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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Impact play 102 - Spanking Básico.

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Dando continuidade ao post sobre Impact play, resolvi seguir pelo caminho mais óbvio no início: o spanking.

Como eu disse no post anterior, spanking é um termo generalista para impact play, mas significa, na verdade, a aplicação de golpes com as partes do corpo, não fazendo uso de ferramentas.


Neste post eu vou focar única e exclusivamente em TAPAS. Isso aqui é Spanking básico e não vou sair ensinando o povo a dar chutas ou cotoveladas em ninguém.


Muitos podem pensar "Ah, mas eu sei dar um tapa!" quando na verdade sabem, talvez, dar um tipo de tapa.

"Ué, e existe mais de um tipo?", você pensa.

Sim. Tapas podem ser superficiais, medianos ou profundos. Podem ser com uma parte da mão ou com esta inteira.

"E o que isso significa?"

Significa que tapas produzem impactos diferentes e, consequentemente, sensações diferentes.


SEGURANÇA

Dar tapas parece uma brincadeira sempre saudável e sem nenhum risco, mas vou contar um segredo: NÃO É!

Dependendo do lugar onde forem os tapas, o risco é mínimo, praticamente inexistente, mas ele está sempre ali. E em alguns lugares, ele simplesmente é bem alto. Se você voltar no link que está lá no início deste post e procurar a imagem da parte "Onde Bater" (faça isso agora), vai perceber que existem vários pontos vermelhos, uns laranjas, uns amarelos e outros verdes. 

Eu jamais aconselharia - e na verdade eu diria pra não fazer jamais - alguém a dar um tapa na região lombar de outra pessoa. Um pouquinho mais pra lá ou pra cá, um pouquinho a mais de força e lá se vai um rim com problemas.

Um tapa mal dado no rosto pode só te deixar com um apito nos ouvidos por uns momentos ou pode quebrar ossos, deslocar suas retinas ou até mesmo produzir um dano cerebral. Não acredita? Pergunte pra maioria dos boxeadores mais velhos.

E aí você pensa "Ah, mas um boxeador levou centenas de socos na cara ao longo da vida..."
E eu te respondo: sim, mas um boxeador é treinado pra amortecer os socos ao máximo. E a maioria só chega a apanhar durante as lutas que acontecem umas poucas vezes ao ano. 

Vamos a uma situação hipotética e depois a uma real?

Imagina um Top de 1,80m (que não é nem lá isso td de altura hoje em dia) e uma bottom de 1,60m. Durante uma sessão ela vai levar algumas dezenas de tapas. Dependendo do Top, boa parte deles será na cara. Suponhamos que a bottom leve só 5 tapões na cara.
Não é preciso ser matemático, físico ou ter qualquer profissão que trabalhe com cálculos complexos pra imaginar que um braço de uns 80cm de comprimento, com uma mão de um tamanho ligeiramente maior que uma raquete de ping-pong batendo numa área com uns 10cm de diâmetro vai causar uma bela duma porrada. Multiplique isso por 10.
Imagine uma onda de impacto se espalhando por todos os ossos do rosto em um efeito dominó.
Vislumbre um encéfalo chacoalhando dentro da caixa craniana (sim, o encéfalo tá só repousando lá dentro. Se sacudir, ele chacoalha). O encéfalo é ULTRA vascularizado. Uma arteriazinha ou uma veiazinha qualquer resolve estourar lá dentro e parabéns, você garantiu um AVC à sua bottom.

Exagero? sim. Não. Talvez. Vamos a uma história real, relatada numa página do site Fruggal Domme? Vou traduzir aqui.



"Faceslapping (Tapa na cara)--Uma experiencia real 
Sim, eu consentia e gostava de Faceslapping como parte de uma de muitas cenas pesadas, e vou dizer bem claramente pra ficar registrado que isso era consensual. Era muito poderoso para mim porque meu pai costumava me bater enquanto criança e me dar tapas na cara simplesmente do nada era geralmente onde isso começou, então o ato era catártico e de grande confusão mental pra mim. O problema é que isso não era normal. Preparar o rosto e levar uma ferroada de mão aberta no meio da bochecha. Este tipo específico de tapa era feito com a mão em concha e geralmente atingia ou na maçã do rosto ou na área da mandíbula, sacudindo minha cabeça e às vezes meu corpo todo como se fosse um chicote. Sou uma mulher de tamanho mediano, nem grande, nem pequena. Sou ágil e é necessária bastante força pra tirar de cima dos meus pés e eu  era constantemente derrubada por esses tapas na cara. Eu admito livremente que eu não interrompia isso pq eu gostava do efeito que isso tinha em mim, pois isso me levava de volta a ser uma criança e ser sacudida por meu pai de um canto pro outro, e isso penetrava em mim de muitas maneiras que eu sentia serem positivas pra mim mentalmente.
O problema é que isso não era positivo pra mim fisicamente. Eu fui ao médico de olhos porque, depois de um episódio de faceslapping particularmente severo, minha visão estava um pouco embaçada enquanto dirigia para casa e isso nunca se corrigiu natualmente. Eu me recordo de literalmente ter visto "estrelas" (pontos brilhantes de luz na escuridão) e comentei que quando eles mostram estrlas nos desenhos quando alguém é atingido não era apenas um exagero. O optometrista me mandou para um oftalmologista, que, após várias visitas e longos exames ao longo de meses de tentativa de determinar a severidade e a causa de todo o dano, finalmente me disse que eu tinha uma retina parcialmente solta em um olho e ambos os cristalinos (N.T. A lente do olho) tinham sido ejetadas da pequena bolsa/encaixe que normalmente ficam, e cataratas estavam se formando no lado posterior dos cristalinos pra tentar cimentá-los de volta ao lugar. Ele me perguntou várias vezes se eu estive envolvida em um acidente de carro onde eu tenha recebido um whiplash (N.T. efeito de chicoteada que a cabeça faz quando a pessoa se envolve em uma batida de carro) e quando eu disse a ele que não, ele disse "bom, eu não acho que você seja uma boxeadora também, então tem alguma coisa que você não está me contando". Eu não conseguia me forçar a culpar o faceslapping por aquilo e certamente não ia confessar minha vida BDSM para o médico, apesar de ter discutido sobre isso com o Dom depois da minha visita inicial, e ele admitiu naquela época que ele estava preocupado de poder ser o responsável. O cirurgião queria operar logo após aquela primeira visita, mas eu estava aterrorizada de ter um bisturi encravado nos meus olhos, então eu adiei isso o máximo que pude, e durante esse tempo eu e o Dom nos separamos. e não tínhamos mais cenas juntos. Meus olhos continuaram a piorar mais e mais ao ponto de eu não poder mais dirigir, então voltei ao cirurgião e ele disse que minha visão não tinha mais capacidade de se sequer medida no meu olho esquerdo porque minha lente não era mais funcional e meu olho direito tinha tantas cicatrizes que ele estava assustado. Eu fui pra cirurgia pra remover a catarata e alguma parte do tecido cicatrizado e implantar uma lente nova no meu olho esquerdo para restauar minha visão, e terei minha cirurgia no olho direito depois que encontrar com o especialista em retinas neste mês.
Eu escrevi uma carta pro Dom e disse pra ele que não o culpava nem queria condená-lo de maneira alguma e que eu estava assumindo a responsabilidade integral, tanto emocional quanto financeira pelos riscos que corremos, mas que eu gostaria de avisá-lo pra evitar este tipo de faceslapping com alguém no futuro. Ele não respondeu bem a esta informação e nós não nos falamos mais.
Eu não acredito que o Dom em questão tenha tido a intenção de me machucar. E eu admito livremente que o medo do perigo é algo que definitivamente liga no edge play. Quando eu comecei a ter cenas com essa pessoa, ele mesmo me disse que se considerava um sádico, não um dom, e eu ainda assim aceitei o risco de ter uma cena com ele na época. Como já disse várias vezes, Aceito a responsabilidade por isso.
Mas estou um pouco mais sábia agora, eu acho, e sei que algumas coisas (como sua visão) não valem a emoção que vc recebe por estes pequeno momentos. Faceslapping agora é, definitivamente, um Hard Limit pra mim, especialmente depois dos implantes. Sempre gostarei de edge play. Sempre praticarei coisas duras e pesadas, mas tentarei ser mais esperta com relação a isso agora e vou me assegurar de fazê-lo bem e com mais segurança."


Acho que não tem mais nada a ser dito depois disso, né?
Pra evitarmos ao máximo este tipo de coisas:


COMO BATER

Antes de qualquer coisa, se fechou a imagem do "Onde Bater", volta no link que está lá no início deste post de novo e reabra-a.
...
Foi lá? Então beleza!

Nem tudo que está nesta imagem descreve exatamente as áreas úteis e permitidas para tapas, visto que todos sabem que tapas na cara são permitidos também, bem como nos seios. As áreas que devem ser evitadas de qualquer maneira, são a região dos rins e a região lombar como um todo (visto que nem todos sabem a exata localização dos nossos filtros naturais.

Tapas nos seios são, majoritariamente de um lado po outro e de baixo pra cima. A diagonal traçada entre esses 2 é ideal. Não é proibido de cima pra baixo, mas é bom evitar. Dependendo do tamanho do seio, essa região já sofrerá tensão demais com o peso suportado, então pode ser mais sensível. varia de pessoa pra pessoa, então pegue leve pelo menos no começo.

Um lembrete: jóias (anéis, pulseiras, soco inglês, dedal ou qualquer coisa que não tenha nascido ali) devems er retiradas antes de quaquer tapa ser dado).

Corte suas unhas. Não é nada legal ganhar um tapa e levar um arranhão não planejado.

Tapas com a mão bem aberta deixarão marcas avermelhadas logo em seguida. tapas com a mão mais em concha deixarão marcas mais escuras e profundas.

- E por último, mas não menos importante:
NÃO BATA COM RAIVA JAMAIS, NUNCA, EM HIPÓTESE ALGUMA, NEM QUE SUA VIDA DEPENDA DISSO


REGRAS DO FACESLAPPING (Tapa na cara)

- No rosto, foque SEMPRE o meio da bochecha (caso não saiba, é aquela parte que fica do lado da boca, sem dentes, sem ossos, sem orelha, sem nada. Só uma parede de pele e músculo.)
- Se acertar um pouco abaixo, não tem tanto problema, mas se for muito forte talvez dê um nocaute na bottom. Evite nocautear as pessoas. Não é legal fora de um ringue.
- Um pouco acima e você corre o risco e enfiar um dedo no olho da bottom. Tem um relato de um dos muitos problemas que alguém pode ter no olho escrito num fundo amarelo aqui em cima. Volte e releia até entender que isso não é brincadeira.
- Um pouco pra trás e vc acerta a orelha dela e faz aquele vácuo nada legal que vai deixá-la semi-surda por uns minutos. Um desses forte o sufiiente pode romper o tímpano, então NÃO FAÇA ISSO!
- Um pouco pra frente e você pode espremer os lábios dela contra os dentes e causar pequenos cortes ou pode até mesmo quebrar o nariz se perder a noção na força. Acho que não precisa ser um g~enio pra entender que isso deve ser evitado, certo?
- Se quiser bater com as costas da mão, tenha MUITO cuidado com suas unhas e com onde os nós dos dedos irão atingir. Na dúvida, não faça.
- Lembre-se sempre que a cabeça fica em cima do pescoço. Um tapa mais forte ou errado pode provocar uma lesão não intencional no pescoço.


Não vou discorrer sobre a mecanica do tapa pq essa é a parte mais natural, mas devo ressaltar que, quase nunca um braço esticado e tensionado irá gerar um impacto decente. Eu, por exemplo, consigo projetar uma força de tapa consideravelmente grande apenas com a movimentação de cotovelo e punho.





Segue ao lado uma ilustração dos ossos da mão. Será útil pra melhor compreensão da descrição dos tapas.




TAPAS E SUAS SENSAÇÕES

As sensações são o Sting (ferroada) , o Thump (bofetada) e o Thud (bordoada).


Sting
Você, com certeza já brincou de dar tapas fortes nas mãos de um amigo ou já deu até mesmo um tapa forte na sua própria mão, produzindo um som agudo, seco e que deixou a palma da sua mão formigando, certo?
Esta sensação é o Sting. É o semelhante é muitas pequenas agulhadas ou ferroadas em toda a superfície atingida pelo impacto.

Existem 2 tapas que podem ser dados e que provocarão uma sensação assim:
1º - Mão bem aberta, dedos bem espaçados e esticados sem tensão, quase moles. O impacto se dá em onda dos ossos cárpicos até as falanges distais.
Ao atingir o alvo com os ossos cárpicos (carpos), a onda de impacto se irradia pelos ossos longos da mão e produzem um efeito "chicotada" nas pontas dos dedos. Isto provocará sensações espaçadas e leves de ferroadas onde que que seus dedos tenham atingido.

2º - Ponha a mão aberta no alto da sua cabeça e deixe seus dedos se ajustarem ao formato do crânio. Congele essa posição e olhe bem paa ela. Parece que tem uma bola invisível entre seus dedos, né?
Essa posição gerará um tapa ardido em toda a sua extensão.


Thump
Uma sensação que fica parecida com o sting e é bem difícil de diferenciar logo de cara é o Thump. Com tapas, o Thump tem ainda um alto poder de provocar ardencia após o tapa dependendo de onde este for aplicado. É uma sensação ainda superficial, mas mais espalhada. O bottom não consegue definir exatamente a região que está sendo atingida.

Este tapa é dado com a mão bem aberta, dedos espaçados e esticados com rigidez para trás, este tapa é dado praticamente só com a palma da mão (carpos e metacarpos)


Thud
Vc já levou um tapa no braço que te tirou do lugar, mas não chegou a doer? Ou cumprimentando um amigo com um tapa na mão acabou produzindo um som grave e reverberante?
Essa sensação é o Thud (pancada, bordoada).
Com um tapa destes na mão de uma amiga, eu consegui literalmente arrancar uma pedra do anel dela simplesmente com a onda de impacto transmitida.

Forme uma concha não muito fechada com a mão (quem já bateu bafo pra ganhar figurinhas dos amigos vai saber fazer isso com maestria). O impacto ocorrerá com os ossos cárpicos mais próximos do punho, com o polegar e o mindinho inteiros e com as falanges distais dos 3 outros dedos. Óbvio que a parte interna da concha atingirá o alvo também, mas esta parte sera amortecida pelo bolsão de ar que será formado momentaneamente no meio da mão.

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Acho que por enquanto é isso. Divirtam-se, distribuam muitos tapas e que este ano seja melhor que o ano passado. Bons tapas pra vocês!






sábado, 27 de dezembro de 2014

Principais tipos de Top

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Este post será praticamente uma alteração no texto dos principais tipos de bottom, de modo que a estrutura e a ordem se mantenha, visando um equilíbrio e uma maior facilidade na relação entre os papéis dos Tops e seus relativos bottoms.

Principais tipos de Top


O QUE É?


Segundo a definição do dicionário Merriam-Webster:

Substantivo  top  \’täp \

1 a (1) o ponto, nível ou parte mais alta de alguma coisa: cume, coroa.  
...
4 a: o mais alto grau concebível ou atingível
...
6 a (1): a mais alta posição (como ranking ou realização) (2): uma pessoa ou coisa no topo
....

Verbo

1: Ser ou se tornar mais que (um dado valor)
2: Estar na posição mais alta (em uma lista) devido ao sucesso
3: Fazer ou ser melhor que (alguém ou algo)


No BDSM, Top é o parceiro que assume o papel oposto ao bottom, ou seja, é quem aplica das práticas, e.g. bondage, disciplina, humilhação, dominação, sadomasoquismo, etc.
O Top está acima do bottom apenas durante a sessão ou em casos de D/s com regimes específicos.
O termo, assim como seu termo oposto e complementar, tem origem na comunidade gay, porém significa o parceiro ativo, o que está por cima.

Isto não quer dizer, de nenhuma maneira, que o Top seja melhor que o bottom enquanto ser humano ou enquanto praticante do BDSM.  


O QUE FAZ?

Como já definido, o papel do Top é realizar as práticas no bottom. No entanto, estas práticas só poderão ser feitas mediante o único item presente em todas as bases do BDSM: a consensualidade.
O Top recebe a autorização – ou consentimento – do bottom previamente e age de acordo, mantendo-se nos limites pré-estabelecidos entre os envolvidos.

É importante ressaltar que NEM TODO BOTTOM É SUBMISSO AO TOP e, portanto, devem ser respeitados.


Tipos de Top


NO BONDAGE / SHIBARI(KINBAKU)

Bondagista ou Rigger/Shibarista(Kinbakushi) – Pessoa responsável por fazer as amarrações, seja nas sessões específicas ou não.


NA DISCIPLINA

Não existe em português um termo ideal. O mais próximo é Disciplinador – o qual usarei, mesmo insatisfeito – mas este não é usado normalmente. Em seu lugar, costuma-se utilizar Adestrador ou Treinador, mas isto gera constante confusão.
Disciplinador – é o Top que tem prazer em tomar o controle sobre as ações do bottom, bem como de seu comportamento, ao treiná-lo/adestrá-lo/ensiná-lo a obeder regras e ordens diretas.


NA DOMINAÇÃO

Dominador – Também chamado pela forma abreviada “Dom/Domme”, é um termo que define uma pessoa recebeu autorização de controlar o outro. Ou seja, são a parte ativa da D/s. Dominadores podem variar de acordo com as características pessoais. No Brasil, as “Dommes” costumam ser consideradas dominadoras com foco em práticas sádicas.
Podem ter várias denominações de acordo com estas características:
Deus: Tipo de dominador que gosta de ser adorado, podendo se associado ou não a uma religião, onde o Top é venerado pelo bottom.
Rei: Fora do Brasil é um título que surge em roleplays grandes, onde um Top interpreta o cargo mais alto da nobreza. Geralmente são líderes de clãs, famílias ou casas e assumem este papel incluindo gestos e vocabulário específico. No Brasil, Rainhas costumam ser dominadoras com foco em podolatria e todas as práticas associadas.
Lorde/Lady, Duque, Barão: Fora do Brasil são comuns no mesmo tipo de roleplay dos reis e rainhas. Tem as mesmas características, porém posicionam-se hierarquicamente abaixo destes. No Brasil, Ladies costumam estar ligadas ao bottom por envolvimento pessoal e emocional.
ProDom/ProDomme: Dominadores profissionais, ou seja, atuam em cenas em troca de dinheiro. Geralmente possuem um amplo conhecimento e estrutura física (ambiente) adequado.
Dominatrix: O mesmo que ProDomme, porém, este termo tem sido deturpado por ser amplamente utilizado por garotas de programa e, consequentemente, as dominadoras profissionais evitam usá-lo.

Dono, Mestre – nome dado ao Top que possui um escravo. O título “Mestre” ou “Mestra” é dado ao dono pelo escravo como forma de respeito, mas deve ser sempre diferenciado do título de Mestre ou Mestra dado aos Tops homônimos citados na sessão “Avulsos”.

Adestrador, Dono – Top do Pet Play. O foco consiste geralmente em moldar o comportamento do bottom de forma a que este se porte e aja como o animal a ser representado ou como pet humano.

Daddy/Mommy – Top do infantilismo, subvertente do Age play. Retratam pai ou mãe (neste caso). Podem ser, no entanto, a representação de qualquer papel adulto que comande a cena.


NO SADOMASOQUISMO

Sádico – Top cujo foco está em infligir dor no bottom. Sádicos não tem por hábito imputar nenhuma atitude dominadora, mas aplicam comandos de ordem visando uma maior garantia de controle da dor a ser causada.


“AVULSOS”

 Estes tipos de Tops não possuem uma ligação específica com um tipo de bottom, podendo, inclusive, ter suas ligações exclusivamente com outros Tops.
  
Treinador – Similar a um Dominador, porém agem em um contexto deveras limitado. Um Dominador comanda e exerce a autoridade como parte de um relacionamento completo. Um treinador comanda e exerce a autoridade com o propósito de ensinar ou treinar um sub ou escravo em um conjunto de práticas e/ou comportamentos específicos.
O poder do treinador sobre o bottom acaba tão logo o treinamento tenha chegado ao fim, ou seja, quando o bottom tenha aprendido o que foi ensinado.

Mestre/Mestra – Tops que recebem este título tendem a ter um tempo razoável no meio BDSM, costumam ser extremamente habilidosos em técnicas específicas ou possuem um conhecimento amplo e generalizado do BDSM como um todo, tanto em âmbito teórico quanto prático. Geralmente são pessoas queridas e muito respeitadas e, em sua maioria, são extremamente solícitos e altamente dispostos a transmitir seus conhecimentos para aqueles que se dispuserem a aprender.

Mentor e Protetor – Indivíduos diferentes cujas características estão neste post separado: http://dilemasdeumdominiciante.blogspot.com.br/2014/06/do-mentor-e-do-protetor-quem-e-quem-e.html


Espero que tenham gostado.
Até a próxima!

domingo, 21 de dezembro de 2014

Bondage 101, ou Básico das amarrações e imobilizações. O que é, como, onde e por quê?

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.


Se você é mais detalhista, deve ter percebido que surgiu um novo botão na coluna aqui ao lado ------------------------------------->
Como todos sabem, a situação tá braba e escrever textos gasta um bom tempo (alguns podem levar mais de uma semana!) Então, se você gosta do blog (e acha que eu mereço), pode fazer uma doação e me ajudar a continuar postando e trazendo conteúdo de qualidade.

Sempre generalizo as terminações de gênero pro masculino por convenção lingüística, mas neste post o farei para o gênero feminino pela sensação mais clássica a ser explicada logo abaixo pela origem do Bondage no ocidente. Sem contar que é muito mais interessante amarrar uma bela mulher que um marmanjo barbudo e esquisito como eu, né?
  

O que é?

 De acordo com o dicionário Merriam-Webster:

bond.age (substantive \’bän-dij\)
 1: a posse ou serviço de um vilão, servo ou escravo;
2: a condição de ser atado, normalmente por compulsão ou domínio, como:
                   a: cativeiro, servidão;
                   b: servidão ou sujeição a uma pessoa ou força controladora;
3: práticas sexuais sadomasoquistas envolvendo a restrição física de um parceiro.

 De acordo com o dicionário Cambridge:
 1: (escravo): literalmente o estado de ser o escravo de outra pessoa (=uma pessoa que pertence a eles e deve trabalhar para eles). Ex.: Os escravos eram mantidos em [bondage] até suas mortes.
2: (sexo): o ato de amarrar partes do corpo de uma pessoa, de forma que não se movam para obter ou fornecer prazer sexual. Ex.: Eles gostavam de apetrechos de [bondage].



O bondage é, basicamente, o ato de amarrar, conter, aprisionar ou restringir movimentos e/ou sentidos, com objetivos eróticos, estéticos ou para estimulação somatosensorial.
Ao contrário do Shibari, o Bondage não se restringe ao uso de cordas, mas se utiliza de qualquer item e/ou acessório que possa ser útil e que facilite o alcance do objetivo.
O bondage é também chamado de “Bondage Americano”, para diferenciar do kinbaku japonês, e “Love Bondage” pela característica mais erótica e/ou sexual que esta prática traz. Um bondagista (ou rigger) tem seu prazer ligado à textura das cordas e às marcas destas no corpo de sua cativa. Além disso, ao ver uma “donzela em perigo” amarrada á cama, um sádico vislumbraria com prazer todas as práticas de tortura que poderia causar nela, enquanto um praticante do Love Bondage  teria uma verdadeira enxurrada de idéias de carícias e práticas focadas diretamente ao prazer sexual.
Por convenção, já que o termo utilizado no BDSM para qualquer tipo de privação é “Bondage”, assim este termo será usado.


Um pouquinho de história e arte popular


O bondage tem sua origem diretamente ligada ao Kinbaku, arte japonesa cuja definição é, literalmente, bondage e que é mais conhecido no ocidente como shibari (cuja história talvez eu transcreva aqui um dia).
A origem, como a conhecemos, tem um início remoto, em meados dos anos 40 e 50, com as clássicas cenas das “donzelas em perigo”, amarradas pelos vilões aos trilhos da ferrovia, postes e árvores, ou amarrada e despachada sobre um cavalo sem destino pelo deserto.
Os primeiros registros constantes e presentes na “cultura popular” vieram com a revista “Bizarre”, publicada entre 1946 e 1959, cujo editor era um bondagista. A mais famosa donzela da época foi a mais famosa Pin-up da história, Bettie Page, que foi exibida inúmeras vezes no papel da mocinha inocente e indefesa.
Pauline Réage, pseudônimo de Anne Desclos, publicou em 1954 a “Histoire d’O”, ou a “História de O”, possivelmente o conto mais famoso do BDSM, onde o bondage é parte integralmente presente, associado ao sadomasoquismo e aos ensinamentos de submissão a que a protagonista é submetida.
Em 1967, o cineasta Luis Buñuel traz à grande tela “Belle de Jour”, cuja cena de abertura nos brinda com a maravilhosa Catherine Deneuve no esplendor dos 24 anos, sendo amarrada à uma árvore e se submetendo às vontades do marido (www.youtube.com/watch?v=AcYZmznEaAs).
Nos anos 1970, o bondage volta aos holofotes, ainda que brevemente nas publicações impressas, em “The Joy of Sex”, um manual sexual que foi bastante popular na década.
Nas telas aparece em 1971 com o filme “The Nightcomers”, com Marlon Brando amarrando a hoje quase desconhecida, Stephanie Beacham à cabeceira da cama e até mesmo um belíssimo Hogtie. (www.youtube.com/watch?v=4aGyQ3G_XZs)
Nos ano 1990, o Bondage volta com força total na comédia romântica “¡Átame!” de Almodóvar, com Antonio Banderas e Victoria Abril (www.youtube.com/watch?v=mHm9qqrl_Uc).
Em 1992, Madonna lança seu livro “Sex”, com várias fotos de modelos nuas amarradas.
Os anos 90 também tiveram o impulso maior pelo surgimento e afirmação do BDSM enquanto conjunto de práticas com regras, o que ajudou a difundir ainda mais esta prática deliciosa.
No fim dos anos 2000, surgem romances e fan-fics ligadas ao universo BDSM, ainda que de maneira bastante branda e superficial, mas que apresentam elementos do bondage para o grande público.

 Como praticar?


Muito simples, caro Padawan! Se vc tem uma gravata, um cinto, um lenço, barbante, fita crepe, zip-tie, correntes, algemas, fio do ferro de passar (pros amantes de Chaves), ou até mesmo alguns metros de cordas de algodão, canhamo ou juta, você já pode começar a brincar. Só precisa ter em mente mais alguns detalhes antes de eu te mostrar aquelas fotos e vídeos legais cheios de cordas coloridas, peitos empinados e bundas bonitas. A primeira parte destes detalhes são:



Regras


Regra máxima do Bondage: NUNCA, JAMAIS, NÃO MESMO, NEM TENTE DEIXAR UMA BOTTOM AMARRADA SEM SUPERVISÃO. NEM QUE SUA VIDA DEPENDA DISSO. 
A menos que você já tenha prática, uma simples ida ao banheiro pode ser tempo suficiente pra coisa ficar bem feia pra menina amarrada no chão. Se estiver em cima de uma cama ou mesa então, nem se fala;
-Confira periodicamente se as extremidades dos membros estão normais, se não estão frias, ou arroxeadas, doloridas ou dormentes. Se estiverem, afrouxe os nós ou desfaça-os e evite amarrar aquela parte de novo da mesma maneira (caso tenha soltado logo no início);
-Não invente de fazer BDSM sob influencia de drogas (Álcool incluso!) e assegure-se de que ambos estão cientes dos limites;
-Evite manter alguém preso por muito tempo na mesma posição. Algo entre 30minutos e 1 hora é um tempo bastante razoável pra posições confortáveis. Algumas mais extenuantes não devem ser mantidas nem por 10 minutos.


Quando tudo isso estiver pronto, você vai precisar de:

Segurança

Não, isso não quer dizer que você tenha que chamar o Sebastião, aquele negão 3x2m que trabalha vigiando a quitanda da esquina... Quer dizer... até pode... num faz meu tipo, mas cada um com seu cada um, né? Rsrs

Segurança quer dizer que você precisa tomar cuidado com algumas coisas pra evitar problemas. Que problemas podem acontecer só com um lencinho de seda amarrado no pulso dela, vc pergunta.
Algumas coisas muito surreais podem acontecer. E por mais surreais que pareçam, elas, infelizmente acontecem de verdade. Coisas tipo:
- Sua amarração foi demasiado apertada e o que era pra ser uma imobilização prazerosa, se torna uma tortura. (Péssimo quando a bottom não é masoca e o clima está esquentando).
- Sua bottom desmaia por uma amarração mal feita que prendeu a circulação dela e a pressão caiu.
- Sua bottom urra de dor porque teve uma cãimbra fortíssima naquele músculo que você nem sabia que existia.
- Sua bottom se desespera de repente ou você perdeu o controle do tempo que ela está ali amarrada e precisa soltá-la rapidamente antes que a agonia se torne pânico.

Agora fez sentido? Ótimo!

Então você vai precisar de um item básico de segurança: Uma tesoura, ou uma faca ou um canivete. Se tiver os três, melhor.

ATUALIZAÇÃO MUITO TARDIA: Facas e canivetes não são aconselháveis. Mesmo. Existem situações em que podem ser usados, caso uma tesoura não esteja à mão, mas o resultado do uso errado pode ser ainda pior que não cortar as cordas. Então, ali em cima, leiam só TESOURA, ok?

Existe um modelo de tesoura que era muito usada pra cortar gesso em hospitais e hoje em dia acho que o nome é tesoura pra resgates.
Ela é mais ou menos assim:
 
O importante é que tenha pontas arredondadas pra você poder passar por baixo das cordas sem medo de machucar a menina.
Este item vai ser mais importante na cena que você, pq quando você falhar, ele tem que estar lá pra te corrigir.
Ou seja: Se o bicho pegar, não interessa o quanto ame suas cordas, elas devem ser cortadas.

Se você estiver usando algemas ou correntes e cadeados, tenha SEMPRE uma chave reserva por perto e mantenha SEMPRE a chave principal em um local onde a bottom, mesmo amarrada ou presa, possa pegá-la.


Outro item de segurança, mas que, desta vez, não é exclusivo do Bondage: SAFEWORD.
A definição (curta, mas boazinha) está neste post -> http://dilemasdeumdominiciante.blogspot.com.br/2014/05/glossario-parte-2-g-w.html.

Não sacou?
Tá bom, tá bom... eu explico (mas depois volta lá que tem outros conceitos bem legais pra aprender também!). Safeword é aquela palavrinha mágica que vai servir pro bottom te avisar se a coisa está começando a ficar complicada ou se “não-dá-mais-pra-agüentar-MeTiraDaquiAGORAAAAAAAAA!!!”
A safe tem que ser uma palavra simples e que não tenha nada a ver com a sessão. Como “pente”, por exemplo.
Esse é o preceito máximo da segurança e do respeito. Se a safe for dita e você desrespeitar, torço pra que suas entranhas explodam e caiam fritas no meu prato pra eu comer com mostarda.

“Ah, qual é, Rasputin! Meu relacionamento é WXYZCK e minha menina não tem safe!”
Isso aqui é Bondage 101. Básico. Iniciante. Quase Mobral. Se você usa duas subs amarradas como nunchaku, parabéns, mas senta ali e deixa o tio continuar pra todo mundo que ainda ta decidindo se vai comprar fita isolante da 3M ou da Fame, ta?


Legal! Já tenho a tesoura, já combinamos a safe. Já posso pendurar minha sub no teto e brincar de piñata?

Não. Faltou mostrar a anatomia.





Pronto, vamos às cordas!


Conhecendo a corda

ATUALIZAÇÃO: 
Muitas, MUITAS, M U I T A S pessoas me perguntam quase diariamente onde comprar cordas. Pra facilitar a vida de vocês (e a minha), seguem os nomes dos sites/lojas que fabricam e vendem cordas aqui no Brasil. Todos os que eu conheço são de São Paulo e enviam para todo o país. Os preços são idênticos com relação à juta e muito próximos com as cordas de algodão. Não vou postar os links, mas são todos facilmente encontrados no Google ou no Facebook.
- Arte Shibari Brasil (Luis Shibari ou Lord Bondage) -> Cordas de Juta, em cores naturais ou tingidas.
- Ginger Toys (Karla Ginger) -> Cordas de juta em cor natural ou cordas de algodão em cor natural ou tingidas
- Studio SM (Luiz Segger) -> Cordas de juta e algodão

As minhas cordas são de juta 8m x 6mm, fabricadas pelo Lord Bondage. 
Tenho uma corda de cânhamo de 8mm, importada pelo Segger, além de muita gente comprar cordas com ele há bastante tempo e nunca ouvi reclamações.
A Ginger é relativamente nova no ramo, mas suas cordas tem sido elogiadas por muita gente.

Todos os 3 são pessoas muito fáceis de conversar e conhecem bem o que fazem. 


 Material: Cordas são feitas de, basicamente, todo tipo de materiais. As usadas no Kinbaku são de cânhamo. Existem variações de juta, que tem uma textura parecida e um cheiro mais suave. Existem de algodão, de seda, de diversos outros materiais naturais. E também de vários materiais sintéticos, geralmente o polipropileno ou nylon. As sintéticas apresentam menos chances de provocarem alergias, são fáceis de limpar e não precisam de cuidados especiais, além de terem uma maior variedade de cores. As naturais precisam de mais atenção quanto à manutenção, mas os mais aficionados as preferem pela sensação e textura.
Comprimento: Pessoas com mais prática e técnica costumam utilizar cordas com 7,5m ou 8m de comprimento. Meu padrinho, Mestre ACM sempre recomenda que iniciantes tenham cordas com 2,5m, 5m e 10m de comprimento (e agora um adendo meu) pra facilitar na variedade de nós, sem precisar abusar demais da criatividade.
Diâmetro: É a pergunta mais feita além de comprimento. O diâmetro determina várias propriedades, como resistência (cordas sintéticas não se encaixam sempre aqui), habilidade de manter nós, peso e largura das voltas. Cordas mais finas pesam menos, mas precisam de mais voltas para cobrir uma mesma área. As mais comuns são as de 6mm e as de 8mm. Cordas de 10mm também são usadas, geralmente pra suspensão, e cordas de 4mm costumam ser mais usadas no Shibari, pra amarrações de cabeça ou pra detalhes estéticos.
Torcida ou trançada: Cordas eram feitas, inicialmente, torcidas, onde três grupos de fios eram torcidos em um sentido e unidos torcendo-os em outro. Apresentam uma sensação mais rústica e as marcas são mais “desenhadas”. Cordas trançadas são mais lisas ao toque e costumam ter uma alma, que pode ser do mesmo material ou de outro mais resistente.

Anatomia: Cordas tem 2 pontas (a menos que vc seja um mágico) e um meio. Quando segurar a corda com as duas pontas juntas, a curva feita no meio é chamada de bight (báit).




Nós básicos

Para finalizar as amarrações ou para unir cordas e dar continuidade caso uma corda acabe no meio de uma amarração complexa, vários nós básicos serão necessários. Não vou ensiná-los aqui porque isso vai demandar um tempo imenso pra nós muito simples que são, basicamente auto-explicativos só pelas imagens.
Provavelmente você não os conhecerá por nome e, caso não tenha prática com cordas e nós como eu não tinha (e ainda acho que não tenho) recomendo este site (http://www.animatedknots.com/). Vou botar os nomes dos nós em inglês (para auxiliar na busca no site) e a tradução aproximada já que, sinceramente, não faço a menor idéia dos nomes em português. Não me culpem, não fui escoteiro.

Overhand Knot - Nó comum: Um nó funcional para finalizar a ponta das cordas e evitar que desfiem.
Square Knot (Reef Knot) – Nó direito(nó de recife): um nó excelente pra finalizar amarrações. Colapsa sob pressão, mas não o suficiente pra soltar. Quando foito com bight, as pontas podem servir como mecanismo extra de segurança.
Lark’s head (Cow hitch / Girth Hitch) – Laço de vaca: Um nó bom para unir uma corda na outra.
Half Hitch - Meio nó – Utilizado sozinho e uma boa maneira de usar uma corda extra em um nó. Quando repetido funciona muito bem para travar cordas sob tensão enquanto mantém uma certa flexibilidade escorregadia que permite pequenos ajustes. Caso o segundo meio nó esteja escorregando, a adição de um 3º ou 4º pode sanar o problema.

Amarrações Básicas

Single Column Tie (Amarração de coluna simples)

Seus braços e pernas são colunas. Este nó seve para amarrar um deles. As fotos do exemplo são com braços, mas o mesmo serve para pernas.

Começando com o bight, dê duas voltas ao redor do braço da parceira logo acima do punho (1-3). Após a segunda volta, passe o bight por cima das voltas (4) e depois por baixo (5). Faça um Square knot (Direita sobre esquerda, esquerda sobre direita) (6-7). E, caso queira mais segurança, pode passar as pontas da corda pelo laço formado no fim do nó.


Segue aqui o link do meu canal do YouTube ensinando essa amarração: https://www.youtube.com/watch?v=xYdHRn6vqYE

Two-Column Tie (Amarração de coluna dupla)


Posicione os braços paralelos um ao outro e dê duas voltas com o bight em ambos os braços, mantendo espaço entre os punhos (1-2). Após a segunda volta, cruze o bight com as pontas, de forma que fiquem paralelos aos braços (3). Passe as pontas por baixo de toda a amarração (cingindo as voltas) e finalize com um square knot.




O vídeo desta amarração: https://www.youtube.com/watch?v=OIsAEpmo00Y

 Arm binder (Junção de braços)

Começando com uma Two-Column Tie (acima)(1), Passe a corda em volta de ambos os braços e passe as pontas por dentro desta volta entre os braços (2). Aperte a volta puxando a corda suave, mas firmemente na direção das mãos. Após isto, leve a corda em direção aos cotovelos e repita o passo 2 para formar uma segunda volta (3). Repita os passos 2 e 3 com o que sobrar da corda (5) e finalize com um Square Knot na nuca(6).






Um exemplo da Arm binder sendo utilizada nas pernas.



A amarração Arm binder pode ser iniciada com uma single column tie no tornozelo e, enrolando em direção ao joelho e cingindo uma vez a cada volta, pode-se criar o Futomomo (coxa gorda).  











Utilizando a Single column Tie, em cada um dos membros, pode-se ter a Spread-Eagle (águia aberta)


O Boxtie (amarração-caixa) aquele clássico onde os braços são amarrados pra trás e os seios são "emoldurados", tem início com um Nó Lark's Head ao redor da pessoa, continua com outros feitos acima ou abaixo do primeiro e termina com um Two-column ou um single column nos punhos que estão às costas.
Se vc já viu o Lark's Head e tem criatividade, sei que vai conseguir chegar em resultados proveitosos só lendo isso. Que tal testar a si mesmo e descobrir o que a sua criatividade traz de benefício?

 Como podem perceber, existem inúmeras possibilidades com apenas 3 tipos de amarrações. A criatividade torna as possibilidades quase infinitas. A prática vai tornar as amarrações mais rápidas e precisas. Mas isso é com tempo...

Ah!!! Antes q eu me esqueça, uma coisa importante é aprender a guardar suas cordas. Enrolar em volta do braço funciona? Sim, mas não é nada bonito e no fim das contas fica uma bagunça só. Embola, enrola, ARGH! 

Existem 3 jeitos que são muito bons pra enrolar as cordas e, como não tenho um vídeo próprio (Agora já tenho! https://www.youtube.com/watch?v=fkK8SIJojgo), nem uma sequencia de fotos ensinando, nem vou conseguir pôr em palavras a metodologia, vou por um vídeo de um excelente bondagista/shibarista que também vende cordas (Se alguém quiser me presentear no Natal, to aceitando um kit dele! Nem ligo se chegar depois do Natal, hein!). Esse cara é o Monk, do site twistedmonk.com. O vídeo está em inglês, mas se você precisar entender o que ele fala, acho que os problemas são maiores que manipulação de cordas. hehehe

 Clique na foto pra ser direcionado para o vídeo


Metal Bondage

Este é um lado do bondage menos conhecido pelo nome, mas bastante praticado mesmo assim. Consiste no fetiche do bondage associado a peças metálicas que fazer o papel da restrição.

Correntes

Correntes têm basicamente a mesma função que as cordas. Só são mais pesadas, brilhantes e geladinhas, hehehe.
A única ressalva necessária com correntes e de lembrar de não apertar muito. Correntes não precisam estar apertadas pra funcionarem maravilhosamente bem, graças ao relevo que garante bem que o que está preso não saia do lugar.
E um outro detalhe que eu já falei lá em cima das regras mas vale dizer de novo: Se prender as correntes com cadeado, mantenha SEMPRE a chave ao alcance da bottom e tenha SEMPRE uma chave reserva no bolso ou em algum lugar de fácil acesso, protegido e que esteja no mesmo ambiente que o cadeado.

Gaiolas e jaulas

Servem pruma prática de bondage que consiste em aprisionar a bottom. Não tem muito segredo aqui... É basicamente uma pessoa numa jaula, que pode ser grande, pequena, muito pequena... a pessoa pode estar acorrentada às barras da grade ou não.... possibilidades infinitas, lembra?
Só tem que lembrar que a regra do cadeado vale aqui também. Se trancar com chave, a outra deve estar ao alcance. 

Algemas

Algemas são itens comuns no bondage hoje em dia e, podem avivar um interesse pelo fetiche do militarismo até mesmo naqueles que não gostam.
Existem algemas comuns pra punhos, existem também algemas de dedos e algemas de tornozelos.
Podem ser algemas com chave, algemas com segredo, algemas com mecanismo de segurança (não precisa de chave pra ser aberta, só precisa acionar um pequeno pino) e podem ser algemas descartáveis (zip-tie), mas estas últimas fogem do fetiche pelo metal, óbvio.

Cintos de castidade

Aparato inventado na idade média pra evitar a masturbação e o sexo propriamente dito.
Hoje em dia existem diversos modelos, masculinos e femininos. 
Não preciso lembrar da chave, né?

Privação de sentidos

Esta é uma das partes mais legais do Bondage. É onde os estímulos delicados vem mostrar seu poder.

Privação visual - Vendas

Aparato que consiste em cobrir completamente os olhos do bottom, de maneira que, mesmo com os olhos abertos, não seja possível enxergar o que acontece no ambiente que o circunda.
Podem ser de pano, couro, latex, metal, ou qualquer material que cumpra a função adequadamente.



Privação auditiva - Protetores auriculares

Aparato relativamente incomum de ser utilizado no BDSM. Não sei por qual razão, visto que é extremamente divertido.
Um protetor auricular normalmente só abafa o som ou reduz o volume, mas utilizando 2 tipos em conjunto (intra-auricular e supra-auricular, como os funcionários de um aeroporto), a redução sonora é tão grande que se torna praticamente inaudível uma voz falada normalmente.
Vale também verificar a quantidade de decibeis que cada modelo consegue isolar. Quanto maior o valor, maior o abafamento sonoro.


Privação oral - Gags/mordaças

Gags são coisas muito divertidas. Umas impedem a fala normal, algumas abafam o som, algumas só não deixam a boca fechar, outras fecham a boca... são várias.

Ball gags/ Mordaças de Bolas

Gags cuja pate que fica na boca tem o formato de uma esfera. Pode ser de borracha sólida ou oca, plástico íntegro ou vazado, metal...





Bit gag/Freio ou Bridão

Bridão é o nome daquela peça metálica que fica na boca dos cavalos e que servem pra direcionar ou frear o animal.
Estas são muito utilizadas por adeptos do pony play, justamente pela semelhança. Podem ser articuladas, rígidas ou flexíveis.
As bit gags podem ser de metal, plástico, madeira, borracha e podem ser encapadas ou recobertas por outros materiais como látex e couro.




Cleave gag/Mordaça em fenda

Esse tipo é clássico e, apesar de parecer inofensivo, e inútil (visto que não abafa o som), mas o desconforto que causa é bastante grande.




Forniphiliac Gag/Mordaça fornifílica

Fornifilia é o fetiche de objetificação sexual, onde a pessoa se incorpora a um objeto e se comporta como este.
A mordaça ligada à fornifilia se torna uma estrutua onde diversos objetos podem ser encaixados para que o escravo cumpra determinadas tarefas. Pode ser vibadores, espanadores, cinzeiros, ou qualquer outra coisa.


Mouth Corset/Neck Corset/Corset de boca ou de pescoço



Outros tipos de gags
1. Detective/Over the mouth(Detetive/Sobre a boca). Também pode ter a variação extendida até o nariz sendo chamada Bandit/Over the nose (bandido/sobre o nariz)
2. Muzzle gag/Abafador
3. Pacifier/Chupeta. É a gag das babies e infantilistas.
4. Ring gag/Mordaça anel
5. Tape/Fita adesiva
6. Spider gag/Mordaça aranha
7. Inflatable gag/Mordaça inflável
8. Pecker/penis gag/Mordaça pênis




UFA! Quantas maneiras de atrapalhar os gritos da pobre mocinha! hehehe

Bom, existem ainda MUITAS coisas relacionadas ao Bondage, mas este post está enorme e não teria graça dar tudo de bandeja logo na primeira vez, né? hehehe
Pretendo fazer outro post em breve. Talvez sobre outras práticas mais pesadas, talvez aprofundando uma que já esteja aqui... 

Caso isto não ocorra antes do fim do ano, ficam aí os votos de que todos tenham boas festas e se divirtam muito.

Até a próxima!