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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Impact play 104 - Cropping Básico (tala de equitação)

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Se você é mais detalhista, deve ter percebido que surgiu um novo botão na coluna aqui ao lado ------------------------------------->
Como todos sabem, a situação tá braba e escrever textos gasta um bom tempo (alguns podem levar mais de uma semana!) Então, se você gosta do blog (e acha que eu mereço), pode fazer uma doação e me ajudar a continuar postando e trazendo conteúdo de qualidade.


EDIT: O Mestre Ferreiro me alertou pra um detalhe: o nome correto do instrumento não é CHIBATA, e sim, TALA DE EQUITAÇÃO (alguns ainda chamam de chicote de equitação), então alterarei no texto todo e vou encurtar para "tala". Importante não confundir com as chamadas talas largas de couro semelhantes a paddles.

Continuando a série "Impact Play" (se você não leu os artigos anteriores, leia aqui: 101, 102, 103, Warm Up), o assunto deste post são as talas de equitação.

Se você já fez aquela busca básica no Google sobre esta ferramenta mega divertida, provavelmente, assim como eu, você deu de cara com zilhões de textos sobre a Revolta da Chibata. Não, este texto não tem nada a ver com isso. Prometo. (A menos que a sua brat se revolte e roube a sua chibata tala)

O QUE É CROPPING?


Cropping é o ato de utilizar um instrumento flexível, semelhante a uma vara (não, não tem nada a ver com Caning; isso virá no futuro, podem cobrar), mas com um pedaço ou uma tira de couro presa numa das extremidades.

Riding Crop é o nome da Tala de Equitação em inglês e é um instrumento bastante utilizado no meio equestre como forma de atiçar o cavalo a se locomover, por meio de toques. No meio equestre, é considerado um dos tipos de chicotes.

Talas de equitação são acessórios excelentes para aquecimento e punição genital. Lembre-se: não compartilhe os acessórios entre bottoms diferentes. A higienização perfeita é quase impossível e, a menos que exista uma certeza absoluta 100% garantida sem dúvida nenhuma de que nenhum dos dois vai transmitir nada prejudicial ao outro, é bom evitar para que ninguém saia da sessão com um cogumelo radioativo crescendo no meio das pernas.

A tala é dividida em 3 partes. Essas partes são:

Rod [ród](vara): é a parte principal da tala. Uma vara, geralmente de fibra de vidro, fibra de carbono ou alguma madeira flexível, como bambu, revestida por algum material como tecido, fitas, borracha ou couro;

Handle [rendou](cabo, punho): é a parte por onde o cavaleiro (no nosso caso, o Top) segura a tala. Reveste uma das pontas da tala, podendo chegar a atingir metade do comprimento total do instrumento e pode ser de couro, borracha, fitas para raquetes de tênis... Enfim, uma grande variedade de materiais que tornem a pegada confortável.
Geralmente vêm com uma fita ou alça acoplada, de modo que dificulte a perda durante a cavalgada, ficando pendurada no punho do portador;

Keeper [quíper](vou chamar de "guarda", mas não consegui achar o nome correto. Caso alguém saiba, por favor, me diga que eu edito isso aqui) EDIT: Mestre Ferreiro deu o toque. O nome é PONTEIRA. Vou manter o detalhe do final pq serve como explicação.: é a parte onde ocorre o toque com o animal (ou, no nosso caso, o bottom). É composta por uma tira ou uma placa, geralmente de couro, que cobre a ponta da vara, impedindo (no nosso caso, minimizando) que a pele do animal seja marcada pelos golpes.


Sim, fiz esse esquema no Paint. Tava com preguiça.


COMO ESCOLHER UMA TALA


Talas, apesar de bem simples, podem sofrer uma série de pequenas variações que irão alterar desde meras características estilísticas e visuais, até mudanças drásticas nas sensações que causarão (usei "drásticas" apenas em comparação de uma tala para outra, visto que em comparação com variações possíveis com um flogger, talas seriam "todas iguais").

Variações no cabo: podem gerar maior ou menor segurança para quem maneja o instrumento.

Espessura: Este é um fator que dependerá muito do tamanho da mão do usuário e como este se sente melhor. Há quem prefira cabos mais finos, outros mais espessos.

Comprimento: Aqui, um iniciante pode sentir bastante diferença. Alguém mais experiente, nem tanto. O cabo favorece um maior controle da tala devido à forma de movimentá-la para o uso (mais à frente). Sendo assim, cabos mais longos podem facilitar a mudança de posição da mão sem alterar tanto a pegada, o que favoreceria o controle àqueles que ainda não o tem. No entanto, como todo material para impact play, o caminho é treino constante, então isso pode ser facilmente sanado sem a necessidade de um cabo maior e, consequentemente, mais pesado.

Textura e material: Outro fator que vai depender de pessoa para pessoa. Cabos mais lisos podem ser mais escorregadios que texturizados. Cabos de borracha tendem a ser menos escorregadios que cabos de couro. Há quem prefira de um jeito ou de outro. Infelizmente, o único jeito é testar e ver qual te agrada mais.

Alguns cabos possuem alças e outros possuem uma terminação mais larga, apelidada de "cogumelo". Ambos os detalhes servem para garantir uma maior segurança ao cavaleiro de que a tala não cairá no chão durante a cavalgada. No nosso caso, isto é um tanto quanto desnecessário (mas a alça cai bem pra pendurar junto com os floggers).



 



Variações na vara: podem gerar mais velocidade ou flexibilidade.

Material:
  1. Fibra de vidro é, aparentemente, o padrão. Sua espessura varia de 5 a 8mm (em geral. Já vi aberrações de 10mm e coisas risíveis mais finas) o que dá uma boa média entre resistência e flexibilidade. Além disso, é bastante leve.
    (Momento $$$ jabá: As que eu fabrico, são feitas com fibra de vidro. Se quiser comprar, manda mensagem. Elas são baratinhas. Juro).
  2. Fibra de carbono também é usada, porém em escala muito menor, devido ao alto custo do material. É praticamente indestrutível e possui as mesmas características da fibra de vidro, sendo um pouco menos flexível e mais leve.
  3. Fibras naturais como bambu podem ser utilizadas, mas dependerão de uma construção mais robusta para reduzir a chance de fraturas, visto que, dependendo da força do impacto, a vara pode vir a quebrar e farpas podem ser ejetadas e causar ferimentos não planejados.
  4. Tubos de plástico são amplamente utilizados em talas de sex shop. Nem vou me dar ao trabalho de dizer pra evitar isso, né? Sério. Não compre. Se tiver uma, jogue fora.

Revestimento: É algo puramente estético. Podem ser utilizados tecidos trançados semelhantes a uma corda, couro, fitas (de cetim, de marcação, isolantes). Varia de fabricante para fabricante e vai do gosto do freguês.

Comprimento: talas normalmente medem até 75cm de comprimento, podendo ser muito menores, medindo cerca de 25cm, 30cm. Isso influencia no ganho de velocidade e intensidade possível do golpe (quanto mais longa, mais momento gera e atinge uma velocidade e intensidade de impacto maiores). Tanto as longas quanto as curtas são bem divertidas e podem ser usadas em conjunto ou alternadas para variação de sensações.






Variações no Keeper: Estas são as que farão a diferença para o que o bottom irá sentir.

Material:
  1. Geralmente é feito de couro natural. É bastante  macio (nas talas, que fique claro) e a flexibilidade pode ser extrema (balança de um lado pro outro) e bem pouca (ficando numa posição mais fixa). 
  2. Couro sintético é bem comum também, tendo as mesmas características do couro natural.
  3. Borracha. Esse é a verdadeira encarnação de satanás em forma de tala. É um material que não deforma, tem flexibilidade muito menor que o couro (dependendo da espessura) e tem, como característica intrínseca, a capacidade de produzir um sting (leia os textos anteriores se não sabe o que é isso) consideravelmente alto (Preciso fazer uma de borracha pra mim, hehehe).

Dizem que existem talas com keeper de tecido, mas eu nunca vi, então fica aí a lenda pra quem quiser investigar mais a fundo.

De modo geral, quanto mais rígido e/ou espesso o material, mais intensa será a dor provocada e, consequentemente, quanto mais flexível e/ou fino for o material, mais suave será o efeito causado.

Formato: Geralmente são de formato retangular, podendo ser uma peça única dobrada ao meio ou duas partes costuradas, totalmente ou não, uma à outra (essas variações não interferem em nada efetivo).
No entanto, quando saímos do formato quadrado, abrem-se as portas da Felicidade e o céu é o limite. Podem ser triangulares, circulares, em forma de coração, trapezoidais, com o formato do nariz esquisito da sua tia, enfim... muitos mesmo.

Comprimento: Keepers têm, em média, algo entre 4 e 6cm de comprimento. Os tamanhos podem variar e isso irá alterar diretamente a sensação no bottom, onde os mais curtos causam uma sensação de thud mais perceptível e mais longos irão "chicotear", provocando um sting mais proeminente.



Algumas podem ter adição de spikes, ter formatos muito loucos e diferentes... Enfim, o keeper é onde toda a criatividade pode surgir.




 




SEGURANÇA


Se você já viu a foto do "onde bater" no outro texto, segue em frente. Se não viu, clique AQUI e vá ver antes de seguir.

Já disse em outros textos, já disse nesse e vou dizer de novo:

ANTES DE BATER EM ALGUÉM, NÃO SEJA UM BOÇAL. TREINE. Muito. Muito mesmo... Mais um pouco... Isso... continua que um dia cê consegue dizer que sabe usar uma tala sem arrancar um olho alheio.

Você não gostaria que um imbecil pegasse uma vara e te batesse com ela de qualquer jeito, certo? Então não faça isso com seu bottom. Não estrague o brinquedinho.

Fora isso, volte no post sobre Flogging que fala disso também (AQUI) e veja os detalhes de segurança em geral (sim, você precisa se alongar para cropping também, acredite).

...

E agora que você já está se sentindo uma bolinha de ping-pong pulando de uma página pra outra e já tem 464376439 janelas abertas no seu navegador, vamos à parte mais esperada (e decepcionantemente) a mais simples do post.



COMO USAR UMA TALA


Sim. Usar uma tala é MUITO mais fácil que usar um flogger. A menos que você tenha a capacidade motora de uma lombriga com Parkinson no frio, você consegue fazer isso funcionar bem rapidamente (sim, eu posso fazer piadinhas com Parkinson pq meu pai tem. Leve seu mimimi pro Casos de Família).

Essa explicação será dada usando um travesseiro, uma tala e a minha mão. Siga os passos direitinho pra treinar e em pouco tempo você pode brincar com bundas alheias (que permitirem, óbvio) por aí.

Segure a tala pelo cabo. Você pode tanto segurar com a mão fechada em volta do cabo quanto com o indicador esticado. Eu, particularmente, prefiro a segunda maneira para movimentos mais curtos, delicados e precisos; e a primeira maneira para golpes mais fortes.

                                    



Mantenha seu braço fechado, com o cotovelo flexionado a aproximadamente 90°. Isso significa: Cotovelo na costela, mão com a tala pra frente do corpo.



O movimento todo ocorrerá no punho. Você não precisa mexer o resto do braço pra causar impacto forte, ainda mais se a tala for longa (lembra das aulas de física, né?).

Treine em um travesseiro ou almofada que tenha padrões estampados mais ou menos do tamanho do keeper. Isso vai te fornecer um alvo bem delineado pra golpear repetidamente e treinar sua mira.

Comece mirando bem no meio do alvo. Depois na borda um pouco mais pra esquerda, depois pra direita, pra cima e pra baixo.



Ado, a-ado, dá com a tala no quadrado!





Pegue mais pra frente do cabo. Teste de novo o movimento. Sentiu a diferença? Repita o treino da almofada.





Com o tempo, você se habitua à sua tala e adquire mais confiança. Nessa hora, descanse. Assista a um episódio da sua série favorita e então, recomece do zero. Pratique por uns dias até você não errar (ou errar o mínimo possível, já que herrar é umano) e só então, passe do travesseiro para uma bunda de verdade.

Com o tempo e a prática, você pode começar a arriscar movimentar o cotovelo também para gerar mais impacto, apesar disso ser bastante desnecessário.



TALAS NO SENSATION PLAY

Talas não servem só pra bater, amiguinhos. Se você teve o (des)prazer de assistir aquela piada de mau gosto aquele filme "50 Tons de Cinza", deve ter visto que o brother multi-mega-milionário usava uma tala de um jeito bem diferente na songa monga que parecia atriz de Malhação.

Ele estava fazendo uso da tala para fazer carícias. E, sim, por mais que eu odeie admitir, esta parte foi bem representada no filme. Dependendo do material do keeper, ao deslizá-lo pelo corpo do bottom, passando pelas zonas erógenas e "massageando", pode-se obter várias sensações gostosas. Leves batidinhas podem ser combinadas com o deslizar para provocar sensações diferentes. Nessa hora, boa coordenação motora vem a calhar e usar a mão ou algum outro acessório para criar essa variação de estímulos pode ser uma explosão de prazeres (isso soou meio que... bordão do Faustão, né? "Uma explosão de prazeres, ô loco, bicho!")






O QUE NÃO FAZER COM SUA TALA


Você certamente já viu aquelas fotos lindas e fodásticas de uma Domme ultra gostosa segurando uma tala mais curvada que as pernas do Garrincha, né?
Pois é, não seja essa Domme. Isso vai danificar sua tala e, na melhor das hipóteses, deixar a pobrezinha toda torta. Talas são flexíveis, não dobráveis. Na pior das hipóteses, essa porra vai quebrar na sua mão e você vai ficar com cara de tacho. Isso se não rolarem farpas ou estilhaços encravados em alguma parte preciosa do seu corpo.



Lembra q eu falei láááá em cima que ia chamar o keeper de "guarda" (e acabei chamando de keeper mesmo o texto todo)?
Keeper significa, literalmente, guardador, protetor. Ele serve para proteger tanto a pele atingida do contato direto com a ponta da vara, quanto para proteger a ponta da vara do contato direto com qualquer coisa atingida. Isto significa que NÃO É PRA BATER COM O MEIO DA VARA, SEU ANIMAL!

Titio já disse que tala não é cane, então não improvise. Tala não é pinto. Você pode, finalmente, manter a promessa do "só a pontinha".

Guarde sua amiguinha sempre pendurada ou deitada numa gaveta para evitar que ela possa vir a empenar ou quebrar.




















É isso, pessoal. Pratiquem aí e divirtam-se.

Até a próxima!