gabriel Obrigado pelo elogio! Rsrs Excelente pergunta, Caio. Sinceramente, não faço ideia. Acho que manter o jogo aberto 100% do tempo seja o ideal. Óbvio que um detalhe ou outro pode ser momentaneamente omitidos, mas não podem ficar escondidos pra sempre (e.g. uma ordem que pareça muito doida a princípio, mas que tem um motivo). Ainda assim, acho que existe o perigo da loucura. Se podem ocorrer no baunilha, com certeza absoluta podem acontecer no BDSM. Estou certo de que, em algum momento isso pode vir a acontecer.
Sinceramente, acho que qualquer dominador sensato - tenha ele 3 meses, 3 anos ou 3 décadas no meio - tem esse medo. E, trazendo uma questão de lidar com predadores como vida profissional, o medo é justamente o que impede que um bicho coma a sua cabeça ou que vc cometa erros muito drásticos em um relacionamento tão deslumbrante quanto uma D/s.

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Bia Baccellet: O que acha das(os) Switchers? Pode nos dar sua impressão?

Dom Gabriel: Acho-os pessoas interessantíssimas, Bia. Aproveitar os dois lados de uma coisa muito legal deve ser excelente e, eles só trazem pra visão sexual algo que todos nós fazemos diariamente na vida profissional e/ou familiar, que é submeter pessoas e ser submisso a outras. Infelizmente, poucos que o são tem coragem de assumir (mas fica a ideia pr# próxim# entrevistad#!)

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Helena Pimenta: Senhor, como encara as negociações? quais os meios para uma boa negociação?

Dom Gabriel: rsrs, de novo: honestidade, Helena. Cartas na mesa e jogo aberto o tempo todo. Como vovó dizia: "o combinado nunca sai caro". E um outro ponto também: saber ceder. "A vara que se dobra não se quebra". rsrsrs

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Helena Pimenta: Aproveitando o gancho e a idéia para a próxima entrevista....rs... vou adiantar e perguntar, o Senhor, dentro de uma relação SM, tem a curiosidade de explorar o outro lado do chicote (não necessariamente chicote...rs)? mesmo que por pura brincadeira?

Dom Gabriel: Bom... eu gosto bastante de ser arranhado durante o sexo, então... rsrsrs
Eu me permitiria ser amarrado/algemado/etc prum jogo de sedução e, esporadicamente eu gosto de "dar o poder" pra mulher poder fazer o que quiser na cama (que, confesso, é exatamente naquela hora que bate um cansaço ou uma preguiça de ficar em uma posição X. hahahahaha), mas sempre dando a ordem/autorização pra que isso aconteça. E, via de regra, cada coisa que eu pretenda usar, eu testo em mim, mas isso é básico prum dominador, né? rsrsrs

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Marcinha Devassa: O senhor é a favor da criatividade do dom em assessórios p sessão. Ou prefere comprar?

Dom Gabriel: As duas coisas, Marcinha! Aliás, ultimamente tenho me pego pensando bastante em confecção de materiais que é um meio termo... Mas estou aqui feliz e contente com uma Cane e uma tala de equitação que acabaram de chegar. E imaginando bastante os efeitos de um cinto específico ou de um flogger que tenho pensado em fazer... Aqui no "braziu" nós precisamos ser criativos, pq, sinceramente, o que se encontra vendendo por aí é vagabundo demais e muito caro...

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Lucy De Dom Daniel: Dom Gabri, você se considera exibicionista?

Dom Gabriel: Sou um pouco, Lucy. Gosto que as pessoas saibam das minhas vitórias. E, sejam fotos na rede social pra serem curtidas, sejam gritos pela janela, é divertido saber que alguém pode estar passando na rua e pensar "a coisa ali tá boa, hein!". rsrsrs

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Bia Baccellet: Qual sua opinião sobre irmãs de coleira? E sobre canil?

Dom Gabriel: Acho que 2 ou mais mulheres juntas fazem parte da fantasia de todo homem. hehehe E uma, duas ou mais mulheres se submentendo devem fazer parte da fantasia, se não de todos, de boa parte dos dominadores. Mas as duas têm que se dar bem, senão a coisa não se sustenta. Hoje em dia, não teria um canil ainda, mas se daqui a 10 anos o tabaco não tiver me carregado, quem sabe como estarei? rsrs

Dom Gabriel: Só pra complementar a última resposta: no baunilha eu já tive a oportunidade. Devo confessar que estou ansioso pra quando ocorrer a chance de ter 2 inteiramente à disposição pro meu sadismo em um ménage BDSM. rsrsrs

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Caio Flavio: Dom Gabriel, você tem um perfil traçado de submissa (físico e intelectual) que lhe agrade ou esses fatores são de pouca significância?

Dom Gabriel: Físico: Eu não sou muito chegado a magrelas, rsrrs Acho que de "normal" à gordinha, tá valendo. A pessoa tem que ser sexy e bonita (rosto). É o principal.
Não precisa ter isso ou aquilo grande ou pequeno, gosto do "conjunto da obra". Prefiro morenas a loiras, e ruivas são o desejo de todo homem. rsrsrs E prefiro baixinhas a altas. Mas, como disse ali em cima, sendo sexy, tá valendo.
Intelectual já é mais complicado de definir pq se mistura muito com a personalidade... Mas uma pessoa que goste de ler, que ouça boa música (se gostar de fanque, já tem uns 50 pontos negativos), que possa e goste de conversar sobre vários assuntos. Bom humor é essencial. Resumindo: uma pessoa interessante. Dominar uma mula com Down não tem graça... rsrsrs

ADENDO: Quero deixar claro que, na última linha da resposta anterior, em nenhum momento tive a intenção de ofender portadores de Síndrome de Down. Caso tenha se sentido ofendido, peço desculpas.

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Bia Baccellet: No início de seus estudo do BDSM, o que mais chamou sua atenção?

Dom Gabriel: A falta de material de estudo em português e a dificuldade de encontrar material até mesmo lá fora. Pra quem está iniciando, é tudo muito "secreto" e de difícil acesso. Uma vez que encontre um bom site, este leva a outros e por aí vai, mas em português, foi chocante ver como o meio ainda é carente de informações.

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Caio Flavio: Aproveitando o gancho: Você acha que o excesso de informações, desde blogs, livros literários e outros poder deturpar o meio?

Dom Gabriel: A princípio, não. Ou, pelo menos, não pra quem sabe pesquisar e tem interesse em conferir informações. Prum iniciante, ter um mar de sites/blogs/revistas digitais e físicas, pode ser bom pra se encontrar no mundo, mas pode gerar confusão por ideias conflitantes. Nós temos a tendencia de desistirmos das coisas que vemos muito, de achar que "perderam a graça", então o excesso pode vir a trazer este lado negativo de banalizar um pouco, mas não é nada que vá "machucar" o meio e/ou os praticantes que realmente se sentem e fazem parte do BDSM.

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Caio Flavio: Dom Gabriel, você observa muito preconceito por você se declarar iniciante? Se sim, como você lida com isso?

Dom Gabriel: Caio, sim, mas nunca é aberto. Dá pra sentir que quando algumas pessoas lêem/escutam a palavra "iniciante", automaticamente surge um carimbo de "rejeitado" na minha testa. Rsrs A reação varia... depende do meu humor. Vai de "toco o foda-se" pra "bando de hipócritas, acho que essa porra não é pra mim". hahahhahaah
Mas, no geral, deixo passar pq eu sei que, mais cedo ou mais tarde, o mesmo respeito que vc tem por eu falar a verdade virá de cada vez mais gente, e aí tudo de ajeita. Rsrsrs E, quem sabe, um dia eu largo meia dúzia de chicotadas em quem desdenhou no começo., hahahaha

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Marco Bauhaus Mishima: Explorando o tema... Já esbarrou com alguém com conceitos totalmente fora do razoável sobre o BDSM (sendo praticante ou não)? Se sim, como eram os conceitos?

Dom Gabriel: Pergunta complexa, Marco... Ainda não encontrei ninguém assim e talvez seja preconceito meu, talvez seja só por ser meu limite, mas alguns níveis de sadismo ou de práticas fetichistas estão fora do que eu consigo aceitar como BDSM hoje em dia. Castrações, fezes, torturas genitais, golpes exagerados no rosto/cabeça... acho que essas práticas saem de qualquer nível de segurança/saúde, independente de ser consensual, de ser risco conhecido, etc...

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Caio Flavio: Entrevista encerrada! Agradeço ao Dom Gabriel pela pela disponibilidade e tomo a liberdade de parabenizá-lo pela postura. Boa noite a todos. Até semana que vem!

Dom Gabriel: Obrigado a todos que perguntaram e à Bia Baccellet pelo convite.

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Bom, é isso aí.
Como sempre, estou aberto ao debate, e adoraria conversar sobre quaisquer temas, seja você Top, bottom, Switcher, baunilha, assexuado, aposicionado (será?), etc., desde que mantendo aquele excelente nível de educação.
Se você gostou e quer divulgar, por favor, faça-o, mas eu gostaria muito de receber um link com o local onde foi compartilhado, até mesmo pra participar das discussões (caso existam).
Se não gostou, pode divulgar também! rsrsrs Aceito críticas numa boa (afinal, o chicote tá na minha mão, né? rsrs)

Até a próxima!