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terça-feira, 1 de setembro de 2015

Etiqueta

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Esse post é sobre um assunto bastante necessário, mas pouco abordado. Saber se comportar em ambientes públicos faz bem e garante que você não seja encarado como "aquele cara que sempre faz merda".

Etiqueta

-Tenho várias, serve?
- Não, jóvi. Não é essa etiqueta...
- Oxi...

Segundo o dicionário Priberam:
1.       Cerimonial da corte;
2.       Conjunto de formas, práticas ou praxes cerimoniosas em uso na sociedade = PRAGMÁTICA;
3.       Cerimônia;
4.       Regra, estilo, praxe

Um conjunto de regras de comportamento na sociedade pode ser chamado de Etiqueta Social. Assim como em qualquer grupo social, seja em público, entre amigos, no trabalho, na internet ou à mesa, o BDSM também tem seu conjunto de regras e comportamentos que garantem o bom convívio e facilitam a interação de modo educado entre as pessoas.
Como temos vários tipos de ambientes, vou listar os padrões mais comuns de etiqueta em alguns deles.

Munch

Munches são reuniões de praticantes do BDSM, novos e antigos, e também de curiosos sobre o assunto que estão tentando se aproximar da comunidade para aprender mais e, talvez, começar a fazer parte. Estas reuniões costumam acontecer em bares, restaurantes, lanchonetes ou até mesmo parques, e tem uma postura, visual e em grande parte, até mesmo as conversas, seguem um tom baunilha, muitas vezes deixando os assuntos ligados ao BDSM um pouco de lado. Ou seja, é uma reunião de amigos e conhecidos, que têm em comum o gosto pelo BDSM.

Vestimenta:
Qualquer roupa casual que você usaria em um dia normal. Apesar de ser uma postura bastante rara, algumas pessoas costumam indicar que bottoms usem roupas pretas. Muitos munches acontecem em dias de semana, após o horário comercial, dando uma cara de happy hour. Sendo assim, vestimentas fetichistas, apetrechos, coleiras e coisas semelhantes não são muito comuns, a menos que a reunião ocorra em uma área privada. Sendo assim, caso queira usar uma peça fetichista, vá até a área reservada para o encontro e, então, caso julgue adequado, coloque o acessório.
Vale lembrar que, pode ser um ambiente com tom baunilha, quanto mais discretos os acessórios, melhor. Por exemplo, evite uma coleira de sessão e prefira uma social (não sabe a diferença? Clique AQUI)
Alguns munches fornecem etiquetas adesivas ou crachás, onde você pode pôr seu nome (baunilha ou BDSM).


Cumprimentos:
Via de regra, quem chega, cumprimenta os presentes. O bom senso vai dizer se será com um aperto de mão, um abraço ou um beijo no rosto (ou dois, se você morar no RJ), e vai depender da sua intimidade com o outro. Cumprimente e apresente-se ao anfitrião o quanto antes. É ele quem vai lhe indicar o que fazer, onde deve se sentar, vai lhe apresentar aos outros participantes ou vai delegar esta função a um outro participante.
O universo fetichista tem regras sociais um pouco diferentes das do mundo baunilha, então, um simples abraço de um homem em uma mulher, que seria considerado normal em um ambiente baunilha, pode ser problemático entre um Top e uma bottom encoleirada por outro Top (ainda mais quando a coleira está disfarçada de pulseirinha da Hello Kitty).
Sendo assim, é conveniente sempre perguntar antes de um abraço ou um beijo. A pessoa não vai se ofender se você perguntar, mas pode ficar bastante ofendida se não o fizer.

Como falar e se portar:
Munches geralmente têm um tom mais informal, então, em geral, títulos e posições são deixados de lado. Não tente agir como o Senhor Ultra Dominador do Universo ou como o escravo mais ralé de todos. Seja você mesmo.
Evite tocar as pessoas, independente do intuito. Algumas pessoas se incomodam bastante com quem fala encostando (não trate como touch screen quem te trata como viva-voz) e Tops podem – e provavelmente irão – ficar bastante incomodados (ou até mesmo irritados) com um desconhecido encostando em suas posses.

Abordagens:
Evite ao máximo. Munches não são lugares para se arrumar um parceiro. Não fica bonito usá-los com este intuito. Foque-se em fazer amizades e aprender sobre a dinâmica da cena local, eventos, workshops e festas. Uma vez que se conhece a pessoa, aí sim, em outra ocasião você poderá puxar o assunto e começar a propor algo mais. No entanto, munches são opções excelentes para conhecer uma pessoa com quem você conversa e conhece apenas on-line. Não existe uma pressão para cenas ou algo do tipo, então o foco pode ficar apenas em conversar e se conhecer.

Registros:
Você pode perguntar e anotar os nomes das pessoas para adicioná-las no Facebook ou Fetlife (ou algo que o valha), caso elas concordem, mas não tire fotos sob nenhuma circunstância. Nas raríssimas ocasiões em que uma foto possa ser tirada, tenha certeza absoluta de que todos que aparecerão nela expressaram seu consentimento claramente e, via de regra, caso vá postar esta foto, edite-a de forma a tornar irreconhecíveis os presentes. Isso inclui rostos, tatuagens, cicatrizes, marcas de nascença, etc. enfim, qualquer coisa que possa ajudar a descobrir que a professorinha meiga do maternal curte chutar bolas alheias.  Ninguém quer ter sua foto surgindo no trabalho e gerando perguntas desconfortantes, né?

Tenha em mente:
Munches são diferentes uns dos outros. Alguns podem ser muito grandes, outros menores. Vá mais de uma vez em cada um, só assim você saberá se aquele munch é para você ou não. Converse com todos, não apenas um grupo específico ou com alguém que você ache atraente, o objetivo dos munches é, em geral, conhecer pessoas. Tops podem aprender muito com bottoms e pessoas que vivem uma relação apenas no quarto podem aprender muito com quem vive uma relação 24/7 (e vice-versa).

Festas abertas

A festa aberta é um local que, assim como os munches, reúne praticantes e curiosos, mas, diferente dos anteriores, acontece em locais fechados e, pode incluir pessoas de outras vertentes que se diferenciam do “comum”. Ou seja, podem ser encontrados swingers, adeptos de body modification, dependendo da temática da festa podemos encontrar góticos, clubbers, baunilhas que gostam de festas “exóticas”, acompanhantes, enfim, uma gama extremamente variada de frequentadores.
Festa aberta mensal do RJ.
No lado esquerdo, do flyer,
o DressCode 
Sendo assim, a etiqueta nestas festas é bastante reduzida, mas como é uma festa fetichista, alguns pontos principais acabam se mantendo pelo bom senso (infelizmente nem sempre presente) dos participantes.

Vestimenta:
Festas em geral costumam ter um Dress Code (Código de Vestuário) normalmente opcional, que será informado no flyer ou no convite da festa. Normalmente são roupas fetichistas e sensuais como de couro e/ou látex, vinil, zentai, corsets e corselets, lingerie,  burlesco, máscaras, militar, fantasias, gótico e All Black. Festas específicas com temáticas também incluem outros estilos, mas estes são especificados.

Cumprimentos:
Nestas festas é mais incomum o dono ou anfitrião estarem o tempo todo recepcionando as pessoas, sendo assim, caberá a você começar a encontrar seu próprio caminho. A questão do contato ao cumprimentar ainda é válida e, provavelmente, você irá cumprimentar a todos com um aperto de mão.

Como falar e se portar:
Festas abertas ainda são bastante informais, mas já cabem os pronomes, títulos e posições. Mesmo que você conheça alguém pelo nome, é melhor chamar pelo apelido BDSM usado pela pessoa, garantindo a privacidade dela. Fora esta diferença, as regras do munch se aplicam aqui.


Abordagens:
Aqui as abordagens são constantes (até demais em alguns casos), mas se feitas de forma educada e cordial, não serão um problema. Os títulos e pronomes de tratamento adequados ficarão mais fáceis de serem aplicados, já que, boa parte das vezes, bottoms estarão usando coleiras (ainda que sejam da Hello Kitty rs), tendo um Top responsável por eles ou não. É bom questionar este detalhe logo no começo da conversa. Se vir algum bottom quieto num canto, provavelmente estará de castigo ou cumprindo uma tarefa. Não o aborde JAMAIS. Caso seja extremamente importante falar com ele(a), peça permissão ao respectivo Top.

Regra Magna: NUNCA, JAMAIS, POR NADA NESTE MUNDO interrompa ou atrapalhe uma cena, a menos que um incidente esteja ocorrendo no local, pondo em risco os participantes, OU que você tenha capacidade e conhecimento de causa para poder definir se está havendo algum abuso ou algo fora do comum para o BDSM. Neste caso, dirija-se até um dos organizadores da festa ou, caso não tenha como contatá-los, informe sua preocupação para um Top experiente próximo e este decidirá o que fazer.

Mas tio, como eu vou saber quem é um Top experiente?
Paciência, Padawan. Neste caso, e SÓ neste caso, você vai, com muita calma, paciência e educação, sinalizar ao Top da cena que precisa falar com ele, se aproximar de maneira que ele te veja claramente (afinal, não quer ser atingido no olho com a ponta de um chicote, cera quente, sangue, agulhas, nem quer ser incendiado acidentalmente, ou quer?) e com toda a educação do mundo, vai ser breve em informar ao Top a sua preocupação.

Sendo você um Top, aborde a todos com respeito e educação. Provavelmente outros Tops lhe dirão pra não usar o título, apenas o apelido BDSM. Na dúvida, pergunte. Ao abordar bottoms, esteja atento para a existência de coleira (podem estar disfarçadas de pulseiras, tornozeleiras, anéis, etc.). Siga a regra da pergunta lá em cima. Caso haja vontade de ter alguma interação com um bottom encoleirado, a permissão deve ser dada pelo Top responsável.
Sendo você um bottom, deve estar atento à sua abordagem a um Top. A abordagem deve ser respeitosa e educada SEMPRE, tanto durante a apresentação quanto durante todos os momentos subsequentes. Caso o Top tenha um bottom, você deve respeito ao bottom TAMBÉM (lembre-se: antiguidade é posto). Caso o Top esteja conversando com outras pessoas, seja educada com elas também, independente da posição de cada um. Caso queira pedir que o Top faça alguma prática com você, de novo, seja educada, diga exatamente o que deseja.
Ao ser abordado por um Top, mantenha-se calmo, escute o que ele(a) tem para lhe dizer, responda normalmente (preciso dizer que tem que ser com educação?).
Sendo você Top ou bottom, ao abordar com intenção de fazer alguma prática, esteja sempre preparado para ouvir um “Não.”. Agradeça assim mesmo e não insista. Provavelmente os motivos para a negativa serão dados. E mesmo que não sejam, não questione. Ninguém quer uma pessoa pentelhando do lado quando você não está a fim, certo?
Se for destratado ou desrespeitado, dirija-se a um dos organizadores da festa. Eles provavelmente tomarão alguma providência.

Registros:
Vide Munch. Em festas abertas, normalmente existem fotógrafos contratados que poderão tirar fotos suas caso você autorize. Eles são instruídos a editarem as fotos propriamente.
Exceção: Você pode tirar fotos suas, de práticas que esteja fazendo. Para isso, pode pedir a um amigo que tire fotos com sua máquina ou celular. O oposto pode ocorrer, mas tenha sempre o máximo de cuidado para não fotografar terceiros ao fazê-lo. Mesmo que veja alguém fotografando o que quer que seja, não fotografe. Pode ser uma situação semelhante, e você não tem autorização pra isso.
Lembre-se que ninguém precisa saber que o seu chefe é aquele tiozão de cinta-liga de quatro lambendo a sola da bota de alguém.

Ok, dependendo do chefe, dá vontade, mas não faça.

Tenha em mente:
Não fique olhando fixamente embasbacado por algo que possa ver. É falta de educação e sua atitude pode soar arrogante e preconceituosa. Se uma cena não te agrada, por quaisquer motivos, retire-se do ambiente em que está ocorrendo em silêncio e sem chamar a atenção para você. Respeite o fetiche alheio, mesmo que isso signifique ver uma bunda peluda de fio dental ou uma pessoa apanhando com um ralador e com sangue escorrendo pelas pernas.

Play parties (festas fechadas)

Festas fechadas costumam acontecer como eventos de grupos ou clãs e seguem um código de conduta próprio. Você provavelmente só será convidado a participar de uma após um certo tempo no meio e quando pessoas do grupo já te conhecerem e/ou quando você já fizer parte de um.

Vestimenta:
O Dress Code destas festas será informado previamente e será obrigatório. Na dúvida, pergunte aos organizadores e eles lhe ajudarão a escolher a roupa mais adequada pra você.

Cumprimentos:
A esta altura, você já vai conhecer boa parte das pessoas presentes no evento, ou será apresentado em breve. Lembre-se de sempre manter o respeito, independente da posição de cada um.

Como falar e se portar:
Aqui a liturgia já é mais rígida (leia sobre liturgia AQUI), mas a flexibilidade de conhecer boa parte dos participantes alivia a tensão do “Senhor pra cá, Senhora pra lá”. Use o bom senso e, na dúvida, recorra sempre ao organizador ou anfitrião da festa.
Durante cenas, mantenha-se sempre em silêncio e preste atenção no que está acontecendo. Você sempre pode aprender um truque novo.
Caso presencie cenas que lhe desagradem, retire-se em silêncio.
No mais, siga a Regra Magna das festas abertas.

Abordagens:
Da mesma maneira que nas festas abertas, a abordagem deve ser SEEEEEEMPRE muito respeitosa e educada. À esta altura, já vai estar com mais liberdade e intimidade para brincar com os outros, mas faça-o dentro dos limites da liberdade que lhe foi dada.

Registros:
Regras para fotos e vídeos em cenas fechadas serão estipuladas pelos organizadores e você será previamente informado. Na dúvida, siga a etiqueta das festas abertas e tudo correrá bem.

Tenha em mente:
Festas fechadas são “secretas”. O que acontece na play party, fica na play party. Jamais leve algum acompanhante “de penetra”. Ele será barrado na porta e, provavelmente, você também. Na melhor das hipóteses, vai ficar mal falado e vai demorar MUITO pra ser chamado pra outra. Na pior das hipóteses, vai ser banido do grupo.

Dungeons e Clubes fechados

Clubes BDSM são raros no Brasil. Na região sudeste, só conheço o Bar da Gata (São Paulo). Costumam ter sempre um Dungeon Monitor (monitor da masmorra) presente em cada ambiente. Na ausência do dono ou anfitrião da masmorra, o monitor tem a palavra final em quaisquer assuntos. Respeite-o e às suas decisões.

Vestimenta:
Dungeons tem Dress Code próprio que poderá ser visto no site, página ou que você receberá via e-mail, e costumam ter um vestiário, ou seja, você pode chegar vestido normalmente e se trocar lá dentro.
Clubes, por outro lado, são menos apegados à isso, exceto quando forem ocorrer eventos. Neste caso, o Dress Code estará disponibilizado no flyer do evento e/ou no site ou página do clube..

Cumprimentos:
Cabe aqui a regra do munch: quem chega, cumprimenta quem já está lá. No entanto, Dungeons são menos sociais que munches e infinitamente mais litúrgicos. Aqui, a liturgia funciona ao máximo e falhar neste quesito pode gerar problemas.

Como falar e se portar:
O respeito e a liturgia aqui são as palavras-chave para a permanência no local. Siga as regras (que estarão visíveis em um ou mais quadros informativos nas paredes).

Abordagens:
Duas palavras: Liturgia e educação.

Registros:
Completamente proibidos, a menos que esteja sinalizado em contrário. Em salas ou quartos fechados onde você pode fazer suas práticas privativamente, fotos podem, eventualmente ser feitas. Pergunte ao monitor.

Tenha em mente:
Este é um ambiente controlado e toda e qualquer prática está sendo atentamente vigiada de perto por pessoas muito mais experientes que você. Caso seja interrompido por um monitor, pare imediatamente o que estiver fazendo, ouça o que ele tem a dizer, seja educado, e siga as ordens dele mesmo que discorde. Você poderá recorrer ao superior dele em seguida, mas não force para continuar, ou poderá ser expulso e/ou banido do local.
Atente-se à Regra Magna das festas abertas. Neste caso, os responsáveis pelo evento ou o Top responsável são os donos do local e os monitores.

Netiqueta BDSM (etiqueta on-line)

Além da etiqueta presencial, a etiqueta BDSM também está presente no mundo virtual. Isso significa que existem regras e boas maneiras de falar e lidar com pessoas através de um computador ou celular.

Abordagens:
Ao adicionar alguém, mande uma mensagem. Seja educado, se apresente devidamente. Não precisa mandar seu currículo ou escrever uma biografia, mas facilita se já disser de onde vem e pra onde vai . Não precisa ser litúrgico, basta ser educado. Por mais que seja legal ser chamado de Senhor, ler esta palavra a cada começo e término de frase cansa. Não sou sargento do Exército pra ficar lendo/ouvindo “Senhor, sim, Senhor!”. Se a pessoa fizer questão disso, ela vai te dizer rapidamente, não se preocupe. Em geral, evite.
Não atire pra todos os lados. Tenha foco, seja calmo e paciente. Mandar mil mensagens parecidas (ou idênticas) pra várias pessoas é, além de muito deprimente, uma tática completamente falha. O BDSM é pequeno e as pessoas conversam umas com as outras. Os “atiradores cegos com uma metralhadora” ficam famosos rapidamente e viram piada.


Como falar e se portar:
Este item vale quase que integralmente para homens: Por mais que esteja na moda, NÃO MANDE NUDES, a menos que tenha sido requisitado explicitamente a VOCÊ. Não interessa se você tem um pau lindo, maravilhoso, com mil centímetros e grosso feito uma manilha. Lembre-se: Pênis é como religião. É legal ter um, não tem problema em ter um, mas ninguém quer um chato esfregando o dele na sua cara. Sério, é deprimente. 

Não faça fofoca. O que você sabe, guarde para você. Ninguém gosta de um fofoqueiro. E lembre-se que quem fala mal de alguém pra você, fala mal de você pra outros. E, por mais estranho que pareça, este é um meio relativamente pequeno. As notícias correm e um fofoqueiro fica exposto antes da fofoca se espalhar.
Ok, e agora você está pensando "É impossível, todo mundo fofoca." Se for impossível pra você cometer este ato, pelo menos tenha certeza absoluta antes do que está dizendo. Pior que fofoca, só fofoca mentirosa.


Não Compartilhe:
Conversas privadas. Isso é fofoca, falta de ética e muito escroto. Poucas razões existem para uma conversa privada sair do inbox e ir para o mural. Acredite, este motivo que você está pensando não é uma das razões.
...
Esse também não.
...
Idem.
...
Não.
...
Nem esse.
...

Desiste... Seu argumento é inválido. Acredite, eu já cometi este erro. É muito feio. Pra quem é exposto e pra quem expõe.

Textos sem fonte.  Não faça isso. É uma falta de respeito IMENSA com o autor que você está tentando prestigiar divulgando. Se for compartilhar, diga de onde tirou o material. Mesmo que não seja a fonte original. O site de onde você pegou o texto pode ter o link para o original lá. Se achou o texto em algum lugar aleatório e salvou pra usar depois, tirou print sem a autoria por falta de espaço, ou algo do tipo, “Autor desconhecido” melhora MUITO a sua imagem.

Textos com autoria alterada para parecerem seus. Isso é mais feio que bater na mãe. Sério, não faça isso. Mentira tem perna curta e, bom, já falei que o BDSM é um meio pequeno? O autor original VAI ficar sabendo, e será MUITO feio pra você ter um comentário logo abaixo do texto te agradecendo por compartilhar o texto dele(a). Ou te esculachando por roubar o trabalho alheio e falsificar a autoria. 
Escrever um texto bom dá um trabalho imenso, surreal, gigantesco mesmo. Tem tempo de escolha do tema, de pesquisa, de formulação, escrita, edição, correção, revisão, formatação... vir alguém e roubar seu trabalho só pra tentar parecer inteligente, culto, estudioso ou só pra conseguir comer alguém é muito ruim. Dá uma raiva maior que o texto. Sério, não faça isso. Sua mãe sentiria vergonha de você.

Fotos de outras pessoas. Isso se encaixa nos itens de registros láááá das etiquetas de lugares. Antes de postar a foto de alguém, se coloque no lugar da pessoa, e imagine a senhora vossa mãe ligando o PC um belo dia e vendo a filhinha princesinha dela sendo coberta de cera quente numa festa cheia de gente estranha. Ou pior, seu pai, machista e grosseirão vendo o filhinho querido com um consolo maior que minha perna enterrado até o talo lá onde o sol não bate, o olho que nada vê. Ou ver seu bebê, inocente e puro, anjo de candura, descendo o chicote ou sambando no saco de um cara. Não ia ser legal, né? Não exponha os outros. Um deles pode ser você.


Concluindo: Não seja um babaca. Seja educado, respeite os outros e não exponha ninguém. Fazendo isso, estaremos facilitando bastante o nosso convívio uns com os outros.
Até a próxima!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Mas afinal, o que é BDSM? - Parte 2

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Continuando a saga de tentar pôr os pingos nos is sobre esse nosso (não tão) pequeno mundinho, vou tentar abordar alguns pontos de outros posts (resumidamente) e alguns que ficaram faltando na primeira parte.

Papeis

Recapitulando e resumindo bem, no BDSM são encontrados 3 papeis em que um praticante pode se incluir: Top, Bottom e Switcher.
Top é o parceiro “ativo”. O que recebe o poder e que aplica a tomada de decisões e a ação das práticas. Hierarquicamente está acima.
Bottom é o parceiro “passivo”. É quem entrega o poder e a capacidade de tomar decisões. É quem recebe as práticas. Hierarquicamente está abaixo.
Switcher é o indivíduo que transita entre as duas posições, seja sazonalmente, seja de acordo com o parceiro em cada ocasião, ou até mesmo durante um único encontro, caso o parceiro seja outro switcher ou sejam mais parceiros em diferentes posições.

Existe uma variedade incrível de combinações comportamentais de switchers, cuja abordagem que não caberá neste texto, mas que pretendo cobrir um dia (num futuro não muito longínquo, espero, rs). Estas variações são comparáveis, ainda que de maneira muito superficial, às categorias centrais da Escala Kinsey (imagem ao lado), excetuando-se apenas os 100% heterossexuais e 100% homossexuais, tendo switchers com predominância Top, predominância bottom (ambos com uma subvariação no nível de predominância), equivalência entre os lados, duração dos períodos em que estão mais Tops ou mais bottoms, etc.
Há ainda as variações de acordo com as práticas, onde um switcher pode ser masoquista (bottom) e dominador (Top) ao mesmo tempo, ou o inverso, sádico e submisso, ou ser um Rigger cuckold, ou um podólatra tickler, enfim, as variações são diretamente proporcionais à quantidade de práticas existentes no BDSM.
Há ainda quem defenda a teoria de que Switcher é uma condição, uma natureza que existe em cada uma das posições, ou seja, um Top de natureza Switcher agiria como bottom em uma determinada ocasião, e um bottom de natureza Switcher agiria como Top em determinada ocasião, porém, sua predominância (como a pessoa se apresenta) no dia-a-dia prevaleceria.Se quiser ler um pouco mais sobre tipos de Top e de bottom, clique AQUI e AQUI, respectivamente.


Relacionamentos

Segundo o Dicionário Priberam:
  1. Ato de relacionar ou de se relacionar;
  2. Ligação afetiva ou sexual entre duas pessoas = RELAÇÃO

Relacionamentos são uma constante humana. São a ligação afetiva ou profissional entre duas pessoas que se unem com objetivos e interesses semelhantes. Envolve convivência, comunicação e atitudes recíprocas, bem como confiança, empatia, respeito e harmonia para ser proveitoso e prazeroso a todos os envolvidos.

No BDSM isso não é diferente e, assim como na vida baunilha (se você ainda não sabe o que é “baunilha” no contexto BDSM, clique AQUI e dê uma lida na primeira parte do Glossário), existem diversos tipos de relacionamentos, mas, aqui, estes envolvem práticas diversas. De forma ampla, temos as práticas avulsas (cenas), sessões avulsas, play partnership, relações de longo prazo e até mesmo relações profissionais, mas antes de falarmos dos tipos gerais de relações existentes no BDSM , precisamos passar por um ponto muito importante – fundamental, na verdade – em todos os tipos que serão abordados mais pra frente: a negociação.

Negociação

Este é um ponto essencial para o bom desenvolvimento de qualquer relacionamento BDSM. Durante esta fase, os futuros parceiros terão (ou pelo menos deveriam ter) tempo e liberdade para expor suas vontades, desejos, expectativas e preferências, e, caso estas sejam conflitantes com as do outro, de chegar a um meio termo ou de decidirem quem irá ceder – ou não – ou simplesmente, interromperem a negociação e seguirem cada um pro seu lado.

Na negociação são abordados detalhes relevantes da vida privada de cada um, onde ocorre a troca de informações sobre:
Comportamento: como a pessoa se comporta em determinadas situações e como espera que o outro se comporte;
Experiências vividas: informações gerais e superficiais (nada de sair falando da vida alheia pros outros! Isso é MUITA falta de ética!) sobre relacionamentos anteriores (ou a ausência destes);
Expectativas para futuros relacionamentos: o que é esperado do próximo parceiro e da convivência entre ambos;
Gostos e fetiches: o que a pessoa acha interessante e desinteressante, pelo quê se sente atraído e repelido, o que o(a) excita e é “broxante” e o que tem vontade de praticar ou não;
Fobias e Medos: não precisa de definição, né? rs;
Limites: algo que não se pode fazer, seja por vontade ou por necessidade/impedimento. Podem ser coisas que a pessoa não quer que aconteçam com ela na cena/sessão, ou até mesmo tipos de interação com o parceiro. Podem ser de dois tipos:
  1. Brandos: são limites que podem vir a ser trabalhados e/ou rompidos futuramente;
  2. Rígidos: são limites que, de forma alguma, serão rompidos. São práticas inaceitáveis, comportamentos inaceitáveis, impedimentos por motivos de saúde, etc.;
Saúde: alergias, traumas físicos sofridos (fraturas, deslocamentos, entorses), procedimentos cirúrgicos, quadro psicológico, histórico de saúde familiar, DSTs, quaisquer doenças ou alterações no quadro clínico, quer sejam consideradas relevantes ou não. Nunca se sabe o que pode vir a influenciar em praticas ou cenas ou relações, ou...

É nesta etapa também onde os parâmetros do relacionamento serão estabelecidos. Tais como: periodicidade e duração estimada dos encontros, formas de contato, nível de influência do relacionamento na vida baunilha, locais dos encontros, definição de safewords (clique AQUI para ver a parte 2 do glossário) e, provavelmente outros fatores e parâmetros que não me vêm à mente no momento (são muitos detalhes mesmo, rs)

Ainda na fase da negociação, existe um momento onde muitos casais/trios/quartetos/clãs/etc. decidem registrar os termos da negociação, seja para dar um tom mais “formal”, seja como uma forma de documentar, seja como lembrete do que foi acordado entre os envolvidos. Isto se dá através de um CONTRATO, que, como um contrato normal, inclui os dados dos participantes, suas afirmações sobre como se portarão e esperam que o outro se porte, tipos de práticas que serão feitas e quais instrumentos serão usados, detalhes da saúde e dados médicos essenciais, detalhes dos encontros (quem, quando, onde), e qualquer outra coisa que julguem importante estar escrito. O contrato ainda pode incluir uma cláusula onde se estipula a periodicidade com que o mesmo será revisto e possivelmente alterado. Ao final, assinam o contrato como uma forma de “fechar negócio” e dão início ao relacionamento de fato.

Vale lembrar que este contrato não tem validade legal, é apenas uma forma física do que foi acordado verbalmente.

UFA! Passamos da negociação! Vamos ver os tipos mais comuns de relações existentes no nosso meio?

Tipos de relacionamentos

Cenas

Cenas são interações (práticas) que ocorrem entre Top e bottom – compromissados um com o outro ou não – de maneira avulsa, ou seja, apenas uma vez, geralmente em ambiente público como festas (fetichistas ou não) abertas ou play parties (veremos mais sobre isso lá na frente). Geralmente, ocorre uma rápida negociação sobre o que será feito e, após a cena, finda-se a relação estabelecida.

Sessão Avulsa

Uma sessão acontece após uma negociação relativamente breve entre Top e bottom que não têm um compromisso, onde são abordados pontos julgados importantes e/ou necessários por ambas as partes. Na sessão ocorrem uma ou mais práticas, de acordo com o que for combinado entre os parceiros, geralmente em ambiente privado, mas podem ocorrer situações onde existam outros indivíduos presentes, seja como espectadores (voyeur) ou como participantes em qualquer posição (Top, bottom ou switcher). Detesto fazer isso, mas... é o equivalente ao “ficar” baunilha.

Play Partnership (Parceria)

É uma relação entre play partners, ou seja, parceiros de jogo (ou brincadeira/cena... definição à sua escolha). Envolve uma negociação prévia mais detalhada. Neste tipo de relação, os parceiros não têm um compromisso de exclusividade, mas têm sessões avulsas rotineiramente, em ambientes públicos ou privados. Geralmente é o tipo de relação preferida dos bottoms que são masoquistas não-submissos, pois os livra da obrigatoriedade e do compromisso existentes no próximo tipo de relação.

Relações de longo prazo

Este tipo de relação é, provavelmente, o tipo mais famoso. É chamado vulgarmente de D/s (Dominação e submissão), mas pode ser R/b (Rigger/bunny – bondagista/”bondagette” ou “donzela”, D (Discipline – Disciplina) S/m (Sadist/masochist – Sádico/masoquista), M/s (Master/slave – mestre/escravo), O/p (Owner/pet – Dono/bichinho), DD ou MM/lb ou lg (Daddy ou Mommy/littleboy ou littlegirl – Papai ou Mamãe/menininho(a)) e muitos outros. Há quem defina a relação de disciplina como Tamer/brat (Domador/pirralho).
Consiste em uma interação longa, que se inicia com uma extensa e extenuante negociação, onde todos os parâmetros futuros da relação são tratados, bem como os detalhes da vida particular dos interessados, questões de saúde, etc. Após esta longa negociação, podem ocorrer várias fases, de acordo com as preferências e exigência do Top, em que o bottom será constantemente testado e avaliado, para ver se sua postura é adequada aos olhos do Top. Da mesma maneira, o bottom irá perceber, ao longo do tempo, se as vontades do Top são correspondentes às suas expectativas e se o Top merece sua servidão. Este período pode ter vários nomes, como: Avaliação, Consideração, Adestramento, Treinamento, etc.
Caso tudo corra bem, ocorre o encoleiramento, que pode ser feito em público ou não, significando que aquele bottom passou a pertencer de fato ao Top. Estas etapas são mais raras – se não inexistentes – em relações exclusivamente S/m, onde o bottom não é submisso e, no Brasil, em relações T/b, onde alguns brats se excluem da categoria “Submissos”.
Este tipo de relação implica em um compromisso firmado, podendo ser monogâmicas ou poliamorosas. No caso poliamorista, geralmente, o Top tem vários bottoms sob seu comando. Há ainda a situação mais incomum onde um ou mais bottoms podem estar sob comando de vários Tops, ocorrendo quando o bottom em questão é servo de uma casa ou clã onde existam vários Tops.
Sessões e cenas ocorrem livremente entre os indivíduos, de acordo com o cronograma estabelecido previamente, ou de acordo com a vontade do Top.

OBS.:
Existe uma categorização de relações D/s definida como 24/7.
Esta “categoria” é derivada da troca de poder do tipo TPE (abordada mais à frente), e nela, o casal vive em D/s constante, sem intervalos ou pausas. É considerado um tipo muito semelhante ao M/s, com poucas ressalvas para diferenças entre os bottoms (submisso e escravo). Ver AQUI.

Existem outros tipos de relação, como protetorado, mentorado e treino, que abordei NESTE post.

Profissionais

Existem pessoas que oferecem seus serviços como Dominantes Profissionais, que são conhecidos popularmente no meio como Pro-Dom/me(s) e, no caso das dominadoras profissionais, o termo Dominatrix também é bastante usado. Estes Tops cobram por seus serviços que podem englobar bondage, disciplina, dominação e práticas sádicas.
Também existem Submissos Profissionais, ainda que em escala muito menor. Estes cobram para servirem a um Top, por um determinado prazo, e seus serviços variam desde serviços domésticos até práticas de medical play (como enemas), e práticas mais extremas como electrical play (choques e eletroestimulação).
Em ambos os papeis, mulheres são muito mais comuns que homens e Tops são muito mais comuns que bottoms.
Esse é um tipo de relação um tanto quanto controverso no Brasil, por comparação com a prostituição, o que, na maioria dos casos, é uma comparação não muito exata, visto que relações sexuais propriamente ditas são raras e, quando ocorrem, majoritariamente não tem ligação com o serviço prestado em troca do dinheiro.

Trocas de Poder

Um assunto muito debatido no BDSM é sobre quem realmente comanda a relação: o Top ou o bottom.
“Mas como assim?”
Exatamente! E a resposta torna isso tudo menos óbvio do que aparenta aos olhos de um observador desatento.
A interação Top x bottom só funciona bem – e se diferencia do abuso – quando ocorre a Troca de Poder, ou seja, quando um bottom dá a um Top a autoridade e a capacidade de tomar as decisões na relação (seja ela qual for), e quando o Top assume a responsabilidade de garantir a felicidade, prazer, saúde e segurança do bottom.
O espectro destas Trocas de Poder é imensamente amplo e pode estar explícito por negociação e contrato ou implícito na consensualidade do relacionamento. No entanto, convencionou-se dividir esse espectro em 3 grandes grupos generalistas, de modo que fique mais fácil informar a uma outra pessoa que tipo de trocas se está disposto a efetuar.

Troca de Poder Erótica ou Erotic Power Exchange (EPE)

Este é o nível mais básico, mas não menos intenso, de troca de poder. Neste nível, independente do tipo de relacionamento existente, o bottom deixa claro que o poder de controle sobre suas decisões é exclusivamente seu, exceto nos momentos específicos de contexto sexual ou de sessão, onde cede ao Top o direito de controlar suas ações e comportamento.
Muitas vezes, casais baunilha, que começam a se interessar por brincadeiras fetichistas e que resolvem “apimentar a relação”, acabam caindo neste tipo de troca de poder, ainda que não façam ideia do que é BDSM.
Este tipo de relação é bastante comum em casais onde o bottom é masoquista não-submisso. Também é bastante comum a denominação Dominador/submisso ou Dono(Mestre)/escravo, ainda que fora do “quarto”, a dinâmica do casal seja horizontal.

Troca de Poder Parcial ou Partial Power Exchange (PPE)

Este nível é intermediário. O Top tem o poder de controlar vários fatores da vida do bottom, mas não todos. O bottom ainda impõe diversos limites e tem a possibilidade de se negar a várias coisas. Geralmente a influência do Top acaba nos âmbitos financeiro, familiar e profissional. A verticalização da relação é uma constante, e a hierarquia fica mais explícita no dia-a-dia dos parceiros. Aqui o Top começa a poder controlar os horários, alimentação e atividades do bottom, tendo um certo nível de influência nas relações interpessoais que o bottom possa ter tanto na vida fetichista quanto na vida baunilha.

Troca de Poder Total ou Total Power Exchange (TPE)

É o nível mais profundo, onde o bottom cede completamente à autoridade e entrega a responsabilidade de sua vida nas mãos do Top. Diferentemente do que se imagina, TPE não significa estar, necessariamente, em uma relação de longo prazo integralmente. TPE pode ocorrer em ocasiões específicas por um tempo limitado, como uma play por algumas poucas horas, ou por alguns poucos dias ou semanas, desde que seja acordado e consentido por 2 adultos responsáveis. No entanto, a maioria das TPEs são relações D/s 24/7, onde ambos moram juntos como um casal – ainda que estes detalhes não sejam essenciais para o funcionamento da relação.
Um termo mais usado lá fora, que se assemelha quase integralmente, é “Escravidão Consensual” (Consensual Slavery), que, talvez, defina melhor o que seria uma relação TPE 24/7.
A TPE é um nível intenso e perigoso de troca de poder, onde a confiança do bottom no parceiro Top deve ser colossal, a fim de saber que estará seguro, tanto física, quanto psicologicamente, e onde a responsabilidade do Top se torna máxima, podendo ser o responsável, até mesmo pelas finanças e pelos detalhes da vida baunilha do bottom.
“Podendo ser?” Então não é obrigatório?
Não, não é. Existe a “crença” de que, por ser TPE, automaticamente o Top terá a obrigação de gerir, tanto a nível macro quanto micro, os detalhes da vida do bottom. No entanto, isso não é verdade. O que ocorre é a existência dessa possibilidade de gestão, cabendo ao Top decidir se irá, de fato, ocorrer ou não. Ou seja, o Top passa a ter o poder, mas não é obrigado a usá-lo. Todas as decisões finais são tomadas pelo Top, mas na realidade, em um relacionamento saudável, todos os assuntos são discutidos e conversados extensivamente e, geralmente, as considerações do bottom são levadas em consideração.

Vale lembrar que a existência de Safewords ocorre em todos os níveis de troca de poder, assim como os limites e o respeito por eles. Viver uma relação M/s ou TPE D/s 24/7 não significa que o Top terá o direito de ignorar os limites rígidos impostos lá na negociação, sem que isso tenha sido conversado e autorizado pelo bottom a se transformar em um limite brando para ser trabalhado e, talvez, quebrado.
Há quem diga que, se o bottom tem o poder de restringir o controle total do Top (com limites e safewords), não é uma troca total, mas esta é uma área bastante nebulosa e que beira a discussão filosófica, então fica no ar a proposta do debate.

Emblema BDSM

Para evitar ser redundante e, como não vou conseguir explicar tão bem quanto os autores das minhas fontes, esta parte será inteiramente traduzida de dois sites diferentes. O primeiro parágrafo (em amarelo) foi retirado do site de um ourives que faz peças voltadas ao público fetichista: FetJeweller. O texto subsequente (em azul) foi retirado do site do BDSMblem Project, do Steve Quagmyr, criador do símbolo da comunidade BDSM.

“Em meados da década de 1990, um debate na AOL definiu o rumo para o que conhecemos hoje como o emblema BDSM. Existia uma ideia de que um símbolo era necessário para representar este tipo de sexualidade e estilo de vida. O símbolo também precisava ser um pouco misterioso. Quando usado, não poderia atrair muita atenção de “observadores baunilhas”. Deveria ser facilmente reconhecido por aqueles que soubessem o que era. No fim, Steve Quagmyr, um dos líderes do debate, criou um emblema que lembra o design do yin-yang. A escolha deste design foi influenciada por uma descrição do anel dado a “O” no romance “A história de O” (que é bastante diferente do anel usado na versão do filme). O anel descrito no livro “... tinha um aro com três raios ... com cada aro espiralando sobre si mesmo ...”.

“O BDSMblema não tem um simbolismo “óbvio” porque foi criado para ser enigmático. Para o observador baunilha que seria repelido pelo BDSM, é apenas uma joia atrativa. Sendo assim, nós podemos usá-lo livremente como um cumprimento amigável, aceno de cabeça e uma piscadela para outros BDSMers que, por acaso, venhamos a passar nas calçadas e corredores de nossas vidas cotidianas.
Para quem está inserido, no entanto, o Emblema é cheio de significado.
 As três divisões representam as várias trindades do BDSM. Primeiro, as três divisões do BDSM propriamente dito: B&D, D&S, S&M. Em segundo lugar, o credo tríplice MAIS USUAL do comportamento BDSM: São, Seguro e Consensual. Em terceiro lugar, as três divisões da nossa comunidade: Tops, Bottoms, e Switchers.
É este terceiro simbolismo que dá significado aos furos em cada unidade. Já que o BDSM é, pelo menos, um estilo de jogo e, no máximo, uma forma de amor, os furos representam a incompletude de qualquer indivíduo dentro do contexto BDSM. Independente do quão “juntos” e “inteiros”os  indivíduos possam ser, continua existindo um vazio que só pode ser preenchido por um outro complementar. BDSM não pode ser feito sozinho.
A semelhança com uma variação de três partes do símbolo do Yin-Yang não é acidental. Enquanto o contorno curvo do Yin e do Yang representam a fronteira nebulosa entre onde um termina e o outro começa, as bordas curvas aqui representam a divisão indistinta entre B&D, D&S e S&M.
O metal e a cor metálica do medalhão representam as correntes ou grilhões do servidão/posse no BDSM. Os três campos internos são pretos, representando a celebração do lado escuro controlado da sexualidade BDSM.
As linhas curvas podem, elas próprias, serem vistas como uma representação estilizada de um chicote ao ser sacudido, ou até mesmo um braço em movimento para desferir um espancamento erótico. O círculo abrangente, é claro, representa a unidade sobreposta de tudo isso, e a unicidade de uma comunidade que protege a si mesma.”
Ainda em seu site, Steve Quagmyr explana de forma ampla e longa as diferenças e semelhanças entre o Emblema BDSM e triskeles parecidos que ocorrem em diversos grupos étnicos, religiosos e até mesmo marciais pelo mundo. Ele cita ainda uma carta recebida que demonstra claramente os motivos pelos quais o símbolo deve ser usado de maneira correta, com o mínimo de alterações possíveis (ou nenhuma, se possível), para evitar mal entendidos que serão potencialmente ofensivos e podem até gerar uma resposta agressiva (como confundir um estudante de percussão budista, ou um praticante de artes marciais derivadas de Okinawa com um BDSMer, por exemplo).

Existem 4 critérios críticos que definem o design do Emblema BDSM:
1.       O aro e os raios são de uma cor que indica metal;
2.       O aro e os raios são de largura uniforme com os aros curvando-se em sentido horário;
3.       Os campos interiores são pretos;

4.       Os furos nos campos são realmente furos e não pontos.

Se você quiser ler mais sobre o emblema, basta clicar no link do primeiro parágrafo desta seção e encarar alguns textos em inglês. Se você não sabe nada de inglês, tem dificuldade, ou se, como eu, tem sérios problemas pra se lembrar das palavras em português na hora de escrever um artigo pro seu blog: viva o Santo Google Tradutor! rsrs
É isso, pessoal. Espero que tenham gostado. Em breve tem mais!

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Asfixia Erótica - O que, como, quando, por quê?

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Depois de ver muitos debates sobre o assunto, resolvi cair dentro da literatura especializada nas forças causadoras e nos danos - muitas vezes LETAL - causados comumente por um tipo de acidente (ou crime) que, quando usado de forma erótica, se torna uma das minhas práticas favoritas.
Vamos lá!



O que é?


Asfixia: do grego a (sem) + sphyxis (pulsação)

Como podem perceber, pela simples tradução, não podemos compreender exatamente o que é a asfixia. Nesta situação, precisamos de uma pitada de história e etimologia na Antiguidade Clássica, acreditava-se que a pneuma (literalmente respiração e, não literalmente, sopro de vida, alma, espírito) fluísse dentro das artérias, sendo assim, a parada da pulsação, seria equivalente à parada da vida e do fluxo de ar no corpo.

Felizmente sabemos hoje em dia que isto não é bem assim, mas o termo se manteve.

De acordo com o Dicionário Michaelis
as.fi.xi.a 
(cssf (gr asphyxíaMed Suspensão dos fenômenos da respiração e da circulação do sangue, seguida de morte, real ou aparente, causada por estrangulação, submersão, ação de gases irrespiráveis etc.; morte por falta de respiração ou de ar respirável; sufocação. 


De maneira geral, asfixia é o termo usado para dizer que houve o impedimento da passagem de ar para as trocas gasosas no pulmão, ou seja, é uma interrupção da respiração.


Antes de prosseguirmos, vale um (não tão pequeno) parênteses para explicar como funciona a respiração.

Existem 2 tipos de respiração: Sistêmica e Celular. Não vou falar da segunda. Caso tenham interesse em se aprofundar mais, clique AQUI.
Respiração é o nome dado ao processo de inalação do ar presente no meio, troca do Oxigênio por gás carbônico nos alvéolos pulmonares e liberação da mistura resultante de volta ao meio externo.
                          



Durante a inspiração, o ar segue então um caminho que você (provavelmente) já estudou no colégio: narinas (ou fossas nasais), faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos (a troca gasosa ocorre por osmose com os vasos sanguíneos) e segue o caminho oposto durante a expiração.




Legal, e pra quê saber isso?
Pra poder entender as definições que vem agora, criatura!


As artérias carótidas, localizadas em ambos os lados do pescoço, transportam sangue rico em oxigênio para o cérebro. A falta de oxigenação e/ou a concentração de dióxido de carbono (CO) causam tonturas, vertigens e até mesmo prazer.
Asfixias podem ser provocadas de várias maneiras diferentes e tem suas denominações específicas, sendo divididas e re-divididas de várias maneiras.

De modo geral, segundo a classificação de Oscar Freire, que, a meu ver, é a que está melhor organizada, podemos dizer que as causas das asfixias se dividem em:



O único item confuso nesta classificação é a asfixia por monóxido de carbono, que recebe uma classificação diferente por não ser exclusivo de área fechada, mas ainda assim se enquadraria na definição de modificação quantitativa na composição do ar, mas sigamos em frente.

Asfixia Erótica - mais detalhes


A asfixia erótica é a restrição intencional de oxigenação cerebral, com intuito de excitação sexual.

Como dito anteriormente, a privação de oxigênio no cérebro pode levar tanto a tonturas quanto ao prazer (muitas vezes ambos diretamente ligados um ao outro), e o estado de hipóxia - baixa oxigenação - associado a alterações hormonais, como aumento de dopamina e beta-endorfinas, cria um estado semialucinógeno, mas ainda lúcido que, combinado com um orgasmo, a "onda" é considerada tão poderosa quanto cocaína, o que explica o "vício" que os adeptos desta prática adquirem em pouco tempo.


Segurança


Como será visto abaixo, asfixia erótica não é uma prática segura, mas com os cuidados devidos, pode ser praticada sem grandes acidentes. No entanto, é recomendado - obrigatório, eu diria - que os praticantes saibam, ainda que de forma básica, realizar a Reanimação Cardiorrespiratória (a famosa RCP). Caso não saiba, existem muitos sites que ensinam, com imagens, esquemas e vídeos. Também pode ser aprendido em cursos de socorrista, geralmente ministrados em hospitais da Cruz Vermelha, Corpos de Bombeiros, escolas de enfermagem e até mesmo em grupos de escalada e rapel pode-se ter boas direções sobre o assunto.
Se você não tem a menor noção de como fazer, ou não tem segurança para fazer o RCP caso seja necessário, não pratique asfixia por enquanto. RCP feita errada pode ser fatal!
Outra coisa sempre válida de se ter por perto e/ou decorados, são os telefones de emergência locais. Os números gerais de polícia, serviços de atendimento móvel emergencial e bombeiros são os mesmos em todo o país.
  • Polícia - 190
  • SAMU - 192
  • Bombeiros - 193

Quais posso - ou não - fazer?


Como foi visto aqui em cima, asfixia é um impedimento da oxigenação e pode ocorrer de várias maneiras, mas como trazer isto de forma consideravelmente segura para o BDSM?
A asfixia erótica pode ocorrer de quase todas as maneiras descritas, sendo as mais comuns a esganadura, a sufocação direta e o estrangulamento, tanto como práticas avulsas quanto durante atividade sexual.
 Em situações de role play mais intensos o afogamento e o confinamento também ocorrem com certa frequência. Em práticas como o trampling, um nível bem baixo de sufocação indireta pode ocorrer, devido à pressão sobre a caixa torácica.
Em raríssimas ocasiões, o enforcamento pode ocorrer, mas requer cuidados altíssimos.

Soterramento e asfixia por monóxido de carbono não devem JAMAIS ser sequer cogitados, devido ao alto risco envolvido. Soterramento pode provocar uma severa obstrução não planejada e não controlada das vias aéreas, e monóxido de carbono causa envenenamento, por ter efeito cumulativo no organismo a curto prazo, podendo levar a vertigens, dores de cabeça e mal estar em baixas quantidades, convulsões e coma em níveis de aproximadamente 50% de carboxihemoglobina (união do CO com a hemoglobina) e qualquer quantidade acima disso é potencialmente letal.


Curiosidade: Monóxido de carbono era usado nos campos de concentração nazistas para eliminar os alemães "indignos de viver" (deficientes em geral).

Como fazer?

A asfixia é um processo em que pode-se distinguir 4 fases: Cerebral, Excitação ccortical e medular, Morte da respiração e, por fim, Cardíaca.

Na primeira fase, ocorrem as perturbações mentais como vertigens, visão ofuscada, zumbidos, aceleração do pulso, angústia, comportamento agressivo, incapacidade de seguir ordens e perda de consciência em 30 segundos.
Na segunda fase, ocorrem a ejaculação involuntária, eliminação de urina e fezes, hipermnésia (atividade acelerada da memória), redução na percepção de dor. Nesta fase, a exaustão sofrida pela pessoa na fase 1 é aumentada.
Na fase 3, a taquicardia dá lugar à bradicardia (redução nos batimentos cardíacos), movimentos respiratórios cessam. Esta fase tem duração variável de 1 a 2 minutos.
Na última fase, os batimentos cardíacos ficam irregulares, cada vez mais fracos, até a parada completa em diástole (relaxamento das câmaras do coração).

Como um conselho pessoal, não indicaria a ninguém a passar da fase 1, ou seja, manter todo o jogo no máximo até a pessoa estar próxima da perda de consciência, nunca depois.


Vou apresentar algumas imagens com a explicação do que é e como acontece MUITO superficialmente. A ordem não é exatamente perfeita, mas vai do que seria mais seguro pro mais arriscado.

Riscos: TODAS as técnicas abaixo estão sob risco iminente de vertigens, enjoos, dores de cabeça, desmaios, convulsões, asfixia além do planejado e morte. Em cada item citarei os riscos específicos mais comuns de cada.



Sufocação Direta - O Top utiliza as mãos para tapar as narinas e a boca do bottom, impedindo que o ar entre no sistema respiratório. É mais seguro pelo fato do bottom ter a possibilidade de forçar e abrir um pouco a boca para respirar. Costuma ser mais incômodo pela restrição do movimento natural de abrir a boca na falta do ar pelo nariz, aumentando o fator emocional, tornando esta uma forma bastante eficaz de asfixia.




Isto também pode ser feito com outras partes do corpo como na prática do Facesitting (imagem à direita), ou com objetos que não privarão completamente a respiração, mas a tornarão muito mais difícil, como Corsets de boca (e nariz), ball gags (que aumentam o risco de engasgo), over the mouth/nose gags, etc. Para ver estes e outros exemplos de gags, ver o final do post sobre bondage clicando AQUI)

Riscos específicos: Engasgos.

No próximo item, o objetivo é reduzir ou impedir a passagem do ar pela traqueia por meio de compressão.


Esganadura - O Top utiliza uma ou ambas as mãos, braço (s), antebraço, pé (s), perna (s) ou qualquer outra parte do corpo para pressionar a traqueia do bottom e impedir a passagem do ar. Em algumas situações, as artérias carótidas também podem ser pressionadas acelerando o processo de hipoxia cerebral. 

Fora do BDSM, isto pode ser visto desde desenhos animados como Os Simpsons até campeonatos marciais com o famoso "mata-leão".

Riscos específicos: Lesões e equimoses.


O próximo item tem como objetivo comprimir a caixa torácica de modo que a expansão pulmonar não seja completa, tornando a respiração cada vez mais difícil.


Sufocação Indireta - O Top utiliza o próprio peso corporal - ou de algum objeto - para pressionar o tórax (peito) do bottom, Isto reduz a área de expansão do pulmão, alterando a pressão inversa que ocorre para que o ar entre livremente. Também pode ser feito expandindo a compressão até a região do diafragma, potencializando ainda mais a capacidade de asfixiar desta técnica.

Riscos específicos: Lesões, ruptura de órgãos, fraturas em diversos ossos.


O próximo item tem como princípio básico a alteração da composição do ar respirável.

Confinamento - O Top restringe o "ar respirável" do bottom em um ambiente lacrado, ou pode restringir o bottom em um ambiente lacrado. A respiração propriamente dita não é impedida, mas a quantidade de oxigênio no ambiente reduz a cada respiração, aproximando o bottom gradativamente da asfixia. Esta prática pode acontecer com o uso de máscaras de gás, caixas lacradas como "aquários" vazios, sacos plásticos, máscaras e capuzes tipo Gimp ou de latex, e até mesmo mumificação, camas e cubos de vácuo.
Riscos específicos: Engasgos, ataques de pânico, claustrofobia, doenças pulmonares por elementos tóxicos nos filtros das máscaras, 

O próximo item altera a qualidade do meio, ou seja, muda O QUE a pessoa vai respirar.

Afogamento - O top submerge a cabeça do bottom em um balde d'água, banheira, piscina, mar, etc. por alguns segundos e puxa, dando tempo do bottom respirar algumas poucas vezes antes de repetir o processo todo. Uma forma mais branda dessa prática consiste em cobrir a face do bottom com uma toalha e despejar água sobre o nariz e boca, dando uma falsa sensação de afogamento, mas muito mais segura que a submersão.

Riscos específicos: Engasgo, contaminação por sujeira na água, aspiração de partículas suspensas na água, afogamento real.

Nos dois próximos itens, o objetivo é reduzir ou impedir a passagem do ar pela traqueia por meio de compressão, assim como a esganadura. O estrangulamento é mais seguro que o enforcamento pelo fato de utilizar a força muscular ao invés do peso do corpo do bottom como força atuante. 

Estrangulamento - O Top utiliza uma corda, garrote, cinto ou qualquer objeto que funcione como um laço e aplica a força  para que este objeto atue pressionando a traqueia. Esta prática deixará marcas praticamente em todas as vezes que for executada, pela fricção do objeto com a pele. 
Fora do BDSM isto é visto em filmes de espionagem onde se usa um fio para isso, chamado garrote.
Dica: coleiras e cintos são excelentes para isso!
Riscos específicos: Lesões, equimoses, ruptura de traqueia.


Enforcamento - O Top prepara um laço em torno do pescoço do bottom e fixa o laço em algum suporte acima do bottom, erguendo o corpo deste o suficiente para que o peso do corpo exerça a pressão no laço e comprima a traqueia. O corpo não precisa estar totalmente erguido para que o efeito desejado ocorra. Este tipo de asfixia deve ser feito SEMPRE com uma amarração que utilize nós de soltura rápida (quick-release) e, assim como toda prática com bondage envolvido, deve-se sempre ter um objeto cortante SEM PONTA, por favor, (preferencialmente uma tesoura ou alicate) que seja capaz de cortar facilmente o material utilizado para a prática.

Riscos específicos: Lesões, equimoses, ruptura de traqueia, fratura da cervical. 


Asfixia Autoerótica

É uma forma de asfixia autoinfligida. Geralmente fazendo uso de cordas ou cintos para enforcamento, sacos plásticos para confinamento, fita adesiva para sufocação,  afogamento. É também a maior causa de fatalidades autoeróticas (90%) dos casos, sendo os outros 10% relacionados a eletrocutamentos, inserção de corpos estranhos, queimaduras ou cortes. Pelas estatísticas, os acidentes ocorrem majoritariamente com homens, mas desconfia-se que a quantidade de mulheres também seja grande, mas não se pode ter certeza devido a alterações constantes nos locais, geralmente feitas pela família por motivos diversos, incluindo a vergonha.
Existem vários casos famosos, sendo o mais conhecido de todos, o caso do ator David Carradine (Kung Fu, Kill Bill), que foi encontrado no quarto de hotel, enforcado.
Para este tipo de prática, é altamente aconselhável o uso de um Spotter (um amigo ou parceiro que possa vigiar e resgatar prontamente caso algo dê errado).




Bom, é isso aí. Até a próxima e boas faltas de ar pra todos!