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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Glossário - Parte 1 - A-F

Caso veja algum termo em algum site e não encontre o significado aqui, não deixe de comentar. Sabendo o que falta, posso adicionar e tornar o glossário cada vez melhor e mais completo.


Antes de prosseguir com os posts, sinto a obrigação de fornecer (mais um) glossário ou “dicionário” BDSM. Não só os iniciantes se confundem com os termos, mas alguns já iniciados e até mesmo algumas pessoas mais antigas no meio, muitas vezes por não terem um conhecimento adequado (avançado?) de Inglês - lingua mater do BDSM – acabam se confundindo com o significado dos termos, o que, a meu ver, pode gerar uma certa confusão quanto a funções e funcionalidades de certas práticas.
Utilizei como base os livros “Screw the roses, send me the thorns”, “The ultimate guide to kink”, alguns dos blogs listados aqui na coluna à direita da página, o glossário da página inglesa da Wikipedia, um ou dois dicionários online e, provavelmente mais algum site ou texto que, porventura, tenha esquecido de anotar.
Não pretendo que este seja o mais completo, ou o mais correto, mas vou me esforçar bastante pra que seja bastante útil.

Como muitos termos são em inglês, tomei a liberdade de transcrever a pronúncia aproximada - o que foi bastante divertido, diga-se de passagem - para que aqueles que não tem este conhecimento poderem pronunciá-los de forma mais correta. Sendo assim, o que verão será:
Termo (pronúncia): Significado [ver Termo relacionado]

24/7: Uma relação onde os protocolos ocorrem continuamente. Literalmente 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Abrasão/Abrasion play (Abreijon plei): Prática ligada ao desgaste por atrito; ato de raspar, friccionar, esfregar, etc.
Açoite: Um chicote com várias pontas não trançadas.
Açoitar: Golpear com um açoite.
Aftercare (Éfterquér ou Áfterquér): Período de tempo após uma cena ou sessão, onde os participantes se acalmam, discutem os eventos prévios e suas reações. É o momento onde ambos “voltam à realidade”. Práticas BDSM envolvem uma descarga muito grande de endorfinas e a falha em efetuar esta prática corretamente pode levar ao drop. [ver Drop, Subdrop]
Ageplay (Eidj-plei): Lit. brincadeira de idade. Prática onde um ou ambos os participantes assumem papeis de idades diferentes da real. Geralmente Parente/criança, Professor/aluno, mas ainda podendo ser Idoso/enfermeiro, Avô/neto. Não inclui necessariamente a insinuação de incesto, mas sim a relação afetiva entre as partes.
Algemas: dispositivos mecânicos destinados a manter presos os pulsos, tornozelos ou dedos de uma pessoa. Podem ser de metal, de couro, de plástico, de corda ou zip-ties.  
Algolagnia: É o ato de transformar dor em prazer sexual. É um sinônimo para sadomasoquismo. [ver: Sadismo, Masoquismo]
Anal play (Einal plei): Lit. Brincadeira anal. Qualquer prática sexual ou fetichista relacionada ao ânus ou reto. Inclui, grosseiramente, sexo anal, enema, fisting anal, anilingus.
Anal torture (Einal tórtchur): Lit. tortura anal. Prática de infligir dor no ânus.
Anilingus: Sexo oral-anal.
Animalismo/Fantasia de Transformação Animal: Fetiche onde o foco é a entrada do sub em um estado alterado de comportamento, imitando o de uma outra espécie (cães, gatos, cavalos, etc.). [ver Animal Play, Petplay]
Animal Play: O bottom age e/ou se veste como um animal (cãozinho, gatinho, pônei, vaca, raposa, etc.). [ver Animalismo/Fantasia de Transformação Animal, Petplay]
Asfixia: Prática onde o Top restringe o fluxo de ar (e/ou sanguíneo), visando atingir o aumento da sensação orgasmática.
Balanço: Dispositivo de suspensão total. Útil em associação com acessórios menores de privação de sentidos, ou para a prática sexual. Bastante útil também para espancamentos e torturas específicas.
Baunilha: Descreve pessoas, coisas, ações, práticas e atividades que não fazem parte da cena BDSM. O termo não deve ser usado pejorativamente.
BDSM: Acrônimo criado no final dos anos 1980 através de fóruns na internet para amortecer o impacto causado na sociedade pelo termo Sadomasoquismo. Só começou a ser efetiva e amplamente aceito no início dos anos 2000. Incorpora as siglas B&D (Bondade e Disciplina), D&S (Dominação e Submissão) e S&M (Sadismo e Masoquismo).
Bloodplay: Práticas relacionadas a sangue. Geralmente ligadas ao Vampirismo clínico ou ao Estilo de vida Vampira.
Bondage (Bôndaj): Qualquer prática ou ato de restringir fisicamente os movimentos, partes do corpo e/ou sentidos.
Bondage e Disciplina (B&D): Um termo clássico e amplo referente à diversas práticas sexuais incluindo bondage, treinamento de escravos, punição corporal e representações de dominação e submissão. Termo surgido em revistas nos anos 1970 e largamente usado nos anos 1980 pelos praticantes do Love Bondage (bondage do amor), prática mais aceita e um menor alvo do preconceito que o sadomasoquismo.
Bondage Japonês: [ver Shibari]
Bondage mental ou psicológico: Bondage sem cordas, por comando. Um bottom instruído por seu dominador a se manter em uma posição se sentirá obrigado a obedecer.
Bottom: Qualquer praticante que seja o participante passivo, ou seja, é quem se submete ao bondage, ao treinamento, às punições corporais, é o masoquista, etc., mas não é necessariamente ligado emocionalmente à/ao parceiro dominante (Top).
Bottoming from the top: Lit. “se submeter por cima”. Originalmente era um termo ruim, que denegria o Top que permitia que o bottom controlasse a cena. Esta prática se tornou um estilo válido de prática. Muitos Tops participam de cenas onde eles preferem recebem ao menos alguns direcionamentos de seus bottoms. Alguns até preferem este estilo de prática e gostam de se denominar Submissos sádicos. No Brasil, ainda é uma prática não muito aceita. [ver também Topping from the bottom].
Brat (Bret): Um bottom que gosta de discutir e lutar contra o controle, ou de desafiar o Top. É uma prática de amplo espectro que se estende do “inferior arrogante” ao “masoquista espertinho”. Alguns brats estão apenas testando o dominante, outros tem o desejo real de serem “conquistados e domados”, enquanto outros apenas não gostam de ser dominados [ver também Masoquista espertinho].
Breast bondage (Brést bôndaj): Amarrar os seios com cordas, fios, barbantes, elásticos, cachecóis, etc. como parte do S&M ou play erótico. Pode envolver Nipple bondage ou clamping [ver Nipple bondage, clamping].
Brown Shower (bráun xáuer): [ver Scat]
Bull (Búl): Lit. Touro. Homem com quem a mulher adúltera se relaciona. Popularmente conhecido como Ricardão. [ver Cuckold, Cuckquean, Cuckoldress, Cuckcake]
Bullwhip (Búl-uíp): Chicote clássico, com mais de 1,5m de comprimento, com cabo rígido, de couro trançado em camadas e com um cracker (estalador) na ponta.
Breath Control (bréth contrôu) / Controle da respiração: O dominante controla a respiração do submisso através de máscaras de gás ou aparatos similares, por asfixia ou cobrindo a boca e o nariz.
Body modification / Modificação corporal: Termo genérico para práticas que remoldam ou ornamentam o corpo para objetivos rituais, sexuais, eróticos, decorativos ou fetichistas. As práticas envolvem, normalmente, tatuagem, piercings, branding, cutting e corsetry [ver branding, cutting, corsetry].
Branding (brendin): Queimar a pele, geralmente com metal quente, para produzir uma cicatriz. Branding pode ser parte de uma cena, ritual ou modificação corporal. O design geralmente consiste de várias linhas desconexas e curvas, cada uma necessitando de uma queimadura diferente. A razão para a não conexão das linhas é para permitir que os elementos do desenho não formem cicatrizes disformes, visto que pele humana se recupera diferentemente do couro animal.
Boundaries (báundaris) / Fronteiras: Geralmente referentes aos limites negociados antes de uma sessão, cena ou discutidos periodicamente em um relacionamento.
Butt plug (bãt plãg) / Plug anal: Semelhante a um consolo, mas em formato de pera com uma base reta e larga, que serve para prevenir a entrada total do instrumento e possível perda na cavidade anal, enquanto o formato de pera mantém o plug no lugar. Existem de variados tamanhos e alguns podem vibrar.
Cage (Quêidj): Gaiola, jaula. Podem ser caixas de transporte paa animais de grande porte ou feitas sob medida.
Cane (queine): Lit. Bengala. Varas feitas de bambu tratado, rattan (semelhante ao bambu, mas não é oco), fibra, plástico, ou qualquer outro material que não estilhace.
Caning (queinin): Prática referente a golpear o bottom com uma cane.
Capuz / Hood (rúd): Uma cobertura para a cabeça. Capuzes no BDSM são feitos de vários materiais, principalmente couro, spandex e borracha. Alguns capuzes são feitos para ornamentação, outros funcionam como parte do Bondage para controlar ou restringir visão, audição, fala (incorporando um Gag), e/ou respiração.
Castidade: Uma forma de negação de orgasmo ou de erotismo, onde um bottom é proibido de acessar e/ou estimular seus genitais, exceto quando autorizado ou comandado pelo Top. Geralmente através de um dispositivo (cinto de castidade ou gaiola peniana), que previne o contato e é lacrado através de uma tranca controlada pelo Top.
Cat o’nine tails (quét onain teiuls) / Cat (quét) / Gato de nove caudas: Instrumento originalmente utilizado pela Marinha Inglesa. É, basicamente, um açoite com 9 tiras trançadas com nós nas pontas. O nome “Cat” pode ser usado para designar qualquer tipo de açoite.
Catarse: Purgação de emoções e/ou estresse durante uma cena. Pode ser intencional ou não.
C.C.C.: Um dos acrônimos do BDSM. Foi criado após o RACK e efetivamente cunhado após o PRICK por aqueles que estavam insatisfeitos com a falta de ligação emocional ao bem-estar dos participantes. Significa "Commited Compassionate Consent" ou Comprometimento ao Consentimento Compassivo".
Cena: 1.Um período de tempo estipulado para atividades BDSM. O mesmo que Sessão. 2. A comunidade BDSM ou fetichista (“a Cena”).
Checking-in / Conferindo: Ato de questionar o bottom como eles estão ou como se sentem durante uma cena. Perguntas específicas atingem objetivos mais úteis. Uma resposta positiva para “Você está bem?” significa apenas que a morte não está batendo à porta, mas podem existir problemas. “Você gostaria de sensações mais fortes (ou mais fracas)?” funciona melhor. “Está bom pra você?” durante uma cena é melhor que o clássico “Foi bom pra você?” após. Isto não deve substituir o foco e a observação do Top, sendo apenas mais um fio na malha da segurança.
Chicote / Whip: Objeto utilizado para bater em um bottom. Muitas pessoas na cena estrangeira utilizam o termo incluindo canes, paddles, slappers, etc., além dos chicotes propriamente ditos (ver Bullwhip, Snake whip, Stock whip) e açoites.
Chudwa / CHDW / Wannabe (Uãnabí): Acronimo para Clueless(sem-noção), Horny /Het (tarado/hetero), Dominant(dominante) Wannabe. Termo de escárnio usado para designar Wannabes [ver Wannabe].
Cingir: 1. Usar uma cília ou um acessório semelhante a um, mas menos envolvente que um corset. 2. Uma técnica do Bondage como, por exemplo, para apertar as voltas de uma corda para manter os punhos juntos, laçando transversalmente os anéis já feitos.
Cinto de Castidade / Gaiola peniana / Cock Cage (coque queij): Acessório projetado para frustrar, limitar ou restringir a atividade sexual, orgasmo e masturbação. A primeira menção detalhada de um instrumento deste tipo data de 1405. Diversos modelos foram desenvolvidos e aperfeiçoados, aumentando a segurança, o conforto e a higiene.
Clamp (clémp) / Presilhas / Braçadeiras: Clamps de mamilo (mini pregadores), pregadores de roupa e binders de papel (pregadores metálicos) são usados para prender ou espremer uma pequena parte de pele. Áreas-alvo comuns são mamilos, seios em geral, pênis, vulvas, e outras áreas eroticamente sensíveis como laterais do copo e laterais internas das coxas. Pesos podem ser adicionados para aumantar o rigor.
Clip / Clipe: [ver Clamp].
Clean (clin) / Limpo: Código ou gíria utilizada para descrever uma condição de estar livre de doenças [ver Code Word / Palavra Código].
Clueless (clulés) / Sem-noção / Tapado: Não ter a capacidade de entender um tópico. Pessoa sem discernimento.
Cock and Ball Torture / CBT / Tortura peniana e escrotal: Tortura infligida nestas partes do corpo usando pregadores de roupas, clamps em geral, eletrochoques, gaiolas penianas, agulhas, pesos, e vários tipos de amarras.
Code Word / Palavra Código: Palavra(s) usada(s)em anúncios pessoais para disfarçar tendências sexuais que possam ser inaceitáveis para a sociedade em geral.
Coleira – 1. Símbolo de entrega usado por um submisso. Uma coleira é dada em um relacionamento como símbolo de profundo comprometimento e união. Um submisso “encoleirado” é considerado como pertencente ou como parceiro do Dominador. 2. Uma peça de bondage utilizada ao redor do pescoço. [ver Pertencer / Ser pertencente, Encoleirado, Encoleiramento]
Comunidade fetichista: Nome dado ao grupo de pessoas que têm uma orientação sexual ou de gênero alternativa, não incluindo a comunidade LGBT baunilha.
Condicionamento: Termo usado na psicologia para o processo de criar deliberadamente um elo entre uma resposta desejada e um estímulo não relacionado. Muito do que as pessoas na comunidade BDSM se referem como treinamento ou treinamento de escravos usa técnicas clássicas de condicionamento. O primeiro período de psicologia teria um grande acréscimo de inscrições se os professores universitários percebessem que treinar um sub para ter um orgasmo sob comando é muito mais interessante que treinar pombos a jogar ping-pong.
Consciência eroticamente alterada: Qualquer um dos vários estados de consciência alterada atingidos pela estimulação erótica. [ver Sub-space, Endorfinas, Flying, Top-space]
Consensual: Comportamento ou atividades acordadas por todas as partes envolvidas. Consentimento real é consentimento informado e requer um conhecimento prévio e preciso de possíveis riscos.
Consentimento Condicional: A “ficada” BDSM. Uma troca de poder limitada, negociada por um Dom e um sub por uma cena única ou por um curto período de uma Play, como, por exemplo, uma noite, um dia ou um fim de semana. [ver Níveis de Troca de Poder]
Consentimento Contínuo Restrito: Um acordo negociado entre um Top e um bottom, para brincarem casualmente por um período de tempo estendido sem envolvimento emocional sério. [ver Níveis de troca de poder]
Consolo / Dildo: É um brinquedo sexual de fomato fálico, feito para penetração masturbatória ou durante o ato sexual com parceiros.
Contrato: Um acordo escrito entre um Dominador e um submisso. Pode ser formal ou não e, geralmente, é escrito após extensa negociação pelo dominador e o submisso, delineando a estrutura, diretrizes, regras e limites para a relação. Não é um contrato legal de união.
Crossdresser: Indivíduo que gosta de se vestir como o sexo oposto. Geralmente, mas não exclusivamente, homens que se vestem de mulheres.
Crossdressing: Praticar ações típicas de um crossdresser.
Crucificação: Bondage incorporando como acessório uma cruz. Os braços do submisso são amarrados, não pregados. Muito cuidado deve ser tomado para que o corpo esteja apropriadamente suportado, prevenindo, assim, a asfixia.
Cruz de Santo André: Um dispositivo de crucificação em forma de X.
Cuckcake (cãc-queik): É a mulher que se relaciona com o parceiro da cuckquean. Versão feminina do Bull. [ver Cuckquean, Bull]
Cuckold (cãcoud): Lit. Corno. É o homem cuja parceira é adúltera. No meio fetichista, é o homem que sente prazer em ser traído pela mulher com outro homem, denominado Bull. Muitas vezes, associado ao voyeurismo. [ver Bull, Cuckoldress, Voyeur]
Cuckoldress (cãcoudrés): Mulher adúltera do cuckold. Se relaciona com este e com o Bull. [ver Bull, Cuckold]
Cuckquean (cãc-cuin): Lit. Corna. É a mulher cujo parceiro é adúltero. Equivalente feminino ao Cuckold.
Cutting: 1. Fatiar a pele como parte de Modificação corporal, ritual ou cena. Mais frequentemente são transferidos desenhos para a pele como se fosse para o desenvolvimento de uma tatuagem. Em seguida, bisturis, navalhas, facas especiais para trabalhos artísticos, ou alguma outra ferramenta cortante incisam a pele entre 2mm e 5mm de profundidade. Cutting pode incluir coloração através de tintas para tatuagem ou cinza de charuto esfregada nas feridas abertas. Muito cuidado deve ser tomado para garantir condições estéreis. 2. A rachadura da pele por uso de um instrumento corporal. Chicotes de tira única, canes, talas e outros podem cortar se utilizados de maneira imprópria.
Disciplina: O “D” em B&D. Pode significar 1. Punição, 2. Treinamento estruturado de um submisso.
Dominação: O “D” em D&S. A postura ou ação de empoderamento consensual de um parceiro pelo outro para melhoria erótica.
D&S: Dominação e submissão. São os fundamentos emocionais e psicológicos do BDSM. Termo cunhado nos anos 1980 para descrever a dinâmica de poder em uma cena ou relacionamento. As pessoas utilizavam D/s para refletir a maneira como o poder era trocado em atividades SM ou para expressar de melhor maneira seus interesses em papéis como Mestre/escravo ou Pai/filho, por exemplo. Hoje em dia, o termo é utilizado, geralmente, para denotar relacionamentos construídos sobre uma dinâmica de poder Dominador-submisso onde a troca de poder é sempre ou quase sempre presente (podendo existir sem outros elementos BDSM). Estas dinâmicas podem ser reforçadas por vários rituais, protocolos e comportamentos e seus níveis de comprometimento tem nomenclaturas específicas (e.g. 24/7, TPE, APE).
Dominação Psicológica / Head games (réd gueims): Termos utilizados para descrever uma prática abusiva. Uma forma de manipulação psicológica não consensual, visando obter respostas comportamentais de uma pessoa em uma maneira específica para objetivos próprios.
Dominante, Dominador, Dom, Domme, Domina, Dominatrix: A pessoa que recebe o
controle em uma troca de poder consensual.Dominante pode se referir à ambos os sexos. Dominador e Dom, no Brasil, são apenas masculinos, enquanto “Dom” e “Dominant” pode ser unissex no exterior. Domme, Domina, Dominatrix são apenas femininos, sendo Dominatrix geralmente utilizado por Dominadoras profissionais.
Dor: Conjunto de sensações físicas, emocionais ou psicológicas, geralmente intermitentes.
Os termos seguintes são usados abertamente por praticantes BDSM do exterior, significando que, mesmo o BDSM podendo incluir um elemento de dor consensual, esta tem um propósito, sendo alguns tipos aceitos e outros não dentro de cada relação.
Um exemplo baunilha seria a dor sentida após uma sessão de exercícios na academia e a dor de quebrar uma perna.
Dor boa: É a dor esperada, provocada dentro dos limites, objetiva.
Dor ruim: É a dor fora dos limites, não mútua ou não valorizada, não desejada.
Dor erótica: Estímulos que são doloros sob condições normais, mas são prazerosas ou excitantes em um contexto sexual.
Drop (dróp): Sentimentos de abandono, depressão, medo, desgosto, remorso, etc. após participar de uma cena/sessão BDSM. Pode ser experienciado tanto por um Top quanto por um bottom. Jay Wiseman, autor de “SM 101” usa o termo “Top Drop” para descrever essas sensações quando sentidas por um Top e "Sub Drop" quando sentidas por um bottom. 
Dungeon (dãndjeon): Uma sala ou área com espaço e equipamentos BDSM.
Dungeon Monitor / Dungeon Master / DM: A pessoa que supervisiona as interações entre os participantes em uma Play Party ou em Dungeons, visando a obediência às regras da casa. Essencialmente, o vigia de um evento BDSM. São também os responsáveis por iniciar a festa e mantê-la acontecendo.
Edge play (édj plei): Atividades cujo risco é maior que o normal, tanto físico quanto emocional. Por ser uma definição subjetiva para praticantes específicos (i.e., o que é arriscado para mim, pode não ser arriscado para você), não existe uma lista universal do que está incluído nesta categoria. No entanto, existem algumas práticas que praticamente se encaixam sempre, incluindo Fireplay, Gunplay, Breathplay (asfixia) e Bloodplay. [ver citadas]
Electro-torture (eléctro-tórtchur) / Eletrochoque: Uso de estimulação elétrica para criar uma sensação física específica.
Encoleirado: 1. Submisso ou escravo que é possuído, geralmente (mas não exclusivamente) em uma relação íntima amorosa. Um Dominador pode ter diversos encoleirados. 2. Um status do Pet, para diferenciá-lo do “vadio”/ ”de rua”. [ver Pet, Pet play]
Encoleiramento: 1. Aceitação formal, por parte de um Dominador, dos serviços de um submisso. 2. A possessão de um Pet por um Mestre ou Treinador. 3. A cerimônia onde um Dominador se compromete com um submisso (semelhante a um casamento ou contrato).
Endorfinas: Endorfinas são substancias criadas pelo corpo para ajudar a resistir à dor ou estresse. Inteiramente natural, são opioides produzidos pelo Sistema Nervoso Central e pela Glândula Pituitária. O nome é a mistura dos termos “endo“ que significa “dentro” ou “de dentro” e “orfina”, sendo uma redução de morfina, ou seja, uma substancia como a morfina, originária de dentro do corpo. A descarga de endorfinas no corpo pode criar uma sensação de bem-estar, até mesmo de intoxicação, que é chamada de “Endorphin High”, ou “viagem de endorfina”. Pessoas diferem drasticamente em sua capacidade de liberar endorfina. A possibilidade de um indivíduo tornar-se viciado em endorfinas é existente.
Enema / Chuca: O instrumento usado para, ou o ato de injetar fluido no ânus para efetuar lavagem, purgação ou administração de medicamentos. Algumas pessoas incluem enemas em cenas BDSM para humilhação ou preparação para outras atividades (como fisting ou sexo anal), e/ou apenas por gostar da sensação.
English / Ingles: Code word para Spanking ou punição corporal utilizado em anúncios. Amplamente utilizado no exterior em mídia impressa baunilha. Por exemplo: “Devoto de cultura Inglesa busca parceiro receptivo” ao invés de “Sádico romântico procura amante masoquista”.
Equipamentos: Brinquedos, adereços, roupas e qualquer coisa que tenha sido usada especificamente para a cena.
Escravo: Um submisso envolvido em um relacionamento comprometido, incorporando uma fantasia compartilhada de Mestre/escravo. [ver Submisso, sub]
Estimulação Contrapolar: “Dói tão gostoso!”. Um tipo de estimulação física que incorpora sensações tanto de dor quanto de prazer.
Fang-chung shu (Artes da câmara interna): Um termo coletivo para técnicas sexuais taoistas (chinesas) praticadas para atingir a unidade com o Tao e/ou imortalidade. São ditas capazes de induzir estados de consciência alterada. Ho-ch’i (unificação de respirações) é uma técnica de Fang-chung shu. Os objetivos e técnicas do Fang-chung shu são similares a algumas aplicadas no BDSM.
Fetiche: Uma fixação sexual em uma atividade ou objeto.
Figging: Prática onde o Top insere uma raiz de gengibre descascada em forma de plug na vagina ou ânus do bottom.
Firecupping (faiercãping) / Copos de fogo: É uma forma de Temperature play que utiliza uma técnica oriental bastante antiga que visava extrair pequenas quantidades de sangue do paciente de forma a curá-lo de uma enfermidade. Apesar de ser uma prática com fogo, o efeito é mais semelhante à clamps e pregadores. [ver Fireplay]
Fireplay (faierplei) / Brincadeira com fogo: É uma Temperature play onde a chama utilizada chega muito próxima ou toca a pele. Isto pode significar aquecer um bottom com uma tocha, acender combustíveis sobre a pele do bottom, acender um algodão especial sobre o bottom e outras maneiras criativas de utilizar o fogo. [ver Edge play]
Fire & ice (fáier en áis) / Fogo e gelo: É uma Temperature Play. O uso de calor e frio para estimulação sexual, especialmente cera derretida de uma vela e gelo aplicado na pele. [ver Fireplay]
Fisting: Inserção total da mão na vagina (Fisting vaginal) ou no ânus (fisting anal).
Flagelação: A arte de bater, chicotear ou açoitar um ser humano.
Flogger (flóguer): [ver Açoite]
Flogging (flóguin): [ver Açoitar]
Flying / Voando: um estado de consciência transcendente atingido às vezes durante uma cena. Esta sensação foi descrita inúmeras vezes e por tantas fontes independentes uma da outra que a sensação não é considerada inválida, apesar de seu teor. Sentimentos descritos por submissos se assemelham àqueles de experiências extracorpóreas e geralmente incluem uma ligação psíquica com o Dominador. Mais comumente, esta ligação é sentida tanto como uma corrente ligada ao Dominador ou como a sensação de estar cercado e protegido pela presença ou consciência do Dominador. A exaltação e o vazio experimentados após o Flying podem ser sentidos por horas ou até dias após a sessão.
Foot Fetish (fut fétish): [ver Podolatria]
French / Frances: Code word para beijos envolvendo língua, cunnilingus e felação.


Continua na parte 2!
Até lá!

13 comentários:

  1. Mto bom, parabéns! Admiro o fato de se dizer iniciante, mais ainda a busca que faz antes de se dizer um experiente, só mostra a sua seriedade no assunto, mas pelo que vejo, não está mto longe, quem sabe em breve teremos o "Dilemas que um Dom experiente", Abraços...
    Valerie Velmont

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    1. Rsrsrs muito longe disso ainda, Valerie, mas... Quem sabe um dia? rsrsrs

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  2. Bom Dia Rasputin... Sou de São Paulo e estou iniciando nesse mundo, mas estou sem muitas referências sérias. Queria saber se tem indicação de livros, cursos (como bondage, Shintari), e reuniões formais/informais entre os membros.
    fico grato desde já... abraços

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    1. Olá, Philippe! Livros, só em inglês. Procure por Douglas Kent, Jay Wiseman, Lee Harrington, Midori...
      Sobre cursos em São Paulo, acho que o Lord Bondage do Arte Shibari Brasil pode te ajudar.
      Abração e boa sorte!

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    2. Tem pagina no face ou canal no youtube

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  3. TICO. Fetichista das antigas... Amei. Muito bom.

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  4. Sobre cursos em Belo Horizonte? Teria indicação?

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  5. Parabéns e obrigado pelo Blog. Tudo que li até agora foi muito bacana, util e esclarecedor. De forma simples e com suas palavras, torna tudo mais real, intimista e de fácil compreensão.

    Voce conheve algum curso/grupo no Rio de Janeiro/RJ?

    Vocé é hetero?

    Abs
    Diogo

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    1. Obrigado pelas palavras! Fico feliz de ver o pessoal curtindo os textos.
      Eu tenho um grupo de estudos no whatsapp e dou workshops de Shibari em Niterói. Manda uma mensagem na página do facebook que eu te passo os links.
      E sim, sou hetero. rs

      Abração,
      Rasputin

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  6. Sobre curso no RJ teria indicações?

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